O Carnaval, pra quem não sabe, não é uma festa só brasileira: ele é uma celebração tradicional em todo o mundo historicamente cristão. Em lugares mais católicos se festeja mais, em países protestantes se festeja menos. É assim há séculos.
A palavra vem do latim Carnis levale, uma celebração de adeus à carne (no sentido gastronômico) antes do iniciar das privações da quaresma. Basicamente, a pessoa se esbaldava nos prazeres terrenos antes de iniciar o período de reflexão espiritual. Isso incluía, tradicionalmente, abster-se de carne durante todos os 40 dias da quaresma sem comer carne — não apenas na Sexta-Feira da Paixão, como fazem muitos hoje.
É claro que no Brasil a coisa ganhou (durante o século XX) as proporções que tem hoje, com muito dinheiro envolvido na festa. Lugares como Veneza na Itália, Colônia na Alemanha, ou todo o sul da Holanda, entretanto, têm seus festejos de Carnaval ainda mais tradicionais que o do Brasil, embora de porte comparativamente menor.
Na Suécia, onde atualmente moro, a coisa é um tanto mais peculiar.

Para começo de conversa, fevereiro é inverno na Europa, e inverno na Suécia costuma significar temperaturas abaixo de zero. Não há como haver blocos de Carnaval na rua.
Essa foi a época do ano em que eu me mudei pra cá há um tempo atrás. Acontecia de ser este período de Carnaval, e a primeira pessoa que eu (re)encontrei aconteceu de ser uma amiga sueca que é historiadora. Ela fez questão de me apresentar à tradicional forma como os suecos celebram o Carnaval.
Levantou-se da mesa de cafeteria onde estávamos, na Estação Central de Estocolmo, e foi ao balcão pegar algo. Voltou com um pão redondo recheado com muito creme, pasta de amêndoas (marzipã) e cardamomo, esta especiaria asiática que há séculos vem à Europa como tempero. Era usada, como cravo, canela e outros, apenas em ocasiões especiais, pois eram caras.
“Esta é a semla“, apresentou-me Susanna ao pão, ela que tem um jeito empolgado que a faz parecer uma personagem saída de contos de fantasia.

Pão gostoso. Calórico, mas já que essa é a tônica da época… comi.
“Pronto.”, declarou Susanna. “Você celebrou o Carnaval na Suécia.”
Ora ora que interessante. Não sabia que se comemorava Carnaval na Suécia nem da existência desse bolinha que parece gostossissimo. Muito bom saber desses detalhes. Aqui no Brasil é verao, e o calor mata um… hahah Assim sendo o carnaval é de pouca roupa e muita musica., regada a cerveja e muito gelo. hahah para espantar o calor. Gostei de saber. Espero quando for à Suécia nesse tempo de carnaval, experimentar um desses apetitosos bolinhos.