Das várias cidades holandesas, talvez aquela ao mesmo tempo mais histórica e menos turística seja Utrecht. Cidade da mais movimentada estação de trem da Holanda (por estar no centro do país), Utrecht é uma cidade simpática, com belos e tranquilos canais (sem turistas!), a mais alta igreja do país, e quilates de História que data desde os romanos. A 20min de trem desde Amsterdã, ela é a morada de muitos que trabalham na capital holandesa, e também um lugar legal de se visitar por uma tarde ou um dia.

Utrecht foi uma das fronteiras do Império Romano nestas terras germânicas do norte da Europa. Aqui, em 50 d.C., o imperador Claudius (entre os notórios Calígula e Nero) ordenou a construção de uma fortaleza para separar os “bárbaros” da terras imperiais.
Naqueles tempos, um dos principais braços do Rio Reno (que veio a assorear depois) passava aqui, e o lugar foi conhecido como traiectum (“trajeto”), ponto de travessia. Daí adaptado para “trecht“ em holandês, que junto com o prefixo “Uut” em holandês medieval para dizer “rio abaixo”, o nome Utrecht surgiu. (Maastricht, bela cidade no extremo sul da Holanda, tem etimologia semelhante, sendo ela o “trecht” no Rio Maas.)
Utrecht se tornou uma das mais importantes cidades da região durante a Idade Média, e um importante centro do cristianismo (daí a enorme igreja). Uma curiosidade é que era daqui o Papa Adriano VI (1522-1523), o último não-italiano até a eleição de João Paulo II em 1978!




Afora uma visita tranquila aqui ao domo, o que há de mais bonito a ver aqui em Utrecht é a sua área de canais. Como (quase) todas as cidades holandesas, foram feitas redes de escoamento da água dos rios, para irrigar e ao mesmo tempo prover rotas de transporte e evitar enchentes. Afora Amsterdã, Utrecht tem das mais lindas redes de canais da Holanda.





Quando em 1579 as sete províncias que comporiam a Holanda (ou, sendo mais preciso, os Países Baixos, pois “Holanda” era apenas a mais rica dessas províncias, onde fica Amsterdã) decidem romper com o Sacro-Império Romano Germânico, é aqui que elas negociam a sua aliança, no que ficou conhecido como a União de Utrecht.
Foi também aqui que, em 1713, se assinaram os acordos de paz da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), de consequências históricas imensas para a Europa e o mundo.
Quando último rei espanhol da Casa dos Habsburgo morre sem herdeiros diretos, o trono ficaria por testamento com o mesmo dono do trono francês. Receando a fusão de dois reinos tão poderosos, o restante da Europa se volta contra essa união e a favor de um outro herdeiro ao trono espanhol.
Depois de uma década de guerra, as coisas se acomodam com França e Espanha mantendo-se separadas. Foi o Tratado de Utrecht ou Paz de Utrecht. Com isso, beneficiou-se a Grã-Bretanha, que se expandiu mundo afora sem um rival à altura na Europa continental, algo que ela só encontraria temporariamente com Napoleão e mais permanentemente com outra fusão mais de 150 anos depois, em 1871: a criação da Alemanha.
Os holandeses, que xingarão a sua mãe se você lhes sugerir que o holandês é um dialeto alemão, ficaram de fora da unificação dos reinos germânicos, assim como a Áustria, pois eram monarquias ricas e de distinta identidade própria.
Encerro, por ora, no post seguinte as minhas histórias no país.
Linda, histórica e charmosa cidade, com sua belissima igreja com belos arcos ogivais, vitrais arcadas e naves, que impressionam pela elegância leveza e altura , seu interior colorido e claro, um colirio para os olhos. Lindo tambem o bem cuidado jardim do claustro, Isso para não falar do gostoso espaco da cafeteria com suas iguarias.
A Historia contempla a cidade com grande fatos, reuniões e
decisões importantes ao longo dos tempo.
Linda tambem com seus belos canais, suas pontes e flores. Vale ser visitada. Muito bonita é importante. Gostei de conhece-la meu jovem. é isso ai. vamos que vamos. Viajar, conhecer, apreciar, belas ações.
tempos