Eu vim morar na Holanda em 2008, e em pleno 2017 ainda não havia ido a Zaanse Schans, um dos lugares mais turísticos do país, nas vizinhanças da capital Amsterdã. Uma daquelas coisas de deixar pra depois e nunca fazer.
Zaanse Schans é, na prática, um museu a céu aberto. Trata-se de uma bem conservada área semi-rural que preserva das mais típicas paisagens da Holanda — com seus moinhos de vento, terra plana recortada por canais de água, gramados com animais pastando, e casas bonitinhas de madeira do tempo em que Van Gogh pintava.
Vale a pena vir. Toma nada mais que 20 minutos de trem vindo de Amsterdã, e umas 2-3h de passeio, a depender do seu ritmo.
(Os trens na Holanda não requerem reserva prévia. O preço é fixo. Basta comprar um passe numa das máquinas amarelas que abundam na estação Amsterdam Centraal. Há partidas a cada meia-hora. Procure pelos trens sprinter — o nome que os holandeses dão aos trens pinga-pinga, que param em todas as estações pequenas do caminho — com direção à cidade de Uitgeest, e detenha-se na estação Zaandijk Zaanse Schans.)


Eu me dispus a vir com Piero, um figuraça italiano amigo meu cuja idade exata eu nunca soube, mas que tem seguramente mais de 40 anos e diz abertamente que — à moda típica italiana — é ainda a sua mãe quem compra suas cuecas. (Ele foi também a única vítima que já vi na vida de cachorro que confundiu a perna de alguém com poste e urinou. O dono do cachorro, constrangido, depois ofereceu-lhe pagar um vinho. Isso foi em Veneza, há poucos anos atrás.)
A chegada à estação de trem leva exatos 17 minutos. De lá, é preciso caminhar uns 15 pelas ruas da cidadezinha até chegar a Zaanse Schans propriamente dita. A rota está bem indicada e é facílima — não se preocupe com mapas, basta seguir as pessoas.
Era um dia de primavera fria, aquele ensaio de sol combinado a um ar fresco digno de inverno do sul do Brasil. Na Holanda, contudo, a chuva está sempre à espreita; quase nunca um dilúvio, mas aquele chuvisco persistente. Na Holanda, parta sempre do princípio que vai chuviscar, mesmo que a previsão do tempo diga o contrário (foi o que aconteceu.) Melhor, pois assim as paisagens ficaram mais autênticas ainda.


Ficamos um tempo esperando a chuva que nos assaltou, à mercê desses quitutes, e enfim seguimos caminho.
Não é necessário pagar para entrar na área de Zaanse Schans — pois, afinal, parece mas não é um parque temático: as casas são de verdade, com gente morando dentro. Só para entrar nos moinhos é que há um custo, mas é aí fica a seu critério. Eu não achei necessário.




O lugar é extremamente pacato antes da chegada dos turistas (a maioria só aparece das 11h em diante). Parece que você está visitando cenário de fábulas do Chapeuzinho Vermelho ou algo similar, com a vovó a fazer biscoitos caseiros e tortas de maçã. (Comer torta de maçã na Holanda é obrigatório.)
A chuva, é claro, voltou. (Não se guie por fotos que mostram a Holanda ensolarada. A chance de estar nublado é 10x maior.)







Caminhei por ali com Piero até vermos praticamente todas as casas (por fora, pois só as comerciais são abertas ao público, com lojinhas etc.). Não leva mais que um par de horas. Há uma demonstração do fabrico de queijo (típico na Holanda) e uma agradável fábrica artesanal de chocolate (que não é típico mas eles aqui adoram mesmo assim).
Com o passar as horas, a quantidade de turistas cresce bastante. Não faltaram italianos, chineses, e alguns poucos brasileiros aqui e ali conversando. (Repito que acho que vale a pena chegar mais cedo, antes das 11h, e pegar ainda um pouco do bucolismo do lugar antes das hordas.)
O passeio é coisa simples, mas não deixa de ser bonito de ver (e fácil e barato). Chegando cedo, dá ainda pra escutar o vento nos campos e sentir o cheiro de capim molhado.
Retornaríamos a Amsterdã, mas não sem antes comer umas poffertjes [PÓ-fertias] no caminho. Poffertjes são uns bolinhos pequenos de massa macia, que os holandeses tradicionalmente comem com manteiga e açúcar fino. Coisinha boba, mas são gostosas.


Um dia ainda escrevo sobre Amsterdã. [Este post agora existe, e está aqui.]
Uaaauuuu, Que fofura essa cidadezinha!… Parece saída dos contos de fada!… lindinha. Adoro esse bucolismo de campos gramados,animais pastando, pontes, água, casinhas de madeira com telhadinhos inclinados e coloridos. Transporta-me à infância com seus brinquedos de armar, e com seus livros ricamente coloridos de histórias. Delicia de cidadezinha. Parece feita de chocolate hahah. Lindos e românticos moinhos. E a torta de maça, então, uma delicia à parte. Esses sapatinhos são lindos.Obrigada; Gostaria de Conhece-la. Gosto muito da Holanda e amo Amsterdam, a Rainha do Mar do Norte.