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Líbano

Bem vindos ao Líbano: Imigração, informações gerais, e as primeiras impressões

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Localização do Líbano e sua capital, Beirute.

Saído do Egito, cá estou eu no Líbano, o extremo oriente do Mar Mediterrâneo.

Um país árabe, mas diferente dos outros. O mais liberal e “moderno” de todos, dizem. Contudo, a diferença principal é mesmo a religiosa.

Enquanto os demais países árabes são majoritariamente muçulmanos, o Líbano é uma mistura de árabes cristãos de várias denominações (ortodoxos, maronitas, etc.), muçulmanos sunitas e muçulmanos xiitas (esses dois últimos são diferentes entre si, como seriam católicos e protestantes, e geralmente não se bicam). 

O Líbano é uma bricolagem, um amálgama de grupos religiosos diferentes — muitas vezes inimigos — ajuntados e que concordaram em viver juntos num mesmo Estado. Isso pode parecer bonito em tese, mas na prática há um sectarismo institucionalizado. Não há eleição livre: o presidente há de ser sempre um cristão maronita, o primeiro-ministro sempre um muçulmano sunita, e o chefe do parlamento sempre um muçulmano xiita. No congresso, metade das vagas são marcadas para cristãos e outra metade para muçulmanos. Tudo com base no censo de 1932, o mais recente.

Isso começou em 1920, quando a França e a Grã-Bretanha separaram entre si as terras do vencido Império Turco Otomano, que colapsou após a Primeira Guerra Mundial. Fez-se daqui e da Síria duas colônias francesas, enquanto que a Grã-Bretanha ficou com as províncias otomanas de Basra, Bagdá e Mosul (fusionadas então num país novo chamado Iraque) e a Palestina, onde viria a ser criado o Estado de Israel. Quando os franceses são postos para fora em 1945 e o Líbano fica independente, seu equilíbrio é muito frágil.

“Não há eleição livre: o presidente há de ser sempre um cristão maronita, o primeiro-ministro sempre um muçulmano sunita, e o chefe do parlamento sempre um muçulmano xiita. No congresso, metade das vagas são marcadas para cristãos e outra metade para muçulmanos. Tudo com base no censo de 1932, o mais recente.”

O barril de pólvora explodiu em 1975 numa guerra civil que durou até 1990 (você vê efeitos dela ainda hoje). Em 2006, Israel bombardeou e fez um bloqueio naval ao Líbano em retaliação a ações do Hezbollah, movimento xiita que controla áreas no sul e leste do país. De quebra, há uma relação muito difícil com a Síria, que agora está em convulsão mas sempre se achou no direito de interferir na política libanesa — pois nunca realmente aceitou que os franceses tivessem constituído o Líbano como um país separado da Síria. Rafic Hariri, principal primeiro-ministro libanês de após a guerra civil (e que dá nome ao aeroporto de Beirute), era contra essas intervenções — até mesmo militares — da Síria no Líbano e acabou morto num atentado a bomba em 2005.

Bem, não é à toa que há tantos libaneses mundo afora. O Brasil é no mundo todo onde mais há descendentes de libaneses: estimam-se mais de 6 milhões, de longe a maior população, seguida de 1.2 milhão na Argentina, e maior até que a população estimada em  5 milhões no próprio Líbano.

Vim conhecer o país, essa terra de origem de tantos dos meus compatriotas.

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“Se você repetir uma mentira o suficiente ela se torna verdade política“. Encontrei numa rua em Beirute, a capital.
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Ruas de Beirute.

Cheguei na primavera, pelo Aeroporto Internacional Rafic Hariri em Beirute. Fora do verão, o clima mediterrâneo aqui é bastante agradável. Fazia um belo dia ameno de sol.

Brasileiros não necessitam de visto, mas a sua entrada será negada se seu passaporte tiver indícios de que você esteve em Israel. Os dois países estiveram em guerra por diversas ocasiões e não se dão. Quando desembarquei, antes mesmo de chegar à imigração, era preciso passar por um soldado libanês que folheava os passaportes de todos, um a um, para verificar isso. (O reverso não é verdadeiro, então se você quiser visitar os dois países, venha ao Líbano primeiro. Ou espere até tirar um novo passaporte.)

Um dos efeitos, me parece, de um governo disléxico como o do Líbano é não haver qualquer transporte público que preste no país inteiro. Tudo se faz à base de táxis e veículos privados fazendo “lotação”, aqui chamados de service [pronunciado “servíss”, do francês]. Até os ônibus interurbanos são meio aleatórios, com quase nenhuma informação e poucas paradas fixas. Pegam passageiro em qualquer lugar. Não há rodoviária central nem estação de trens em Beirute. 

