(Atualizado em Fevereiro de 2019 sobre vistos para brasileiros.)
O Irã é um dos países mais fascinantes — e exóticos — a se visitar, e muito mais tranquilo do que você talvez imagine. Eu fiz essa visita (de duas semanas) há não muito tempo atrás, e resolvi compartilhar aqui algumas dicas. Primeiro, as minhas impressões gerais:
- O que mais gostou. A sensação “estou no Irã” já dá uma adrenalina gostosa, aviso-lhes. Mas acho que o que mais gostei foram alguns ambientes limpos, tranquilos e floridos que você encontra em alguns parques de Teerã repletos de tulipas (a flor é originária aqui da Pérsia!), nos santuários abertos em Shiraz cheirando a jasmim, ou nas praças cheias de fontes e água corrente em Isfahan. Ambientes muito agradáveis — muito melhores que a maioria das praças na Europa, diga-se de passagem.
- Visita obrigatória. Isfahan, a terceira maior cidade e a mais bonita do Irã. Não há como vir ao país e não a visitar.
- O que não gostou. O trânsito, especialmente em Teerã, é insano! Os carros não respeitam quase nenhuma regra de trânsito, os semáforos vivem quase todos desligados (só no pisca amarelo), e as motos trafegam até mesmo na calçada e na contramão. Afora isso, os iranianos às vezes são meio enrolões. Eles geralmente não são rudes como os árabes ou turcos podem ser, são muito mais polidos, mas às vezes (inclusive em hotéis) te entregam gato por lebre, como ocorreu comigo em Yazd. Não se deixe cair na lábia da língua açucarada deles. Olho vivo.
- Queria ter visto mas não viu. Tabriz, no noroeste do país; e Mashhad, a segunda maior cidade, quase nas fronteiras com o Turquemenistão e o Afeganistão.
- Comida(s) a experimentar. O Irã não é assim um paraíso gastronômico, mas há coisas boas a experimentar. Não sei nomes, mas não deixe de conferir os pratos com berinjela, os demais pratos de legumes refogados com especiarias, e o arroz (sim, você verá que o arroz daqui é tão gostoso que às vezes você come ele até puro).
- Momento mais memorável da visita. O primeiro dia andando pelas ruas de Teerã e descobrindo-me no Irã. As ruínas de Pasárgada e Persépolis, no entanto, também são pra lá de memoráveis, se você gosta de História.
- Alguma decepção. Poucos lugares onde fazer refeições na rua, sobretudo se você busca comidas típicas. Os iranianos não parecem ter muito o hábito de comer fora de casa — e, quando comem, comem fast food tipo hambúrguer ou as pizzas meia-boca que você encontra por aqui.
- Maiores surpresas. O asseio dos lugares, a segurança, e a beleza dos palácios, praças, e jardins, coisas positivas que a mídia jamais te mostra.
Principais dicas
Visto. [Atualizado em Fevereiro de 2019]. Brasileiros não precisam pedir visto no consulado para o Irã. Desde novembro de 2018, é preciso apenas solicitar online um visto eletrônico (e-visa) até dois dias antes da viagem — sugiro fazê-lo com maior antecedência — no site oficial.
Chegando com essa solicitação por um dos aeroportos internacionais do país, brasileiros podem permanecer até 30 dias (no lugar de 15, como era antes). O Irã também deixou de pôr adesivos ou carimbos nos passaportes dos turistas, para que ninguém deixe de visitar por causa do que autoridades imigratórias de outros países possam pensar de você por ter vindo aqui. (Já passei por firula na Nova Zelândia por causa de visto iraniano no passaporte.)
Se você quiser ficar mais tempo, aí sim tem que enfrentar a papelada. Esta é a página da seção consular da Embaixada do Irã no Brasil. Não tenho como falar muito sobre o pedido de visto a partir do Brasil, pois eu tirei o meu visto na Holanda quando estava morando por lá. Digo que não houve a menor dificuldade (exceto esperar sentado, pois a Embaixada do Irã estava cheia).
