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Inglaterra

Em Liverpool, na terra dos Beatles

Eis Liverpool, a afamada terra dos Beatles! Poucos brasileiros vêm aqui, apesar da fama eterna da banda em nosso país. Não sabem que, na verdade, há um sem-número de atrações relacionadas aos Beatles aqui — tours, museus, bares históricos onde eles tocaram, lojas, etc.

Resolvi que uma ida a Liverpool na minha mais recente visita à Inglaterra estava na ordem do dia. Pra qualquer fã dos Beatles, é uma visita épica e obrigatória. É equivalente a uma peregrinação a Meca.

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Visual de Liverpool na sua área portuária. Deste porto saíram muitos dos navios que levaram colonos ingleses à América do Norte.

O inglês do rapaz do albergue era incompreensível. Simpático, o liverpooliano falava com o típico sotaque daqui, um embolado fonético que desafiará mesmo os mais versados em inglês. Não espere o típico sotaque britânico da BBC de Londres em Liverpool — os sotaques ingleses variam consideravelmente de cidade a cidade. O de Liverpool é considerado dos mais desafiadores, talvez menos apenas que os do interior da Escócia.

Estava começando um dia repleto de Beatlemania, após chegar na noite anterior. O princípio, claro, é sempre aquele “café da manhã inglês”, composto de ovos, torradas, batatas fritas no estilo inglês (chamadas de hash browns), cogumelos, feijão de lata em molho de tomate, e salsicha (que no meu caso era vegetariana). Além de chá. Eis o English breakfast, que você encontra mundo afora e que você talvez não soubesse precisamente o que é.

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Típico café da manhã inglês. Contrasta com o chamado café “continental”, de geléias e coisas doces. O nome é o usado pelos ingleses para referir-se às coisas da Europa continental. (Aí hotel brasileiro usa o nome “café continental” pra parecer chique e não sabe nem o que é.)
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Olha a lambança!

Para o dia eu já havia comprado um ingresso para o Magical Mystery Tour, um passeio de algumas horas em que você viaja com um guia num ônibus que simula o das turnês de outrora dos Beatles, e vai visitando pontos históricos da cidade (onde os Beatles nasceram, onde moraram, onde tocaram pela primeira vez, etc.) Pra quem gosta da banda, é um passeio inesquecível. (Recomendo comprar antecipadamente pela internet, na página do tour.)

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A minha mãe empolgadíssima antes do tour.
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Na lendária Penny Lane, cantada pelos Beatles. (“Lane” é em inglês é tipo ruela.) O engraçado é que, nos contaram, ao longo dos anos a placa com o nome da rua foi várias vezes furtada por fãs. A prefeitura chegou ao ponto de apenas escrever o nome na parede, para não ter mais trabalho. Depois puseram essa aí que é mais firme, e difícil de arrancar.
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Strawberry Field (literalmente “campo de morangos”) era um orfanato perto de onde morou John Lennon. Em 1967 ele escreveu a canção Strawberry Fields Forever para os Beatles, lembrando de sua infância. A localidade continua lá, embora o orfanato há muito já não exista mais.
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A casa onde Paul McCartney cresceu, em Liverpool.

O tour é rico de detalhes sobre a vida pré-fama de cada um dos Beatles, e sobre os bastidores da época áurea da banda. O nosso guia — cujo inglês era um pouco melhor de compreender — orgulhava-se de ter uma foto dele com Paul no papel de parede do celular.

Não é parte do tour, mas você ouvirá muitas referências à Kasbah e ao Cavern Club, bares onde os Beatles tocavam sobretudo antes do estrelato. Você pode visitá-los, pois eles continuam lá. (Obviamente que hoje o ambiente é outro, já sem aquele furor enérgico da juventude dos anos 60.)

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Mathew Street, no centro de Liverpool, dos bares onde os Beatles surgiram como banda.

O que você também não pode deixar de fazer, além do Mystery Magical Tour, é ver o museu The Beatles Story, que contêm ainda mais detalhes e peças da vida da banda. Não dá pra vir aqui a Liverpool sem vê-lo.

Há um submarino amarelo onde entrar, réplicas daqueles bares do jeito que eram na época dos anos 60, e um monte de coisas — além, é claro, de uma loja com milhares de souvenirs da banda e de seus integrantes.

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Em frente ao museu The Beatles Story, em Liverpool.
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Réplica de um dos bares onde os Beatles tocavam no início da carreira, na época em que ainda se chamava The Silver Beetles. Depois é que mudaram o nome e adotaram a grafia “Beatles”, cuja palavra beat quer dizer “batida” em inglês. Os cortes de cabelo padronizados e os ternos também viriam depois, como técnica de marketing do empresário da banda.
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Uma réplica do Imagine, memorial a John Lennon cujo original está no Central Park em Nova York, cidade onde ele foi assassinado em 1980. Faz referência à música homônima do cantor e seu sonho de um mundo melhor.

Deixo vocês com ele.

Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

One thought on “Em Liverpool, na terra dos Beatles

  1. Meu jovem, que beleza!… Histórica postagem!… Uma epopeia, para quem ama os Beatles como sua amiga aqui .Um entrar na maquina do tempo e viver novamente aquelas emoções inesquecíveis!….Um sonho, apreciar, ver, passar por aquelas paragens que, só de pensar, nos enlevavam a alma, o coração e acendia a fantasia e os elãs próprios da juventude de todos os tempos.
    Maravilha. Que legal ver as ruelas, os locais aonde começaram, onde cresceram, o museu, a histórica e lendária Penny Lane e ouvir novamente os sucessos da banda que fez a cabeça de uma feliz geração. Esse é um presente para a alma e o coração.
    E o que dizer do histórico o porto aonde saíram os navios que chegaram à America. Uaau que ” banho” de tema. Amei
    E devo acrescentar que, como d’habitude, o senhor esta ótimo na postagem. Aquela foto com a homenagem a Lennon está histórica, como gosto de dizer, ” patognomônica” .hahah
    Acresça-se que se encontra muito à vontade comendo aquela ” geringonça” – perdoem-me os que gostam – daquele breakfast horrivel..hahah… sou mais os asiáticos ou o brasileiro do NE haha.
    Adorei a cutucada nos ‘pernósticos”, como diria a minha mamma, do café colonial que nada tem a ver,hahah. Olhe seu menino. Perdoem-ma a cutucada haha
    Adorei o tema e a postagem ficou um gosto de quero mais. Abração.

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