Eis o famoso Templo de Luxor, uma das mais lindas e bem preservadas heranças do Egito Antigo ainda visitáveis hoje.
Quando Alexandre, o Grande, conquistou o Egito no ano 332 a.C., ele deu início a uma dinastia “grega” em lugar dos faraós. Cleópatra fez parte dessa dinastia. Ela e o seu amante romano Marco Antônio perdem o Egito para o Imperador Octavius Augustus em 30 a.C. São Marcos, no primeiro século depois de Cristo, traz o cristianismo pra cá, e ele começa a se misturar com a religião tradicional do Egito Antigo. Quando o Império Romano cai e os árabes conquistam tudo isto aqui no ano 641 d.C., estes encontram aqui nesta região o que chamaram de Al Uqsur (“os palácios” em árabe) e Al Karnak (“vila fortificada”). Daí os nomes.
Aqui era a antiga cidade de Tebas, que foi capital do Egito Antigo por várias vezes entre os anos de 2135 a.C. e 1279 a.C. (A cada nova dinastia, às vezes a capital passava a ser outra cidade.) Foi, por exemplo, daqui que reinaram os famosos Tutancâmon (1332 – 1323 a.C.) e, um século e meio antes dele, Hatshepsut (1507 – 1458 a.C.), uma das poucas mulheres a se tornarem faraó. (Não foi a única, ao contrário do que muita gente pensa. A primeira de que se tem notícia foi Merneith, em 2970 a.C, que por sinal é a primeira rainha de que se tem registro em toda a história humana.)


Hoje, o caminho infelizmente não é mais tão cênico como na Idade Antiga.
Eu caminhei debaixo do sol foi sobre o asfalto mesmo, dispensando ofertas de charretes caras para turista. Como eu nesse dia estava de bermuda (e os homens árabes em geral nunca vestem bermuda), percebiam que eu era turista e me vinham com gaiatices.
Por outro lado, quando com minha cara de árabe eu abordei uma senhora alemã para perguntar as horas, ela quase teve um infarto.


Tebas, que no tempo do Egito Antigo era conhecida como Waset (“Tebas” foi o nome dado pelos gregos antigos), ocupava toda esta região à margem oriental do Rio Nilo. O atual chamado Templo de Karnak era o centro de tudo, pois ali ficava o templo do deus Amon-Rá e muitos outros. Estima-se que ele tenha ganho importância a partir do ano 2000 a.C., quando uma família daqui virou a reinante. Amon, que era o deus cultuado nesta região, foi associado então ao deus Rá, do sol, para virar Amon-Rá.










Você pode passar bem umas duas horas circulando por aí, e eu recomendo conseguir um guia — na entrada haverá vários. Só se certifique de negociar o preço antes, especificar a duração do tour, e de pechinchar. Nada aqui no mundo árabe é negociado sem uma pechincha.
Já o Templo de Luxor, embora menor, é também impressionante. Dá pra visitar ambos no mesmo dia sem problemas. Ele na língua egípcia antiga era chamado de ipet resyt, ou “santuário do sul”, pois ele fica ao sul dos santuários de Karnak. É mais novo, aproximadamente do ano 1400 a.C., e não era exatamente um templo de culto como Karnak, mas um precinto de cerimônias realescas, onde ocorria a coroação dos faraós, etc.
O próprio Alexandre, o Grande, dizia a todos que foi coroado em Luxor, embora não haja registro histórico disso. (Você achou que boataria fosse coisa dos dias de hoje?)



Caso você tenha achado curioso, sim, havia um outro obelisco do outro lado da entrada.
O outro obelisco, desse par de 23m e três milênios anos de idade, você encontra hoje no centro de Paris, no meio da Place de la Concorde. Ao contrário do que se possa imaginar, ele não foi roubado, foi um presente de Muhammad Ali (não o boxeador) aos franceses em 1830.

Muhammad Ali era vice-rei do Egito à época, este que era território do Império Turco Otomano (o “rei”, portanto, era o sultão em Istambul). Napoleão havia invadido o Egito em 1798, o ocupado por alguns anos, e os árabes e turcos gradualmente se davam conta de que estavam ficando para trás em termos de tecnologia militar. Eles rapidamente então tentaram fazer reformas de governo, enviar funcionários para aprender com as ciências e tecnologias europeias da época, e isso às vezes demandava “um agrado”…
Como os árabes e turcos não tinham assim tanto apego às obras antiquíssimas de um povo do passado remoto, “toma aqui um obelisco pra você”.
Afora aquele em Paris, há um obelisco original egípcio no Central Park em Nova York, presenteado aos EUA em 1869 (foi quase um “saldão” de obeliscos essa época…); um no centro de Istambul, hoje Turquia, levado pra lá ainda no período romano; quatro no Reino Unido; um num museu na Polônia; um em Israel; e 13 na Itália, incluso aí o que está há séculos no centro da Praça de São Pedro, no Vaticano. Todo mundo sempre quis um pedacinho da magnificência egípcia.
Há muito mais do outro lado, à margem oeste do Rio Nilo, onde os egípcios antigos enterravam os seus mortos. Lá é que ficam a famosa Tumba de Tutancâmon, o Mausoléu de Hatshepsut e muito mais no desértico Vale dos Reis. Mas isso fica para o post seguinte.

Impressionante essas ruínas. Majestosas. Lindas esculturas e belas colunas. Magnificas. Dá para imaginar como deveriam ser magnificas ao tempo de Tebas capital. À luz da lua é mais bonita ainda.
Não sei qual o mais bonito. Ambos são lindos. Adorei o conjunto arquitetônico. O tom das construções é lindo. É semelhante à cor da areia do Saara la em Marrocco. Magnificas colunas e lindos hieróglifos. Um banho de História e de cultura egípcias.
Interessante ver algumas características negroides que avultam na face de Ramsés II como as maçãs do rosto salientes e os lábios grossos.
O escaravelho aparece naquele filme com o título de A múmia.
Achei cômico o susto das pessoas com qualquer pessoa que se pareça com árabe. É a idiotia da midia e da cultura ocidentais. haha
Curiosa sua foto com um raio de luz. ficou muito boa. Mas eu não gostaria de adentrar essas câmaras haha
Como sempre os interesses e o toma lá da cá com as riquezas dos países. Todas essas relíquias indevidamente retiradas deveriam ser devolvidas ao Egito.
Histórica postagem. Adoro a historia egípcia. Obrigada. Linda. Abraços.
Parabéns pelo blog. Suas informações ajudaram muito!
Obrigado, Cristiano! Fico contente em saber!
Parabéns, você consegue ilustrar e passar muitas informações de forma clara e objetiva. Adorei a leitura.
Obrigado, Marcela! Fico contente 🙂