Literalmente, a única pergunta que me fizeram foi se eu gostava de futebol. Os iranianos geralmente adoram os brasileiros, e o rapaz ficou logo entusiasmado quando viu a capa do meu passaporte. Não precisei de carta de governo iraniano, nem agência, nem nada fora do habitual (formulário preenchido, fotos 3×4, pagamento na hora no cartão de débito, e visto pronto em 10 dias úteis). No aeroporto, nada mais me foi perguntado.
Alguém também havia me perguntado se é obrigado ter guia no Irã. Não. Apenas turistas de passaportes dos EUA, Canadá ou Reino Unido são proibidos de visitar o Irã sozinhos, e obrigados a contratar os serviços de um guia de agência turística.
Segurança. O Irã não é o país inseguro que a mídia pinta. Se você tem interesse em ir por lá, é provável que já saiba isso. Se parar para analisar, verá que os atentados a bomba, tiroteios etc. que a mídia ocidental tanto nos mostra ocorrem quase todos nos países árabes (os iranianos são persas, não árabes), no Paquistão, ou na Turquia. O único risco real, francamente, me pareceu o de eu ser atropelado, pois o tráfego aqui é louco.
Venha tranquilo(a). As ruas são muito mais seguras que as do Brasil, inclusive à noite.
(Não sou mulher, mas se fosse, acho que ainda assim me sentiria relativamente tranquila nas ruas do Irã. Muito mais que em lugares mais regularmente visitados por brasileiros como o Egito ou o Marrocos, ou mesmo a Turquia. Conheci várias europeias viajando só e todas estavam satisfeitas aqui nesse aspecto.)
Códigos de conduta, obrigatoriedade de cobrir a cabeça, etc. O Irã, embora seja relativamente tranquilo, ainda é uma teocracia islâmica autoritária. Todas as mulheres, turistas ou não, precisam cobrir a cabeça com um véu em todos os ambientes públicos, já a partir do momento em que desembarca do avião. O Irã, no entanto, é provavelmente o país dos véus mais descolados em todo o mundo islâmico. Já que é obrigatório, as elegantes e liberais jovens iranianas o usam bem colorido e folgado na cabeça. Neste post eu trato especificamente desse assunto.
Entretanto, saiba que essa não é a única regra. Homens e mulheres precisam estar com os ombros e joelhos sempre cobertos (deixe as bermudas e as regatas em casa; os iranianos sempre vestem calças compridas, sapatos fechados, e camisas que cobrem os ombros). As mulheres podem usar calças, contanto que não sejam daquelas muito justas que mostram as curvas. Em geral, recomenda-se usar uma blusa mais comprida, que cubra o bumbum por cima da calça. Existe uma “Polícia Moral” responsável por monitorar isso, mas digo-lhes que jamais os vi. Se você se enquadrar nessas normas, acho que ninguém o incomodará. Fui com uma amiga e não tivemos nenhum problema.
Por fim, não se esqueça de que carícias em público são proibidas. Você verá casais jovens andando de mãos dadas, mas, nas ruas, nada de grandes abraços nem agarra-agarra.
Onde ir? Quantos dias em cada lugar? O Irã é um país grande, com muito para ver. O mais simples é chegar por Teerã, a capital iraniana de 12 milhões de habitantes, e que merece sua visita. Acho que umas 4 noites são o ideal. (A cidade tem palácios, praças, bazares e museus a ver. Por outro lado, é uma cidade barulhenta, poluída, e meio estafante. Eu gostei de visitá-la mas, confesso, estava também contente em seguir viagem.)
Isfahan é a capital clássica do Irã de alguns séculos atrás, onde estão os mais belos palácios e mesquitas, além da segunda maior praça do mundo. É uma cidade que você não pode deixar de ver. Ela também tem um bairro cristão armênio que merece a sua visita, e pontes de pedra lindíssimas. Eu recomendo no mínimo 3 noites em Isfahan.
