Bem-vindos a um dos templos mais famosos (e fotografados) de todo o Parque Arqueológico de Angkor, aquele que inspirou muitos criadores de filmes e jogos como Tomb Raider.
Ta Prohm é um templo budista recoberto de raízes das gigantes árvores nativas desta região da Ásia. As obras medievais dos antigos Khmer sendo reclamadas por habitantes mais antigas ainda.

Como venho descrevendo nos posts recentes, estas obras neste Parque Arqueológico de Angkor datam do Camboja medieval, quando os ancestrais dos atuais cambojanos (os Khmer) tiveram aqui uma das civilizações mais prósperas de toda a Ásia entre os idos dos anos 802-1431.
Verdade seja dita, estas árvores evidentemente cresceram após o abandono destas áreas, com o ocaso da civilização Khmer no século XV.
As espécies é que são nativas deste sul e sudeste da Ásia há milhões de anos. Essa elegante que cresce por aqui, a Tetrameles nudiflora, às vezes ultrapassa os 50m de altura. Recolonizaram este ambiente nos últimos séculos, e são realmente as rainhas deste espaço hoje.





A maioria destas ruínas do Parque Arqueológico de Angkor foram redescobertas durante as décadas de 1920 e 1930, quando a missão arqueológica francesa resolveu explorar os resquícios dos templos e cidades medievais khmers no Camboja, então colônia da França.
Tiveram o bom-senso de manter todas as grandes árvores que aqui cresceram, embora isso às vezes requeira certos ajustes…


No século XIII, este lugar funcionava como templo e academia budista instalada pelo rei Jayavarman VII em honra à sua mãe. Formava assim um par com o já-mostrado templo Preah Khan, em homenagem ao pai. Estima-se que aqui neste entorno viviam 12 mil pessoas, aí inclusos 18 sacerdotes budistas e mais de 600 dançarinos(as).
Isto aqui não era um lugar de reclusão, mas parte da sociedade. O budismo presente dentre os khmer tinha muitos coloridos da então maioria hindu.




“Ta Prohm” não é, na verdade, o nome original do templo. Esse é um nome moderno, que significa “Ancestral Brahma”, em referência ao deus criador do hinduísmo. Sabe-se que à época dos khmers ele era conhecido por Rajavihara, ou “Mosteiro Real”, devido à sua função educacional e religiosa.
Se as obras da ficção ocidental o fazem imaginar estes lugares como espaços sombrios, ameaçadores, com algum perigo sobrenatural à espreita, convenhamos que nada mais é que a insistência do Ocidente — desde o século XVIII — em ver com um prisma negativo tudo o que se refere às religiões ancestrais de outras partes do mundo.
É sempre a “maldição do faraó”, o feitiço de tal lugar na Ásia, a magia negra da africana, o sacrifício humano do indígena… Você assiste a Indiana Jones ou Tomb Raider e vê até hoje o branco ocidental ir a estes lugares ancestrais de outras civilizações, e dali nunca sai coisa boa.

Estávamos já no meado do dia quando eu cheguei por aqui, o sol do fim da manhã querendo aos poucos adquirir aquela sensação pós-almoço do sol do começo da tarde. O vento tranquilo nas folhas, e a sombra de todas estas árvores sendo muito bem-vindas.
Essas ruínas normalmente são imaginadas como um lugar recluso, onde você — tal qual os personagens de filme ou jogo — chegará aqui sozinho para se dar com o ambiente. Longe de ser o caso. Sobretudo no miolo do dia, não faltarão turistas. (Se quiser um pouco mais de quietude, venha de manhã cedo.) Eu tive que entrar numa fila para tirar a foto abaixo.

Como o espaço é amplo, não há grandes aglomerações, mas não ache que vai estar sozinho.
Meu motorista de tuk-tuk tinha ido almoçar, e eu já o havia feito por iniciativa própria após visitar o templo anterior. Agora ele retornava para, nas horas da tarde que nos faltavam, fazermos a reta final dos outros principais templos do parque, culminando com o pôr-do-sol no Angkor Wat.
Deixo vocês com as árvores e as amistosas sombras do nada-sombrio Ta Prohm, o templo na floresta, e sigamos em frente.


Nossa esse parque é impressionante!… Inacreditável.. Surreais essas arvores enormes com raízes gigantescas a interpenetrar, emaranhadas, dentre as vetustas construções. Incríveis. Fantásticas. Parecem extraterrestres, tanto as árvores com a paisagem adjacente. Uaaau. Ainda bem que o senhor, meu jovem amigo viajante, aparece também nas fotos. Assim se tem a certeza que não se está sonhando. Que beleza!….
Em meio a essa maravilhosa e extraordinária natureza, descortinam-se as construções dos templos antigos, cada uma mais bela que a outra, com seus variados tons de pedras: desde as lindas pedras verdes a combinar com a relva e com a vegetação, passando pelas ocres e amareladas e aqui aparecendo as avermelhados, rosadas de uma beleza surpreendente. Destaque também para os baixos e altos relevos e suas figuras. Algumas são de tons magníficos um rosa quase dourado. Belíssimas. Linda decoração. Os raios dourados do sol iluminam e embelezam ainda mais o parque.
Difícil descrever o que sente o espectador diante de tanta pujança e do espetáculo que se desenrola diante dos seus olhos surpresos. Uma maravilha. Imagino a emoção do jovem viajante.
Nada sabia até então de tamanho paraíso e desse fenômeno representado por árvores gigantes, seculares e com raízes tao grandes. Impressionante. O filme não me fez imaginar que o cenário fosse real. Pensei que fora criado pela produção. Muito interessante. Fascinante.
Gostei muito. Surpresa e feliz em tomar conhecimento dessa maravilha existente no Camboja. País pouco conhecido aqui no Ocidente, exceto pelas guerras e sofrimentos do seu povo. Ainda bem. Valeu meu jovem. Linda postagem.