Na foto acima, a famosa Polícia Moral do Irã aborda uma jovem transeunte, acusando-a de que o hijab (o véu de cobrir a cabeça) não está bem posto. A lei iraniana determina que todas as mulheres (turistas ou não) se cubram, mas não diz como. A grande maioria das jovens, ao menos nas cidades grandes, vestem-se assim como essa de rosa. Ao que parece, a polícia não gostou.
No momento, há uma batalha política no Irã, em que o presidente (eleito democraticamente) Hassan Rouhani diz que não cabe à polícia fiscalizar tal coisa nem impor o Islã a ninguém — “enviar as pessoas ao céu às chibatadas”. Do outro, o Líder Supremo (cargo vitalício, eleito pelo colegiado de clérigos, e que detém a última palavra em assuntos de estado) Ali Khamenei, de 75 anos, diz que cabe, sim, à polícia fazer isso, pois o Islã é a base da sociedade da República Islâmica do Irã.
Enfim, eu em toda a minha estadia de semanas no Irã não vi a polícia moral em ação. Minha amiga que viajou comigo usava o véu assim meio solto e tampouco foi abordada. A grande maioria não é, mas dizem que agora no verão (do hemisfério norte) a fiscalização se intensifica.
O tema foi matéria de hoje no The Guardian, jornal britânico. Achei interessante aproveitar a deixa para inserir o comentário aqui. Meu primeiro post sobre minhas andanças em Teerã pode ser lido aqui. O segundo está pra sair do forno, com algumas dessas questões.
A quem quiser ler a matéria do The Guardian, o link é este (em inglês).