Shiraz, principal cidade do sul do país, também tem jardins, santuários e mausoléus impressionantes. Além disso, fica perto das Ruínas de Persépolis e de Pasárgada, da Pérsia Antiga. Não dá pra vir aqui e não ver. Os passeios a essas ruínas duram um dia inteiro (quase todas as acomodações vendem o passeio), e Shiraz propriamente dita merece no mínimo um dia inteiro também, então estamos falando em 3 noites pelo menos.
Acho essas três acima as cidades essenciais. Uma dica é, se você deixar Isfahan para o final — ou qualquer outra cidade que não seja muito longe de Teerã — e tiver que retornar à capital para o seu voo de volta, procure um ônibus que leve você diretamente ao aeroporto internacional. O tráfego em Teerã é um inferno, e o aeroporto fica longe. É muito mais prático rumar direto ao aeroporto, sem entrar na cidade. Há ônibus que fazem essa rota de Isfahan, e provavelmente de outras cidades próximas também.
Transporte. Os ônibus iranianos são dos melhores que já tomei em todo o mundo, e são o meio de transporte mais usado para cobrir distâncias não muito grandes. Eles, sinceramente, me surpreenderam. As poltronas são confortáveis, e às vezes há três assentos em vez de quatro lado a lado, o que significa mais espaço. Adorei. E não me pareceu necessário comprar com antecipação, a menos que você esteja viajando em algum feriado como Nowruz, o ano novo persa, celebrado com a entrada da primavera no hemisfério norte (fim de março).
Trens praticamente inexistem aqui, e o que os iranianos usam para cobrir longas distâncias é avião mesmo. Os voos domésticos no Irã são muito baratos. Há quem diga que não são muito seguros, mas os tomei sem o menor problema (ou eu não estaria aqui escrevendo). Há apenas dois poréns:
- Chegue com bastante antecipação ao aeroporto, pois às vezes há troca de portão, essas coisas, e você que não entende a língua vai precisar de um tempo pra se orientar. Foi o único país do mundo onde me fizeram mudar de fila de check-in, e no check-in novo os últimos se tornaram os primeiros. Venha preparado pra essas ondas.
- Cartões de crédito internacionais, devido às sanções ocidentais ao Irã, em geral não funcionam. Isso significa que você precisará da ajuda de uma agência de viagens para comprar as suas passagens. Por sorte, há muitos voos domésticos, e baratos (tipo 50 euros pra 2h de voo), então você pode comprá-los em Teerã. No meu caso, eu primeiro visitei Istambul antes de ir ao Irã, e as agências de lá compram passagens no Irã sem problemas.
Dinheiro & câmbio. O Irã não é um país caro. No entanto, você precisará vir preparado com dinheiro em espécie (de preferência euros ou dólares americanos). A moeda daqui é o rial, mas não é preciso adquiri-la antes de chegar. Há casas de câmbio por toda parte nas grandes cidades, sobretudo em Teerã. Lembre, contudo, que devido às sanções ocidentais o seu cartão internacional, seja de débito ou crédito, não funcionará aqui. Nem para sacar dinheiro, nem para fazer pagamentos. Tudo é em dinheiro.
Acomodações. Acomodação é mais um lado pouco conveniente da vinda ao Irã. O turismo aqui ainda é pequeno, só agora está começando a crescer. Se isso por um lado significa que você encontrará um país autêntico, com pouquíssimas coisas feitas “para turista ver”, por outro lado significa que as opções de acomodação são limitadas. Praticamente não há albergues (hostels), as pousadas são poucas, e mesmo os hoteis são meio chinfrins. Dito isso, há, sim, pousadas boas —afinal de contas, você só precisará de uma em cada cidade.
O booking.com oferece pouquíssimas opções no Irã, então a melhor pedida — e o que fiz — foi consultar o TripAdvisor.com (o link específico é este aqui) e reservar diretamente com as propriedades. Há muito mais opções que no Booking, e eles em geral respondem e-mail. Não se esqueça de perguntar por escrito o preço, para que fique registrado, e não se surpreenda se a confirmação “de boca” por e-mail for tudo — sem vouchers, nem nenhum documento mais formal.
