Queenstown é a capital mundial dos esportes radicais, a capital dos brasileiros na Nova Zelândia, e a cidade mais pitoresca do país. Que combinação!
Estamos no miolo da ilha sul, em meio às montanhas nevadas dos Alpes do Sul. Parece que você está em Bariloche ou na Suíça, só que com um toque anglófono, que lembra mais o Canadá ou os Estados Unidos.

Cheguei de ônibus numa tarde dessas. Queenstown, com seus meros 20 mil habitantes, lembra aquelas pequenas cidades suíças nos Alpes, embora sem tanto glamour. A parte construída pode não ter o charme e profundidade histórica de uma Lucerna, por exemplo, com os seus seculares edifícios de pedra, mas a parte natural é tão bela quanto, com a implacável combinação de lago e montanhas.
Aqui há um astral mais “Novo Mundo”, puxado pros EUA e Canadá, o que é se de se esperar. Curiosamente, há também uma crescente influência sul-americana, como casas de argentinos ou chilenos vendendo empanadas, Chocolates Patagonia, e referências à América do Sul aqui e ali — coisa reforçada pela presença crescente de vários sul-americanos na cidade (afinal, se você olhar no mapa, afora a Austrália, a América do Sul é o continente mais próximo). Dos 20 mil habitantes de Queenstown, 4 mil são brasileiros (20% da população!).
Cheguei ao albergue para dividir quarto com um brasileiro (turista), uma peruana (trabalhando numa loja), e uma neozelandesa branca que dizia ser 1/16 maori (e estava também trabalhando numa loja). A peruana, Andrea, era uma figura esbelta, dessas garotas que são naturalmente bonitas sem o menor esforço, mas alheia e tão imprevisível quanto a morte.
Na recepção, aquela trupe típica de jovens anglófonos de estilo cool, aquele comportamento descolado de “Hey, what’s up?” de jovens de filme americano.
Queenstown exala juventude.
Saí pra dar umas voltas.







Esses Jardins de Queenstown são sem dúvidas a área mais bonita onde passear na cidade. Há vistas belíssimas tanto para Queenstown quanto para o lago. Você facilmente chega lá a pé.
Era inverno, um ar fresquinho de seus 12 graus, e eu fui caminhando à beira do lago e às vezes me metendo por entre os pinheiros.











É uma caminhada muito tranquila e gostosa, para absorver a tranquilidade da paisagem.
Retornando à cidade à noite, fui a um supermercado e não deveria ter me surpreendido ao ver que duas moças arrumando as coisas na seção de padaria eram brasileiras, rindo e conversando. Uma delas percebeu que eu me demorei um pouco olhando, e fez aquela cara divertida de “Será que ele entendeu o que eu disse?”. É curioso como brasileiros às vezes se identificam com o olhar. É como se algo ali, numa forma sutil de comunicação não-verbal, “entregasse” quem você é.
No dia seguinte eu iria ao alto das montanhas, de bondinho.
De manhã, a peruana Andrea — normalmente silenciosa e retraída no mundo da sua própria cabeça — veio toda encantada, graciosa me agradecendo por eu não ter me mexido muito na cama de cima do beliche. Saiu para o trabalho com sua bandana de corredora olímpica na cabeça, e eu fui subir as montanhas.
Há um custo para subir, naturalmente, mas nem é preciso reservar online nem há muita fila (ao menos no inverno). Lá no alto, há restaurantes caros e lojas de souvenirs para turista. O que importa mesmo é a magnífica vista que se tem lá de cima.





O bondinho que nos traz da base até este ponto é fechado, uma cabine confortável de vidro. No entanto, para quem gosta de mais adrenalina, opções em Queenstown é o que não falta. Você pode pegar esse teleférico de cadeirinha aí da foto para ir mais ao alto, e há agências turísticas por toda parte oferecendo passeios de helicóptero, bungee jump, ski, etc. Só prepare o bolso, pois as coisas não são baratas.
À noite, eu retornaria aqui ao alto da montanha para uma observação de estrelas, com telescópio, aproveitando-se da baixa poluição de luz. (É bonito, mas achei meio caro demais para o que é oferecido. Seja criterioso.)
O passeio que ninguém pode deixar de fazer é o tour de um dia até Milford Sound, um parque nacional com fiordes e natureza nativa aqui da Nova Zelândia. Dos lugares mais impressionantes do país. Seria o meu próximo destino.


Uaaaauu que impressionante a segunda foto da postagem, Magnifica, Estupendo esse efeito do ocaso sobre as montanhas a cidade o espelho d’água. Uma tarde formosa de um céu cor de rosa como diz a música.
Que região fantástica em belezas naturais, Lindo bosque, Que cozinha privilegiada essa, com tão bela vista!.. ora ora ..que beleza. Espetáculo esse lugar. Mais uma postagem magnifica. Congratulations,