Do aeroporto, é preciso tomar um táxi que sairá por entre 15-25 dólares (ou mais que isso se você for bobo). Chegando, negociei um por USD 20. Aprendi que é inteiramente desnecessário trocar libras libanesas (aqui chamadas de libanaises, em francês, que soa como “libanéz”). Tudo se pode pagar com dólar, desde o táxi até o lanche na padaria da esquina. O troco virá numa mistura de dólares e/ou libanesas, e essas serão o bastante. Melhor que encher-se delas e depois não conseguir livrar-se. (Até os caixas automáticos dos bancos te dão a opção de sacar dinheiro em dólares americanos.)

Duas curiosidades aqui: A primeira é que as tais libanesas parecem notas de Banco Imobiliário, bem pequenas como se fossem dinheiro de brinquedo.

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Libras libanesas na minha mão. As notas são bem pequenininhas, e me lembraram dinheiro de brinquedo. Há um câmbio fixo de 1 USD = 1500 libras libanesas, que todo mundo conhece e respeita (exceto as casas de câmbio, que tentarão ser mais espertas). Trocar dinheiro é completamente desnecessário se você tiver dólares. Basta usar as libras libanesas que receber como troco.

A segunda curiosidade é que, não importa o quanto o Líbano tenha sido “afrancesado” ou europeizado ao longo do último século: o comportamento das pessoas é extremamente árabe, semelhante ao jeito hiper familiar, patriarcal e passional dos países vizinhos.

No aeroporto de Beirute, eu assisti àquela festiva briga passional entre taxistas, pois um acusava o outro de ter passado na frente. Eu já sentado lá dentro, mochilão no bagageiro, e o meu taxista retorna gritando: “Vá com ele ali“. E dizendo ao colega: “Você quer o passageiro? Tome o passageiro. Tome, vá por 20 mil libanesas! [um preço barato, cerca de 13 USD, menos que os 20 USD em verdade acertados]”

Não pague a ele mais que 20 mil libanesas!“, me disse o meu motorista enfático, eu ali no meio daquele furdunço. O outro taxista, o que havia reclamado, se desinteressou por esse preço e me devolveu. Minha mochila, que estava prestes a ser retirada do bagageiro e passada pra o outro o carro naquela pantomima, acabou ficando onde estava. Meu motorista fechou o fundo, e eu voltei para o assento onde estava. Sentado finalmente ao volante, ele abriu um sorriso, pôs os óculos escuros, e deu partida na corrida por USD 20 acertada.

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Áreas de Beirute ainda com danos que podem ter sido da guerra civil (1975-1990).
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Rua despretensiosa onde ficava o meu albergue.
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Ruas de bairro em Beirute, perto de onde fiquei.

Muitas partes de Beirute me lembraram São Paulo, particularmente aqueles bairros com muita vida comercial própria. O centro acaba sendo o mais diferente, à beira-mar e cheio de prédios modernos — mostrarei ele mais tarde.

Após instalar-me num albergue repleto de adolescentes festeiros que se embebedavam toda noite, saí para comer. Minha primeira andança por Beirute.

A minha primeira parada foi um lugar chamado Burger, onde esperei encontrar alguma opção vegetariana. Que nada. Entrei, e lá havia um bando de rapazes fumando narguilé (aquele fumo de mangueira, com o filtro de água, típico nos países árabes) e jogando baralho. Um outro jogava video game numa televisão grande. Perguntei se estava “aberto”; um dos rapazes me olhou confuso; eu perguntei se tinha sanduíche; ele disse que não. Saí. Deixei-os com o baralho. (O mais engraçado, digno de foto, foi que bem ao lado da fumaceira estava uma placa grande de No smoking. Aqui no Líbano há uma lei de 2012 proibindo o fumo em ambientes internos, mas ninguém segue.)

Na vez seguinte eu tive mais sorte. Era 23 de abril, Dia de São Jorge, e uma padaria chamada “São Jorge” me pareceu boa escolha. Um homem grande e barrigudo, de seus 45 anos, parecia administrar o lugar. Estava à porta olhando o povo passar na rua. Numa cadeira ao lado, um senhor mais velho (de seus 65), talvez o pai do anterior, e vestido àquela maneira tradicional: calça comprida, camisa bem abotoada, a barriga presa dentro da camisa e caída encobrindo o cinto, e sapatos sociais. Lá dentro, um rapaz operava um grande forno, tipo aqueles de pizza onde se põem e retiram as massas com uma longa pá.

