Cheguei de ônibus a Gyeongju, uma cidade histórica no sudeste da Coreia do Sul. Por nada menos que 1.000 anos ela foi a capital do Reino de Silla (57 a.C. – 935 d.C.), no tempo em que a Coreia ainda não era unificada. Ela chegou a ser a quarta maior cidade do mundo em sua época, um período que viu o budismo como religião oficial aqui.
Hoje, eu cheguei esperando encontrar uma cidade histórica nos moldes das pequeninas cidades históricas europeias, mas na prática me deparei com o que mais parecia uma cidade-resort de montanha — com lojas modernas de marca, pessoas desfilando seus carros de luxo em ruas estreitas, nada de muito histórico —, só que sem montanhas.
Gyeongju hoje é uma cidadezinha moderna; pequena para os padrões contemporâneos, mas sem muito em termos de história ou cultura, exceto pelo antigo templo budista Bulguksa, que permanece aqui desde 528 d.C. (Isso pode contrastar um pouco com o que a internet sugere, mas digo-lhes com tranquilidade.)




Eu tinha uma noite aqui, num albergue que é permanentemente decorado para o natal. O gerente é um coreano que atende pelo apelido de “Santa” (em referência a Santa Claus, o Papai Noel). Surreal.
Cheguei, a porta estava aberta, entrei, e não havia ninguém. Um adesivo com o meu nome figurava numa das camas. A TV raiava para ninguém, passando programas coreanos bobos onde emoticons apareciam na tela para ilustrar a emoção dos participantes numa gincana. Um aviso na parede dizia para ir procurar “Santa” numa loja de roupas ali perto. (Eu devo admitir que a esta altura ainda não havia sacado o aspecto natalino da coisa; achava que “Santa” seria uma mulher.)
Achei a loja de roupas e achei Santa, um coreano animado de seus 40 anos, de estilo Tom Cruise asiático que sorria muito e falava pouco. Santa em vez de vir entregar presentes, veio comigo ao albergue receber o dinheiro, e eu nunca mais o veria.
Uma hora depois, me aparece Oussama, um rapaz marroquino perguntando se Santa era eu. Veja que coisa de doido. Depois ainda chegariam uma alemã e um rapaz brasileiro morando na Coreia e que me contaria coisas sobre o país.
Oussama era a cara do cantor marroquino Saad Lamjarred. Quando eu lhe disse isso, ele riu mas desaprovou a comparação, dizendo que o cantor é meio tapado. (Se você não conhece Saad Lamjarred, ei-lo aqui.) Gostei do mundialismo de estar de repente na Ásia conversando sobre o Marrocos.
No dia seguinte, Oussama e eu iríamos ao templo budista Bulguksa, que é o que há de interessante para ver na cidade. Ele é tombado pela UNESCO desde 1995. Não sem razão, vocês verão.















Deixo vocês com um pequeno vídeo que fiz do panorama do templo, durante uma oração budista. Eu partiria de Gyeongju naquele mesmo dia, após comer um bibimbap acompanhado de duas simpáticas espanholas próximo à rodoviária. Retornaria a Busan, dali a Seul para mais duas noites, e dali finalmente à Malásia. Vejo vocês lá.
Ah, que beleza!…. apaixonantes esses templos, essa natureza magnifica, prodigiosa, esse bucolismo encantador, esse verde que é uma festa para a visão e o coração. Adorei o verde e rosa da Mangueira, Estação Primeira haha, Fico extasiada com essa arquitetura e esses coloridos. Lindo astral, ótimo ambiente, Mas o que mais me atrai , e eu ouviria o dia todo se possível, são esses Mantras deliciosos e magnificos. Fácil de entrar em Alfa com eles hahah. Massageiam o espirito. Obrigada, viajante por mais uma bela postagem sobre esse gostoso Oriente suas belezas, sua religiosidade, s e sua cultura.
E que interessante esse alojamento sem ninguém e o Santa? haha coisas da Coreia haha.
O senhor estava ótimo dentre a natureza.
Esses interiores dos templos são belíssimos. Os altares, são deslumbrantes, e as lanternas, um espetáculo à parte.