Como o Uzbequistão está se tornando uma “bola da vez” no turismo mundial, resolvi fazer este post introdutório dedicado exclusivamente à questão do visto, à minha experiência imigratória, e às dicas para a chegada no aeroporto.
MUITO mudou recentemente. A maioria do que está na internet de antes de 2019 já está defasado em relação a esse tipo de informação, então vale a pena tomar nota. Eu leio até hoje no TripAdvisor, na WikiTravel e na WikiVoyage relatos de pessoas se empurrando na fila do controle de passaporte, formulários de imigração, etc. etc. Isso pode muito bem ter sido a realidade até poucos anos atrás (eu próprio já experimentei coisas parecidas na Armênia dois anos atrás e sei como é), mas as coisas mudaram bastante por aqui.
O Uzbequistão em 2019 isentou da necessidade de visto cidadãos de mais de 60 países, entre eles o Brasil e os membros da União Europeia. Todos podemos agora visitar o país por até 30 dias como turistas. Sem “visto na chegada” (visa on arrival), sem precisar preencher nada pela internet, nem pagar nada no aeroporto. Isso é parte de um grande programa de promoção do turismo no país, que inclui também outras facilidades.
Não há mais nenhum formulário de imigração a preencher. Além disso, há um terminal novo de chegadas no Aeroporto Internacional de Tashkent que facilitou muito a vida do turista.
Primeiro, sim, você verá uzbeques e outra gente da região — habituada ao esquema antigo — andando rápido feito doidos em direção ao controle de passaporte. Às vezes parece o estouro da boiada, mas agora há muitos guichês para controle de passaporte num espaço amplo, nada a ver com os relatos de até recentemente sobre filas longas.
Eu apressei o passo, é claro, para passar na frente dos tios uzbeques, mas mesmo lá vi tantos guichês que não me preocupei. Havia oficiais sem fazer nada, só esperando turista chegar. Levou menos de 5 minutos. Ele carimbou meu passaporte após perguntar se eu estava a turismo e me deu as boas vindas. Sem formulário, sem perguntas, nem pedido algum.
Atrás dos guichês de imigração está a área das esteiras de bagagens, no mesmo grande saguão. Ali, você tem um útil centro de atendimento ao turista onde as pessoas falam inglês bem e você pode pagar por táxis oficiais assim como solicitar informações turísticas. Naquele mesmo saguão também está uma casa de câmbio com — pasme — boas cotações para câmbio de moeda. Um spread de 0,5% na cotação do dólar! Incrível. Por 1 USD = 86,3 – 86.9 soum, a moeda uzbeque. E sem comissão.

Fizeram ainda o que considero uma jogada de mestre. Não apenas puseram toda essa infra-estrutura ANTES da saída do desembarque (quando, nesta parte do mundo, os taxistas informais avançam em você), como também deixaram as portas de saída debaixo do sol. A porta de desembarque é já para fora do aeroporto. Nem mesmo os taxistas mais audazes se atrevem a tolerar o sol inclemente de Tashkent ficando ali para abordar na botija os turistas que chegam, como ocorre em tantos aeroportos do Oriente Médio e da Ásia.
Se você gosta de atenção aos detalhes, note que as tarifas oficiais de táxi são escalonadas a depender da distância. Você paga adiantado aqui no balcão, após informar o nome do seu hotel. Mais de 7 Km são 60.000 soum. De 3-6 Km, são 40.000. Até 3 Km são 20.000. São somas pequenas — 60.000 não dá nem 8 dólares, ou 30 reais. Mas os funcionários do guichê, embora prestativos e amigáveis, têm o hábito de automaticamente lhe cobrar o preço mais alto, sem ver se sua acomodação se encaixa numa das categorias mais baratas. É coisa pequena, mas vale a pena fica atento se você gosta de apreciar cada tostão ou quer as coisas bem certinhas.