Pedi um manush (chamam de vários nomes, e seriam o que no Brasil chamamos de esfiha) de espinafre. Delicioso. Feito na hora, massa quentinha saída do forno. Confirmei se eles aceitariam o pagamento em dólares, e pedi um segundo, desta vez de queijo. Ouvi o administrador pedir ao operador do forno por “zeitun”. Breve me chegou uma porção de azeitonas (cujo nome vem mesmo do árabe, daí a semelhança). E o ketchup, que o velho me disse — com gestos e com a cara — que era pra eu botar um bocado, cobrir tudo de ketchup. Eu ri, mas fui moderado. 

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No Líbano.
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Meu manush de queijo, lembrando uma pizza sem molho.
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Manush de espinafre, semelhante ao que chamamos de esfiha no Brasil. (Aqui no Líbano, vi usarem o nome sfiha apenas para a original, feita de carne, e típica do leste do país, que eu visitaria alguns dias depois.)

Em bom estilo de dono orgulhoso de sua padaria, o dono (que parecia ser filho desse senhor aí na foto) perguntou-me de onde eu era. Ao dizer “brasileiro”, ele se empolgou, como várias vezes viria a acontecer no Líbano.

— “Seu presidente é libanês!”, disse ele empolgado, referindo-se a Michel Temer. (Ele é filho de imigrantes libaneses, pra quem não sabe. E, aqui no velho mundo, as pessoas sempre olham a nacionalidade do sangue, não a terra onde a pessoa nasceu.)

Eu quis dizer a ele que Michel Temer está longe de ser uma figura bem quista no Brasil, mas fiquei a ver como dizer isso sem quebrar a cordialidade com meus novos amigos.

Ele não é muito popular”, disse eu entre uma bocada e outra tentando ser comedido, “mas os libaneses em geral são muito queridos no Brasil. Comida libanesa, por exemplo, é super popular por lá”, completei eu com minhas librianices ponderadas.

Chegou um rapaz gordo, que tinha o dobro do meu diâmetro, e usava camisa vermelha e sapatos vermelhos. Sentou-se comigo na mesa redondinha de lanchonete, e pôs-se a conversar em árabe com os donos.

Depois de um tempo, “Very delicious”, me disse ele num inglês quebrado. Eu disse “é”, e me percebi ali comendo aquelas massas e vendo os três homens ao meu redor, todos notoriamente barrigudos, e senti o perigo. Vi o destino que aguarda quem come demais disso.

Mas antes que eu acabasse o meu manush de queijo, chega-me o homem com mais um inteiro, desta vez coberto não por queijo, mas por sementes de gergelim e especiarias.

Este é o manush original!”, bradou ele orgulhoso. “Pra você experimentar. Esse é por conta da casa.” Meus olhos saltaram, já que o espaço que restava na minha barriga já não era tão grande assim, e agradeci.

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Mais um: o manush “original”, coberto com zaatar, uma mistura clássica de especiarias no Líbano. Contém orégano, gergelim, e mais um sem-fim de ingredientes na mistura.

Eu havia lido que no Líbano é tradicional as reuniões familiares incluírem um mundo de comida, e você não deve dizer não. Recusar comida aqui é de péssimo tom. Li que é de bom tom, inclusive, largar comida no prato, pra deixar claro que o que foi oferecido foi mais do que suficiente e não faltou.

Só não imaginei que isso se aplicasse até a padarias de rua. De repente eu, que havia chegado faminto, me vi começar a ficar sem espaço na barriga, depois de três manush, com azeitonas, porção de tomates cortados, e mais azeitonas picantes que o gordo de vermelho partilhou comigo. Pedi um suco pra ajudar a descer, e saí dali empanturrado, mas satisfeito. Larguei um pedacinho do último manush no prato, pra verem que não faltou (espero que o livro onde li isso não esteja errado!).

Foi um primeiro dia de contato. Apresento-lhes Beirute no próximo post.

Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

13 thoughts on “Bem vindos ao Líbano: Imigração, informações gerais, e as primeiras impressões

  1. Muito bonita essa imagem de abertura da postagem, digna de um poster. o senhor muito bem posto na foto, o belo mediterrâneo atras e a linda bandeira do Líbano com sua árvore símbolo : o cedro. e o mapa para que as pessoas se situem e saibam onde fica o pais.
    Ótimo resumo histórico do pais.
    menino, as comilanças parecem ser uma perdição. Parecem gostossissimas. Olhe o peso hahah
    Interessante e até certo ponto justificadas essas restrições a um estado que quase que destruiu o país.
    A ruas arborizadas se parecem com a de muitas cidades ao longo da costa do Mediterraneo, tanto na costa africana quanto na costa espanhola.
    apesar do presidente ser detestado, os demais libaneses são muito bem aceitos aqui no Brasil. Aqui no NE ha uma colonia mediana, a colonia maior creio que seja em S. Paulo. Muitos são maronitas.
    Gostei da primeira impressão.

