Um dos fenômenos musicais mais populares do mundo contemporâneo é coreano — quem diria. Música de 2012, Gangnam Style, do artista sul-coreano Psy, ainda é dos vídeos mais vistos do mundo no YouTube, com cerca de 3 bilhões de visualizações.
O que pouca gente sabe é que esse vídeo é uma sátira, uma ironia com os opulentos “novos ricos” de Gangnam, distrito no sul de Seul onde se concentram os altos prédios de escritórios de empresas e o centro financeiro do país. Sendo um país que vem crescendo vertiginosamente nas últimas décadas, a Coreia tem uma ascendente classe de executivos, empresários e funcionários bem pagos que adoram exibir essa riqueza. Como os chineses, os coreanos adoram “se mostrar” quando têm dinheiro — este é o “estilo de Gangnam”, que Psy parodia.
Se uma daquelas 3 bilhões de visualizações não foi sua, eis o vídeo abaixo, antes de eu dar seguimento à minha visita. O vídeo é bobo, com seu pastelão asiático e o personagem-sátira dos executivos de Gangnam, mas é divertido.
Verdade seja dita, Gangnam é um distrito pra lá de bonito. Não sei se jamais vi em outro lugar avenidas tão impressionantes quanto as daqui — amplas, arborizadas, com prédios novos.







Como eu disse no post anterior, Seul às vezes nos dá a impressão de que já estamos na década de 2020. Não sei como é essa cultura pelo lado de dentro; seria preciso trabalhar aqui para saber; mas, como visitante, Gangnam certamente vale um bordejo.
Algo pequeno que mencionei, e que não sei se chamou a atenção de alguém, é a presença regular de cafeterias aqui. Nessa onda de ocidentalizar-se e modernizar-se, a Coreia do Sul abraçou como nenhum outro país asiático a “cultura do café” — não apenas o costume de usar a bebida, mas a presença de baristas, de espaços agradáveis onde consumir café, etc., como vem ocorrendo Ocidente afora. Em nenhuma outra parte da Ásia você encontrará tantas cafeterias quanto na Coreia.



Em matéria de ambientação, digo-lhes que os coreanos não deixam nada a dever aos europeus. Supera inclusive muitos lugares lá. E quanto à qualidade do café, essa varia, mas você consegue encontrar lugares muitos bons.
Contudo, há uma discrepância maior que na Europa, na minha experiência. Como diz um italiano amigo meu, “Não é só ter a máquina de espresso, é também saber usá-la”, e eu acho que aqui muita gente não sabe. Tomei dos espressos mais azedos da minha vida (o que, muitas vezes, tem a ver com regulação mal feita da temperatura na máquina. Há uns truques, que baristas experientes dominam). Eles aqui estão começando; e como o hábito também é novo, eles não são “sancionados” pela clientela por às vezes fazer um café ruim. Na Itália e em alguns outros países da Europa o cliente logo reclamaria, ou deixaria de ir lá, pois todo mundo sabe o que é um bom café. Apesar disso, com o tempo você descobre os cafés onde há baristas bons aqui também.
Uma coisa curiosa que você aqui ocasionalmente vê, e quase nunca na Europa, são pessoas debruçadas dormindo sobre a mesa em cafés e restaurantes. Aquele cliente que terminou o café e resolveu pôr uma música no phone de ouvido e tirar ali uma soneca de cansado, feito aluno de escola de manhã. Resultado do imenso stress a que eles aqui no leste da Ásia estão submetidos para matarem-se de trabalhar (às vezes, literalmente). Dessa parte, o Gangnam Style não fala.
Volto com mais da Coreia do Sul no post seguinte.
Fiquei com vontade de conhecer! Andar por essas avenidas… ♥
Quando cheguei na parte do café, aumentou a vontade de ir. Até chegar na parte do espresso azedo, hahaha.
Ainda assim, parece um lugar bem agradável de se visitar e sem as frescuras que a Europa me parece ter.
Um beijo, amigo querido!
Uma cidade do futuro, com excelente e futurístico centro financeiro. Surpreendente. Estão se superando. Agradaram-me as belas avenidas com calçadões e arvores. Parece agradável.
Vale ressaltar a sua observação no que se refere à ciranda que é o trabalhar no Oriente Asiático. Fiquei impressionada com o ritmo de trabalho ininterrupto a que se submetem as pessoas. Ao meu ver um horror. Dai ao stress é m passo. essa cultura do trabalho de forma exagerada, ao meu ver é nociva para o corpo e a psiquê.
E detestei o café azedo hahah.