Bali. Este é o destino da grande maioria dos turistas que vêm à Indonésia. Não é difícil entender o porquê: Bali parece uma mistura de Índia com Havaí, e mescla tanto religião e cultura quanto festas à beira da praia com guirlandas de flores no pescoço.
Esta ilha, localizada a leste de Java (a principal da Indonésia), tem cerca de 150 x 100km de extensão, e uma série de pecularidades. No post anterior eu mencionei que a Indonésia, antes de se tornar islâmica, era hindu e budista. Pois então: os balineses nunca se converteram, e permanecem hinduístas até hoje. Mas é um hinduísmo diferente. Por exemplo, em Bali não vi vacas nas ruas, mas vi muitos arranjos com flores (típicos do hinduísmo), muito incenso, oferendas aos deuses, e muito misticismo.

Mas, para os turistas, Bali é também a terra da curtição, praia e surf. Isso é principalmente o sul da ilha, onde as praias são boas mas é meio hiper-turístico. É aquela coisa de praia de dia e festa de noite.
Na rua te oferecem de tudo, desde passeio de barco até viagra. Na primeira noite ia caminhando um casal de turistas na minha frente e chegou um carinha oferecendo viagra, com a caixinha do remédio na mão. Eu ri; a mulher ficou fula e despachou o vendedor dizendo que companheiro dela não precisava dessas coisas, não. Te oferecem também “massagens”. De dia é massagem mesmo, já de noite é outra coisa — ou, como eles dizem aqui, é massagem “com final feliz”. No sul de Bali, onde estão as famosas praias de Kuta, Legian e Seminyak, tudo é para turista.
As primeiras noites eu optei por ficar em Seminyak, que me pareceu a menos turística das três. (Ainda assim, há bares, vendedores, taxistas e massagistas por toda parte.)


Foi engraçado quando eu perguntei à dona de onde ela teve a ideia para esse nome do bar. “É uma região no Brasil“, me respondeu ela sem fazer nem ideia que eu vinha de lá. Eu sorri.
Jamais esquecerei um outro bar onde eu fui, ali perto, onde havia uma cantora indonésia parruda, que inclusive cantava muito bem, mas que sempre cantava a música Halo da Beyoncé como se fosse Hello, e fazia gestos para os presentes como quem dava um alô no refrão. (Halo em inglês é halo em português, uma aura iluminada em volta de alguém.)
Já o centro da ilha de Bali é mais cultural. A minha cidadezinha favorita lá foi Ubud, um vilarejo hoje turístico mas ainda assim muito bonitinho e aconchegante.



Um lugar peculiar de Ubud é a Monkey Forest, a floresta dos macacos. O nome não é meramente em simbólico, há macacos nessa floresta — e muitos.
Como na Índia, alguns templos aqui são simpáticos à presença de macacos babuínos, daqueles de pele meio avermelhada e que andam em bandos. Como de costume, valem os cuidados de não chegar muito perto e nem se aproximar com comida ou algo de valor, pois eles tomam sem a menor cerimônia.
A Monkey Forest não é muito grande, acaba sendo como um parque bem ali no centro, com macacos, e também com um templo no interior. Vale a pena.


Outra coisa que eu fiz foi alugar um motorista por um dia para levar-me às partes mais elevadas da ilha, a templos mais afastados, e pra ter as vistas das plantações de arroz em terraços escalonados. É relativamente barato (paguei, sozinho, o equivalente a 20 euros) e te dá um ótimo panorama geral.





O pôr-do-sol dali é espetacular. É possível ir a pé pelas rochas até a ponta, ou também descer até a água, embora aqui o litoral seja visivelmente rochoso e não haja praia.
Por fim, aproveitei a estadia em Bali para conhecer a famosa dança balinesa. É cerimonial — não espere uma hula-hula havaiana ou do Taiti —, teatral, e extremamente complexa. Explicaram-me que inclui símbolos com os olhos, com as mãos, e uma quantidade grande de expressões faciais específicas. Como a apresentação é toda muda, eles se comunicam e contam uma história (em geral alguma lenda antiga) assim, através da dança e dos gestos e expressões que ela inclui.
Confira abaixo uma palhinha de uma dança solo que filmei. (A qualidade do vídeo não é alta, mas dá pra ver aquilo a que me refiro.) Esse som de fundo é ao vivo, tocado em instrumentos que me lembram xilofones, mas no metal. É um pouco onírico — parece que você está em transe.
Nesta aqui temos um outro dançarino rodando a baiana. Uma característica é que, como no teatro grego da Antiguidade Clássica e em outras tradições, todos os atores são homens. Até os papéis femininos são interpretado por homens.

Foram uns bons dias de relax para encerrar a minha estadia na Indonésia. O país entrou pro rol dos meus favoritos, pela sua gente simpática, pela natureza, e pela sua cultura ainda tão pouco conhecida por nós.

Uaaaauuuu. Que beleza, que’ clima’ maravilhoso de descontração, com esse belo mar, linda praia, com cheiro de Brasil, Dança cativante, belo cenario, lindo jogo de cores e otima coreografia, so nao deu para entender a história haha mas muito bonito o espetáculo.
Lugar bem bonito e agradavel. Interessante a plantação de arroz tambem presente na Tailandia ao norte.
Linda e aconchegante cidadezinha,
Imagino a ira da mulher diante do vendedor do viagra hahah
Muito bonita essa floresta de macacos e sua estrutura, Amei esses leões de guarda. O cuidado com os macacos deve ser levado a sério. hahah
Mas o que me encantou foi esse templo balinense, Lindíssimo, Diferente, charmoso. Bela região, linda postagem, lindo mar, lindos templos, belíssimo pôr de sol. adorei a região. Está na minha lista de intenção de conhecer. Valeu, viajante. Obrigada por nos mostrar essas belezas.