  2. Adorei sua página e estou lendo tudo.. Parabéns..

    Vou pro Líbano daqui 10 dias e de lá pego um voo para Jordania!
    Na Jordania, fico 5 dias e de lá voarei pra Israel e depois volto pro Brasil.
    Estou com medo de emitir minha passagem Jordania-Israel e na imigração do aeroporto em Beirute eles saberem que tenho essa passagem e implicarem comigo.
    Você já ouviu algum relato sobre isso?

    Obrigado

    1. Oi Rafael!
      Obrigado! Fico contente que você esteja gostando da página.

      Quanto ao Líbano, entendo a sua preocupação. A minha sugestão é que você emita a sua passagem Jordânia-Israel mas *não* a imprima. Deixe pra imprimir na Jordânia. As autoridades libanesas costumam, sim, verificar os passaportes de quem chega; e, embora não o tenham feito comigo, sei que eles às vezes abrem a sua bagagem de mão para ver se há materiais em hebraico ou coisas vinculadas a Israel — por isso a ideia de não ter impressas consigo as passagens. Mas duvido MUITO que alguém pedirá para ver os seus e-mails, ou coisas assim mais pessoais, para ver suas reservas. (Essa invasão de privacidade só ocorreria em casos excepcionais.)

      Então fica aí a minha sugestão, com base no que já experimentei e já ouvi: compre a passagem, pra se beneficiar dos melhores preços, mas deixe pra imprimir na Jordânia.

      Sucesso! Qualquer outra dúvida, estamos aí.

      1. Obrigado pela rápida resposta.
        Seu conselho é exatamente o que estou pensando em fazer. Minha única preocupação é caso eles tenham acesso a passagens já emitidas. Voarei pra Tel Aviv de Royal Jordanian, e fico apreensivo deles terem acesso aos tickets emitidos dessa cia.

      2. Eu diria que é bem improvável, viu Rafael. Supondo que eles tenham acesso a essas informações (que, em princípio, são confidenciais), eles teriam que fazer esse rastreamento para cada um dos milhares de passageiros que chegam ao Líbano todos os dias. Não acho que eles tenham “braço” pra isso.

  3. Tem toda razão. Agora estou lendo sobre a Jordania. Muito bom, estou até imprimindo pzra ler durante a viagem…

    Não teve interesse em ir pra Israel?

    1. Fico contente! A Jordânia é bem tranquila e cheia de coisas bonitas e interessantes.

      Quanto a ir a Israel, ainda está nos meus planos. Mas como há muitos países que recusam a entrada de quem tiver carimbo de Israel no passaporte, eu estou planejando visitá-lo quando o passaporte estiver perto de acabar e ser trocado :-). Um dia ainda vou lá e relato aqui.

      1. Na entrada em Israel não colocam carimbo, justamente por esse tipo de problema deles com outros países, eles te dão uma espécie de rg em papel que vc deve guardá durante sua estadia por lá! Nem entrada nem saida eles carimbam passaporte

  4. Olá Mairon. Estou no Líbano e deu tudo certo com a entrada, Super Simples. Obrigado pelas dicas. Tenho outra dúvida. Li em alguns sites que tanto Líbano quanto Jordânia exigem o certificado internacional de febre amarela para autorizar a entrada. Não tenho mas entrei no Líbano e não me pediram nada. Vou pra Jordânia, como já te falei ali em cima. Pediram esse documento em alguns desses países pra vc?

    1. Oi Rafael! Que bom que você conseguiu chegar sem problemas! Aproveita!
      Quanto ao certificado internacional de vacinação contra a febre amarela, ele já me foi solicitado em países da África e da Ásia (África do Sul e Tailândia), mas nunca no Líbano nem na Jordânia. Acho que você não vai ter problemas, sobretudo porque você não estará chegando de um país com risco de febre amarela. Ou seja, se você estivesse voando direto do Brasil, talvez pedissem. Mas já estando aí no Oriente Médio, duvido muito. E você pode argumentar isso caso lhe peçam, mas duvido muito.

      Você pode verificar aqui em “yellow fever”, (https://wwwnc.cdc.gov/travel/destinations/traveler/none/jordan)

      Sucesso na jornada!

    2. Rafael, estou querendo ir para o Líbano, mas vou sozinha. Me dá um frio na barriga e me empolga ao mesmo tempo. Tem alguma dica para uma viajante ?

  5. Verdade!
    Se eu estivesse com febre amarela, já estaria doente e não passeando ha dias no Líbano antes da Jordânia.
    Não tinha pensando nisso, boa ideia!
    Obrigado de novo!!!

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