Caso você queira levar confirmação de reserva para mostrar na imigração, pode levar os e-mails impressos mesmo. Por outro lado, saiba que se for ficar em AirBnB ou CourchSurfing, talvez lhe será cobrada pelo oficial de imigração uma carta-convite do seu anfitrião. (Você pode conversar isso com ele.)
Idioma e comunicação. Dá pra se virar com inglês? Dá. Há alguns poucos iranianos fluentes, outros tantos que quebram o galho, e há a grande maioria dos que não acertam falar quase nada, mas que ainda assim estarão dispostos a se comunicar com você — como ocorre com os estrangeiros no Brasil. Os iranianos em geral são muito sociáveis.
O mais difícil, verdade seja dita, é que os números são diferentes. Eles aqui falam persa, mas usam o alfabeto árabe pra escrever. Até aí tudo bem (ou não, ha ha). Só que os algarismos são os arábicos orientais, enquanto que nós no Ocidente usamos os algarismos arábicos ocidentais. Neste post eu falo e mostro um pouco disso. Procure aprendê-los (são apenas nove!), e isso facilitará imensamente a sua vida na hora de consultar preços, conferir horários e datas de passagens, número de ônibus, etc.
Compras. E para os que gostam de ir às compras quando viajam, o Irã é um prato cheio. Não faltam artesanias de vários tipos, como itens de decoração, almofadas, e os famosos tapetes persas. Eu os mostro sobretudo no meu post de Isfahan (onde de fato há bem mais lojas desses produtos típicos). No entanto, saiba que eles não são baratos, e se prepare para barganhar. Como aqui há pouco turismo, eles vendem quase sempre a outros iranianos, então não há aquela ganância esperta que você encontra na Índia, no Egito, no Marrocos e nos demais países desta região habituados a vender para turista. Mas mesmo assim barganhe, pois é parte da cultura local.
Digo-lhes logo de antemão que evitem comprar nas partes turísticas de Isfahan, como nos arredores da Praça Imam, ou no bazar de Teerã. As melhores compras que eu fiz foram em mercados de rua, ou em lojas fora dos bazares.

Se você ficou com alguma dúvida, quer algum toque, ou tem alguma pergunta que eu não respondi, é só pôr abaixo nos comentários.
Oi, Mairon!
Você acha que precisa de guia para conhecer o Irã ou você acha que dá para a pessoa ir até Isfahan sem guia?
Emília
Oi, Emilia! Bem vinda ao site!
Eu diria que realmente não há necessidade de contratar guia no Irã, exceto para passeios muito específicos como a Pasárgada e Persépolis (em cujo caso os guias normalmente já fazem parte do tour que você contrata nas cidades). Nas cidades, certamente que ter um guia seria uma conveniência, mas necessidade não há. As ruas são seguras (exceto pelo trânsito), e embora os iranianos não costumem ser fluentes em inglês, eles em geral são MUITO prestativos, caso você precise de alguma coisa. Às vezes basta dizer o nome do lugar que você está procurando e eles indicam, mesmo sem falar inglês ou sem você falar persa. De modo geral, eu diria que o Irã é um país bem sossegado de se visitar (bem mais que o Egito ou o Marrocos, por exemplo).
Qualquer outra dúvida, estamos aí.
Mairon
obrigada 🙂 Pois é, dá medo de se perder, já que não falo a língua local nem leio o alfabeto farsi…
Eu entendo a sua preocupação, mas em geral é tudo bem tranquilo :-). O que eu recomendo aprender (e que não dá tanto trabalho assim, mas facilita muito a vida lá) são os números. Conhecer os algarismos daqui poder ser uma mão na roda, pra saber ler preços, números de ônibus, horários e datas ou o que for. (Eu os mostrei neste post inicial.)
Muito bom seu blog
Gostaria desaber se google maps funciona bem.
