Bergen é a Noruega fofa que você não encontra em Oslo. Casas de madeira em arquitetura tradicional à beira-mar, um porto tranquilo ao som de gaivotas, ruelas quietas, e pratos típicos noruegueses.
Estamos na segunda maior cidade do país. (Não parece.) Enquanto a capital tem seu misto de partes bonitas e áreas decadentes que não condizem com a riqueza da Noruega, Bergen tem um calibre muito mais turístico. Calçadões, prédios antigos, beleza tradicional, e tudo que uma boa cidade histórica europeia pede.
Eu cheguei aqui numa noite de inverno, após fazer por conta o roteiro Norway in a Nutshell, que inclui trajetos de trem, cruzeiro e ônibus pelo interior norueguês — e que mostrei no post anterior. Era portanto fim do dia, já escuro, quando a neve caía e eu cheguei pelas ruas vazias ao meu albergue no centro.



Bergen foi fundada no século XI, entre os idos de 1020 e 1070, quando então o rei Olaf a estabeleceu como cidade. Eu sei que no Brasil — e no Ocidente em geral — as pessoas sempre pensam no passado dos países nórdicos como Vikings, mas preciso dizer que a essa altura eles já eram cristãos. A chamada “Era Viking” foi nos idos dos anos 800-1000. Nos últimos 500 anos de Idade Média, os reinos escandinavos já eram oficialmente cristãos, embora certamente houvesse muita gente ainda na população em geral que preservasse os costumes antigos.
O que tivemos aqui foi a presença da famosa Liga Hanseática, aquela rede de cidades portuárias mercantes que dominou o comércio nos mares Báltico e do Norte durante muito da Idade Média. (Eu sei que Hollywood e o resto da mídia de massa só nos faz pensar em guerreiros e espadas, mas a Idade Média foi mais que isso.) Nascida nos idos de 1150 em Lübeck, norte da Alemanha e terra do escritor Thomas Mann, a liga se estenderia de Londres a Novgorod, tendo Bergen aqui na Noruega como seu escritório mais ao norte de todos.

A vocação para o comércio marítimo continua visível hoje em Bergen. Quase tudo da pequena metrópole, sobretudo o que é mais antigo, continua junto do mar. Aonde quer que vá no centro da cidade, o mar parece sempre estar a menos de 500m de você.



No outro lado da cidade, contrário ao mar, estão as montanhas. A Noruega é dos países de relevo mais rugoso de toda a Europa. Num dia claro, você pode tomar o funicular até o alto de um morro para ter a vista da cidade — mas esta aqui seria uma parada curta, e eu deixaria essa ida para quando retornasse à cidade numa estação mais quente.
No inverno, as ruelas estavam quietas e ainda cobertas de neve pela noite anterior. Alguns bazares, lojas de exóticos produtos indianos ou de outras partes da Ásia, e restaurantes voltados para os turistas mesclavam-se em certo contraste com o casario típico norueguês, mas sem lhe tirar a beleza.




Muitos cruzeiros param aqui no verão e na primavera. A cidade fica algo mais cheia, e o movimento nos mercados cresce. No inverno, você até escolhe onde sentar e pode ficar de prosa com os vendedores.
Por ora, havia sido uma visita rápida, mas eu partia determinado a vir aqui novamente numa nova estação. Um trem de retorno a Oslo me aguardava, e dali a alhures.
Ohhhhhhh que maravilha!…. que fofura de cidade, parece ter entrado na maquina do tempo e saído la atrás. Lindinha. E a neve deixa um belo clima no ar. Um charme.
As casinhas coloridas são lindinhas e a cidade é toda mimosa. Parece de brinquedo. Linda cidade. Fiquei encantada. Parece um presépio.Linda, fofa. Valeu, viajante. Ótima postagem. Bom conhecer esses lugares.
Achei muita graça a ‘Missão Impossivel’ e os sujeitos ocultos hahaha no albergue hahahaha