Eis um gelado e fulgurante entardecer em Estocolmo. Era cedo, umas 4 da tarde no máximo. O sol caía em todo o seu esplendor celeste por detrás da vista para a capital sueca. No chão, mais próximo, congelada estava a água salgada e doce que circunda a cidade por quase todos os lados. Pelo leste, o Mar Báltico. Pelo oeste, o Lago Malar (aportuguesado do nome Mälaren em sueco).
Foi no inverno a minha primeira vez em Estocolmo, a capital sueca que nunca esteve muito nos roteiros turísticos, mas que muitos brasileiros têm descoberto mesmo assim. Ela é a maior cidade dos países nórdicos, uma metrópole com 2 milhões de habitantes e vida própria. Uma vida quieta para uma cidade desse porte. Não há a badalação de uma Amsterdã, Paris ou Londres. No inverno, então, as suas ruas ganham ares por demais sossegados.
Isso não quer dizer falta de beleza ou de coisas a fazer. Pelo contrário, Estocolmo tem paragens belíssimas e cujo aconchego você talvez aproveite melhor mesmo na sua quietude do que num lugar mais badalado.
Eu aí quero destacar três pontos de interesse que conheci nesta vinda à cidade. O centro histórico de Estocolmo (Gamla Stan); o Museu Vasa, com um navio original de 1620 preservado sob as águas do Mar Báltico e agora em exposição; e o simpaticíssimo Parque Skansen, um museu a céu aberto com animais nórdicos, casario tradicional autêntico (transportado pra cá de muitos recantos da Suécia), e até funcionários em vestimentas típicas de época.








Era um dia de sol, e eu reencontrava aqui a minha amiga de longa data Susanna, uma historiadora sueca que havia sido minha vizinha de corredor na acomodação estudantil onde vivemos em Haarlem, na Holanda.
Ela havia trabalhado lá e me levou pra conhecer o parque Skansen, uma espécie de museu a céu aberto que reconstrói culturas regionais suecas e suas vidas nos séculos XVII ao começo do XX, antes da industrialização. Casas de madeira, funcionários em trajes de época e das respectivas regiões, e todo um lugar pitoresco que fica ainda mais bonito sob a neve do inverno. O lugar foi inaugurado em 1891 com construções originais trazidas pra cá.









Lembre que os dias são curtos aqui no inverno; o sol se põe entre as 15 e 16h, e parte das atrações do parque já fecham nesse horário, embora ele ainda permaneça aberto mais tempo.
Nós dali iríamos ao Museu Vasa, outra das atrações famosas de Estocolmo. O museu abriga quase intacto um navio original de 1628, naufragado, preservado sob as águas do Mar Báltico, e posteriormente resgatado das profundezas. Este é o museu mais visitado de toda a Escandinávia, segundo eles.
Vasa era o sobrenome da família real sueca naqueles tempos. (Os suecos não sabem o quanto nos soa engraçado que um navio naufragado atenda por esse nome, “Vasa”. Vazou mesmo.)
Gustavo Adolfo Vasa (1594-1632), rei da Suécia, havia contratado notáveis armadores holandeses para construir a sua nau capitânia. Porém, contratos foram interrompidos, gente foi substituída, e a obra final acabou uma colcha de retalhos naval fadada a afundar. Afundou logo na viagem de inauguração, em 1628, quando o rei sueco estava pessoalmente em guerra na Polônia. Que desgraça.
Permitam-me apenas sinalizar a importância das guerras desse período, que nós no Brasil pouco conhecemos. Em 1618, eclodiu a chamada Guerra dos Trinta Anos após o novo imperador romano-germânico declarar que todos os muitos reinos do império deveriam ser católicos. Passado já um século desde a Reforma Protestante, essa já não era mais a realidade. As monarquias alemãs, sueca e francesa no norte, assim como a república holandesa, abriram guerra contra os católicos para preservar sua autonomia religiosa. Foi o conflito mais brutal da Europa até as guerras mundiais.
Estima-se que 8 milhões de pessoas morreram, quase todas na Europa Central. A Prússia mais tarde usaria isso como argumento para justificar seu pan-germanismo e a dita Unificação Alemã no século XIX. Unidos, os alemães não mais seriam massacrados daquela forma. A Suécia, por sua vez, convertida ao protestantismo engalfinhava-se mais a leste contra a católica Polônia. Gustavo Vasa morreria em batalha em 1632, mas deixava um império sueco que à época controlava territórios nos países bálticos e no norte da atual Polônia.
A guerra terminou na Paz de Westphalia (1648), que consolidou a noção ocidental de Estados soberanos quando os reis concordaram que cada reino teria o direito de adotar a religião oficial de sua preferência, sem interferência externa. Cuius regio, eius religio é a frase latina que sintetizou isso: Cujo reino/região, a sua religião.


Esta é a Estocolmo do inverno. Um frio que pode ser mordaz, dias curtos, mas um aspecto invernal pitoresco quando neva. Vale a visita. Eu, daqui, iria brevemente conhecer Uppsala, não muito longe, e a cidade mais tradicional da Suécia.
Bela capital. Charmosa, cheia de belos recantos, bonito centro histórico, linda orla, rica história , lindas ruelas, avenidas praças, igrejas e monumentos. Muito bonita. Belíssimo pôr de sol.
E que general inverno, forte. Notre Dame….. haha – 13 º C, uaauu.
Parece mesmo Narnia hahah. Linda.
E que história desse Gustavo Vaaasa e o navio que afundou. Bonito navio. O museu parece interessante.
Mas o ponto alto dessa postagem é mesmo esse magnifico parque branquinho de neve, com belos animais, pessoas a caráter e essa deliciosa casinha com essa mesa riquíssima de gostosas comilanças. hahah uma perdição. hahaha. Arrremaria. Parecem saborosíssimas. E que romântica essa janelinha com neve lá fora. Lindo parque. Bela postagem, meu jovem. Parabéns. Uma bela surpresa essa capital do norte.
Aqui pelo Brasil a Suécia é bem conhecida por ter sido ai que o Brasil se sagrou campeão do mundo em futebol, em 1958. Afora esse fato muito pouco se sabia a respeito dela. Um acontecimento ou outro para aqueles mais versados em História.
Amei o parque e gostei muito da cidade. Curiosa a história do navio e o sobrenome do governante.