As passagens de shiraz a isfahan e dai pra teeran vc acha que da pra comprar em rodoviaria ou apenas de aviao?
Quanto tempo?
Tambem queria saber hj 2019 se continua o viato no aeroporto por 15 dias, e por que nao pegou o visto assim? Veio por terra?
Obrigado, Mirian! Contente que tenha gostado.
Vamos às suas perguntas.
– Sim, o Google Maps funciona normalmente no Irã, embora Facebook, Gmail e muitos sites internacionais sejam bloqueados.
– Desde novembro de 2018, o Irã atualizou as regras sobre visto. Agora há um sistema de visto eletrônico (e-visa) que você precisa solicitar no site oficial (aqui) pelo menos 2 dias antes da viagem. Até onde sei, isso só é válido se entrar no país por aeroportos, não por terra. A estadia atualmente é de até 30 dias pra brasileiros. E, também desde Nov 2018, o Irã já não põe adesivos nem carimba o passaporte, já que outros países (USA, Canada…) ficam cismados quando veem que algum turista esteve no Irã (eu próprio já passei por isso). No meu caso, como eu morava na Holanda com acesso fácil à embaixada iraniana, achei mais tranquilo viajar mais tranquilo já com tudo resolvido.
-Sobre transporte entre as cidades iranianas, sim, é possível e fácil ir por terra. Note, contudo, que as distâncias às vezes são grandes. Eu fiz Teerã-Shiraz de avião pela rapidez, mas todos os outros trechos foram de ônibus, comprados pessoalmente nas rodoviárias. Assim que chegava numa cidade, comprava logo a passagem do dia de partida. Note, inclusive, que de Isfahan há um ônibus direto ao aeroporto internacional de Teerã.
Havendo outras dúvidas, estamos aí. Vou aproveitar para atualizar a informação no post sobre a situação atual dos vistos.
Mairon,
Se eu alugar um carro em Teerã e ir parando nas cidades mais importantes do Irã, para uma mulher dirigindo sozinha existe algum perigo em relação as pessoas?
Oi Maria Cecilia,
Essa não foi uma experiência que eu tive, não sei ao certo como é a facilidade de um estrangeiro alugar carros no Irã (especialmente com os embargos no uso de cartões de crédito internacionais devido às sanções dos EUA sobre o Irã. E tanto Visa quanto Mastercard são empresas americanas). Dito isso, tenho duas coisas a colocar:
– Vi MUITAS mulheres dirigindo no Irã. Devido à tradição liberal e algo emancipadora que o país tinha até 1979, as mulheres no Irã são muito autônomas e participam com certa independência na vida social, bem mais que nos países árabes ou na Índia, por exemplo. Sendo assim, uma mulher dirigindo sozinha no Irã não causará estranheza a ninguém. E os iranianos, em geral, são bastante corteses. Neste sentido, não antevejo problemas. (Recomendaria somente os cuidados básicos, especialmente se dirigindo à noite.)
– O tráfego no Irã é um pouco louco (mais que no Brasil). As pessoas são bem desregradas no trânsito. Não se respeita faixa de pedestre, os pedestres atiram-se em meio aos carros, e os semáforos frequentemente não funcionam. Talvez você seja uma motorista experiente. Só alerto pra que antecipe um trânsito pouco ordeiro.
Espero ter podido ajudar em algo, mas se houver alguma outra dúvida, estamos aí!
Que visto preciso para entrar no pais por terra? Vale o e-visa?
Em princípio, o e-visa que você solicita para colher o visto na chegada só é válido para chegadas por avião, Eliéz. No entanto, há relatos de pessoas que foram assim mesmo por terra e conseguiram entrar. É um pouco de sorte; acho que depende do humor ou da atitude do oficial de imigração no seu caminho. Em princípio, e-visa só pra ar, e para por terra só solicitando o visto antecipadamente num consulado iraniano.
Oi Mairon! Adoro ler o seu blog pq sempre encontro dicas úteis para minhas viagens :).
