[Continuação de Georgetown, Penang, Malásia: Onde as culturas chinesa, hindu, e malaia islâmica convivem, Georgetown, Penang, Malásia (Parte 2): Comidas, curiosidades e templos, e Georgetown, Penang, Malásia (Parte 3): No meio do povo nestas terras tropicais]
Estas terras tropicais têm de tudo.
Eu já havia visto bastante aqui em Georgetown, mas não tudo. Embora as culturas malaia, chinesa, e hindu tâmil sejam mesmo as dominantes nesta região dos Estreitos de Malacca (incluso em Singapura), há outras também. Dentre essas outras estão os birmaneses (do atual Myanmar, antiga “Birmânia”) e tailandeses budistas que se instalaram aqui. Se você sentiu falta do budismo no pot-pourri de religiões que mostrei nos posts anteriores, chegou a sua hora.
Há dois templos budistas bem impressionantes em Georgetown, um de estilo tailandês e outro, birmanês. Eles ficam um em frente ao outro, numa área moderna a uma caminhada de 30 minutos do centro histórico. (Ou você pode ir de ônibus. Como eu não sabia direito qual ônibus tomar, fui de pé e voltei de ônibus, pois quase todo ônibus indo para o centro termina no prédio Komtar — que mostrei no post inicial e serve bem de referência.)
No caminho, eu mostro pra vocês também uma das várias mansões tradicionais de mercadores aqui dos estreitos que visitei. São casas antigas transformadas hoje em museus. Há várias disponíveis, mas depois de visitar uma ou duas você já pega o espírito da coisa. (Por alguma razão, quase todas elas são casas de famílias de comerciantes chineses, portanto a decoração segue essa linha.)







Eu passaria dali por algumas quadras de áreas modernas de Georgetown (com prédios etc.) antes de chegar aos templos budistas. Valeu a pena, pois eles são esplendorosos, especialmente o birmanês. (Myanmar, a antiga Birmânia, é um dos países mais fervorosamente budistas no mundo, se não o mais. Ele fica entre a Índia e Tailândia, caso você precise de orientação.) Foi este que eu visitei primeiro. Ambos têm entrada gratuita, como costuma ser o caso.
O Dhammikarama, o templo birmanês, tem muitos pavilhões em dourado e um curioso corredor com cenas pintadas da vida de Buda. É como as cenas da Paixão de Cristo, que você encontra em igrejas católicas.







(Aí eu ouço gente no Ocidente dizer que “Budismo não é religião”. Tá bom. Tô sabendo. Se fosse assim, a mensagem de Jesus poderia ser chamada também de uma filosofia de vida, desconsiderando-se a religião que foi construída ao redor.)



Você dá umas voltas legais aqui, circulando por esses recantos bonitos.
Do outro lado da rua, há o templo tailandês, menos suntuoso, mas com comida à venda, o que compensa.
Encontrei uma tailandesa simpática (como os tailandeses normalmente são) vendendo sorvete no pão, e de repente fiquei com saudades da Tailândia. Sim, o sorvete no pão era uma ideia meio exótica demais pro meu gosto, então optei pelo sorvete no copinho mesmo — com milho.


Era engaçado que, mesmo com toda essa diversidade étnica e cultural daqui, quando perguntavam de onde eu era e eu dizia “Brasil”, reagiam e olhavam-me como se eu tivesse dito que era de Júpiter. Apesar de toda essa mistura aqui, acho que o Brasil ainda soa como fora do universo habitual deles. Outros asiáticos, sim; o ocasional europeu ou norte-americano, ok. “Brasil? Waw!“







E fica aí o input budista, para quem estava sentindo falta nesta tão culturalmente colorida região da Ásia.
Meu jovem, estou encantada com essa maravilhosa região e seus acervos culturais tão diversos e tao belos, e milagrosamente convivendo sem grandes conflitos, pelo visto.
É muita beleza, muita cultura e religiosidade vivendo junto em um espaço que me pareceu não tao grande.
Tais manifestações ricas em criatividade, colorido, simbologia transformadas em arte do mais fino gosto. Difícil de descrever tanta beleza porem fácil de sentir a sua espiritualidade. Maravilhosos. impressionantes e tão desconhecidos aqui no Ocidente.
Belas e curiosamente familiares , os exteriores e interiores dessas casas museus. Semelhantes a fachadas e interiores das casas dos ricos portugueses aqui no Brasil, em particular no NE. talvez com material diferente mas com o mesmo requinte e beleza. Linda postagem. Parabéns meu jovem pelas escolhas e pelas belas fotos. Maravilha. Lindo lugar. Linda postagem.
Só viagens e viajantes como o senhor, meu jovem para nos desvelar tanta beleza. Valeu.