Muito antes de os cambojanos Khmer erigirem o famoso Angkor Wat, que recebe milhões de turistas ao ano, aquela arquitetura hindu antiga encontrava representação aqui na ilha de Java com o Prambanan, um dos mais belos monumentos do país e de todo o Sudeste Asiático. Se o grande monumento no Camboja data do século XII, este aqui na Indonésia é ainda mais antigo, de 850 d.C. Fica ao lado de Yogyakarta, e é uma visita linda.



Engana-se quem pensa que o hinduísmo foi (ou é) algo restrito à Índia. Tal como o Cristianismo espalhou-se desde a Palestina, a matriz religiosa hindu fez o mesmo na Antiguidade e no princípio da Idade Média.
Se você visse o mapa religioso da Ásia por volta do ano 1000, veria que quase todo o sul e sudeste da Ásia eram hindus (ainda que isso não significasse religiões idênticas, pois o hinduísmo tem muitas variações regionais, o que continua sendo o caso hoje dentro da Índia).

O Budismo vem a reboque, quase como uma variedade do hinduísmo, e ambos aqui misturam-se à religiosidade tradicional local. É o que ainda encontramos em Bali, por exemplo, aqui próximo. O Islã, que hoje é a religião de 87% dos indonésios, só apareceria por volta do ano 1200 nestas bandas.
Visitar Prambanan dá aquela sensação Indiana Jones. Os templos tem dezenas de metros de altura (o maior deles chega a 47m), e os interiores escuros com portais retangulares chegam a ter estátuas de até 3m das divindades hindus. As principais são Brahma, Vishnu e Shiva, que muitos têm como três facetas de um mesmo Deus — à là Santíssima Trindade.


Fomos eu, Jubi (minha amiga intérprete) e uma catrupilha de moças indonésias, suas amigas. Elas sempre curiosas, com seus sorrisos afáveis e bem-humorados que são comuns do semblante dos indonésios.

O engraçado é que fomos todos de moto. Fique você aí achando que essas recatadas moças não saem de casa.
Jubi, contudo, jamais me deu uma única carona sequer. Não se explicava muito; um dia sugeriu que seria muito estranho, uma mulher dando carona a um homem, que o povo na rua ia comentar, etc. Foi aí que Nur, essa baixinha toda de cinza, com um ar de “comigo não tem essa” disse “Eu levo“. Foi uma onda. Volta e meia, parados no sinal, alguém olhava com ar de curiosidade, ao que eu acenava jocoso, aproveitando a rodada de moto pelos subúrbios de Yogyakarta até Prambanan.


As vistas diante do pôr-do-sol e do cair da noite são as melhores. No dia seguinte, rumaríamos ainda para Borobudur, desta vez um complexo budista, também aqui nas redondezas.
Uaaaauuuu. Que maravilha!…. impressionante. E pelo visto bem conservados. Magnificos. Pedras bonitas e bem assentadas. Um espetáculo. Majestosos. Lindos. Bela visita. Pelo visto valeu o sacrifício.