Caso não queira os táxis oficiais, que não têm treta, pode sair e lá fora, sob uma área coberta, verá muitos taxistas comuns observando passageiros que chegam.



Bem vindos ao Uzbequistão!
No post seguinte começo a relatar minhas andanças por aqui.
Hahahahah adorei a protuberância do bolso cheio de dinheiro. Ficou rico heiimm meu jovem hahaha.
Inteligente da parte deles por tudo perto e ao alcance do turista. Dei valor.
Ótimnas e atualizadas informações.
É isso ai.
Oi. Muito esclarecedor seu relato.. 🙂 Pretendo ir, com minha esposa e minha bebê (que estará com 10 meses na epoca da viagem) para Uzbekistan em maio/ 2020. Sairei de Istambul. Somos brasileiros residentes aqui mesmo. Basta que cheguemos no aeroporto? Não é preciso pegar carta convite, ou visto em alguma embaixada? A proposito, elas são muito brancas e tem olhos claros. É um risco viajar pelo país? Obrigado e um abraço
Bem-vindo, Andre!
Acredito que vocês irão gostar muito do Uzbequistão, por suas belezas. Para quem viaja com passaporte brasileiro, não é necessário nenhum tipo de visto nem carta convite. Basta mesmo tomar o avião e chegar ao aeroporto de lá :-).
Acerca da cor delas e de risco, só fiquem de olho no sol, que pode ser bastante forte durante os meses de verão. No mais, não notei qualquer suspeita de que possam alvejar pessoas de biotipo mais claro. Achei as pessoas no Uzbequistão bem tranquilas. Até os vendedores, não pressionam tanto quanto os da Turquia, por exemplo. Só os taxistas, como em quase todo lugar. Achei uma viagem bem sossegada.
Um abraço e ótimos preparativos! Qualquer dúvida, estamos aí.
olá gostaria de saber se tem outro transporte que sai do aeroporto de Tashkent para o centro da cidade sem ser o taxi?
Oi Renan!
Infelizmente, que eu saiba só os táxis mesmo. Não vi nenhum sinal de ônibus quando eu fui.
Não costumo comentar em blogs de viagens mas esse mereceu, sensacional os posts! Muito informativo e interessante. Só não achei a informação de onde saiu o seu voo de chegada em Tashkent, saio do Brasil mesmo?
Obrigada!
Obrigado, Carol! Contente que esteja gostando.
Há hoje muitas cidades europeias de onde voar para Tashkent. Vindo do Brasil, é preciso fazer conexão numa delas ou em Istambul. No meu caso, eu já estava na Ásia Central, visitando o Quirguistão, e voei desde Bishkek, com conexão em Almaty (Cazaquistão).
Qualquer outra dúvida, estamos aí!
excelente as suas dicas e descrições , virei seu fã. Porque, como você, eu viajo o mundo afora quase sempre sozinho.
Sou português (do Porto) mas resido metade do ano (Out a Março) no Brasil (Ceará).
O meu foco agora será , tempo pós-COVID, a Asia central, e achei muito interessante a sua abordagem e as suas dicas.
Muito viagens para todos
abraços
Damaso
Olá, Mairon. Cara, mto legal este seu relato sobre o UZ. Visitei o país faz uns cinco anos…passei pelo LOI, papelada no aeroporto e tal. Mas nada que me tirasse a paciência. O país é lindo, o povo acolhedor, curioso e orgulhoso do país. Viajo sempre a trabalho e tiro dias para explorar os lugares onde estou ou próximos. Estando sozinho, não faltaram oportunidades de fazer ‘amigos’ locais a todo o tempo…vendo que eu era estrangeiro, vinham logo bater papo, perguntar se eu precisava de ajuda, convidar para um chá, mesmo almoço. Foi uma experiência fascinante, que espero repetir! Da próx vez, incluindo outros países da região. Abraço e muitas viagens, meu nobre! Valeu. Sidney.