Você recomendaria ir no feriado de Nowruz? Estou planejando ir nessa época, uns falam que é ótimo outros já dizem que é tudo mais caro e caótico.. Oq vc acha? Eu vou sozinha e pretendo ir vindo de Dubai até Teerrã, será q realmente vou precisar da carta convite de um local? E qual o valor do visto? Pretendo ficar 3 semanas.
Oi Eliz! Sempre bem vinda 🙂
Você vai amar o Irã. É um lugar cheio de cultura e gente simpática. O país há menos de 1 ano introduziu um sistema novo de vistos eletrônicos. Você precisa solicitar no site oficial (https://evisatraveller.mfa.ir/en/request/) e vai em Tipo B – Turismo. Vale por até 30 dias, então suas 3 semanas caberão tranquilas aí. A última notícia que eu tenho do custo foi de 75 euros. Se não mudaram, ainda é isso, mas dando seguimento na solicitação online você vai descobrir. (Não deve ter mudado demais.) Você precisará escanear a página de informações do seu passaporte e também uma foto estilo oficial escaneada. Já carta convite não é preciso.
Sobre ir durante Nowruz… Hmm, tem seus riscos. Primeiro eu preciso dizer que fui no começo de abril e foi super tranquilo. Tem sites por aí dizendo que não é época boa, mas é bobeira. Abril é ótimo no Irã, até porque ainda não é muito quente e as flores estão lindas. Porém, a menos que você conheça iranianos e seja acolhida por eles, eu optaria por evitar os dias propriamente ditos do Nowruz. Você pode dar sorte e ser albergada por alguém (os iranianos são muito hospitaleiros, e se você quiser tentar no CourchSurfing, é bem provável que consiga anfitriões que estarão muito felizes em acolhê-la). Mas, no mais, acho que muita coisa fecha, e você pode acabar sem acesso às atrações e lugares, além de voos domésticos e ônibus certamente se esgotarem com os iranianos viajando de um lugar a outro.
Eu acho que 1 semana depois do Nowruz já estaria ótimo, se você tiver essa possibilidade.
Legal Mairon, obrigada pelas dicas. Deu uma idéia bacana, vou rever as minhas datas pq não quero perder as principais atrações :). Se você tiver alguma indicação de hotel, te agradeço! No airbnb não apareceu os preços pra mim e no booking nadinha rs.
Legal!
Eles são bem fechados economicamente, por causa das sanções americanas. Não funciona cartão de crédito, nem saque com cartão estrangeiro em caixa automático (leve dinheiro vivo, euros ou USD), e eles acabam não participando dessas plataformas que incluem pagamentos desde o exterior. O jeito é procurar pelo TripAdvisor (lá você vai encontrar várias; basta pôr no Google “accommodation in Shiraz”, por exemplo, que elas aparecem no mapa). No mais, é tipo como fazer reservas 15-20 anos atrás: mandando um e-mail direto para o hotel :-). Vários deles têm sites. Como a moeda iraniana sofre muita inflação, peça por escrito uma confirmação do preço por e-mail. O pagamento se dá pessoalmente, e quase sempre na moeda deles.
Eu tive experiências mistas com acomodação no Irã. Vou recomendar as de que gostei. A Bekhradi Historical House em Isfahan é muito agradável (embora um pouco cara), e a Sepehri Traditional House em Shiraz também. Em Shiraz você verá muitas “traditional house” com bons reviews do TripAdvisor e pode pegar qualquer uma delas.
Beleza, obrigada Mairon. 😀
Mairon, eu passei um mês no Irã (junho de 2019), viajei sozinha e foi uma das melhores experiências de viagem que tive até hoje. Sobre o visto, não precisa mais tirar pela internet. Agora também tem on arrival, se você chegar diretamente de avião em Teerã. Paga a taxa, compra o seguro médico (que é obrigatório) no aeroporto e logo consegue o visto. Não carimbam o passaporte, como você disse. Sobre a segurança e ser mulher, em momento algum senti medo ou passei por algum aperto. Os iranianos são muito amáveis e respeituosos.