(Se você vier a ter uma filha, ou uma neta, considere o nome Zipaquirá.)
Eis uma cidade aonde eu decidi ir antes mesmo de saber o que havia ali. O nome me soou tão singular que eu me decidi, de Bogotá, fazer um bate-e-volta no mesmo dia até este município vizinho.
Zipaquirá é uma cidade histórica colombiana, famosa sobretudo por sua Catedral de Sal. Não é exatamente uma igreja erguida com sal, mas uma igreja talhada dentro de uma mina de sal aqui. Subterrânea, portanto. Uma coisa meio anões de O Senhor dos Anéis, se fossem eles cristãos.
Apenas 40 Km separam Bogotá desta pequena cidade histórica fundada no ano 1600.


Este seria um dia daquele de tempo incerto. Quando você entra num lugar com sol, e quando sai vê que choveu. Assim seria quando eu adentrasse a mina de sal. Levei um casaco, pois em fevereiro aqui faz um friozinho.
Rota tranquila e que em muito me lembrou o Brasil. Ia, inclusive, um pequeno grupo de pernambucanos fazendo graça no mesmo ônibus que eu, o que foi uma diversão.

Os índios Muisca, de quem falei no post anterior, já viviam há séculos por estas bandas, mas foi em 1600 que a cidade teve seu início formal.
Os espanhóis estavam interessados no sal, que os indígenas aqui já exploravam e trocavam por outros produtos com povos vizinhos.
Sal muitas vezes é marinho, mas também pode ser extraído de minas subterrâneas. Os espanhóis logo trataram de apropriar-se do recurso e transferiram os índios sobreviventes para outro lugar, já que havia constantes revoltas. (Aí depois construíram uma catedral para agradecer a Deus.)
Antes de visitar a Catedral de Sal, que hoje é mais uma atração turística (e não é sede episcopal), eu veria a própria Catedral de la Santíssima Trinidad y Santo Antonio de Padua de Zipaquirá aqui na praça. Esta é a catedral funcional da cidade, com padroeiros dobrados e uma bela edificação de tijolos também montada nos idos da independência, como aquela de Bogotá. Esta aqui foi erguida a partir de 1805 e só completada em 1916.




Note o casario tradicional antigo com suas sacadas e aquele avarandando de andar superior. Fazem eu me lembrar de violeiros mexicanos de chapéu, donzelas, e quiçá algum pistoleiro do Velho Oeste. (Talvez eu tenha visto filmes demais.) Neste pedaço aqui da Colômbia, o ambiente me pareceu semelhante.
Eu acho que foi neste dia que eu me dei conta de o quanto esta América Latina elevada e seca, de altitude, se assemelha quase que desde o México até partes do Chile. É algo distinta de seus recantos mais tropicais, como a maior parte do Brasil.
Você logo avista as placas indicando a direção para a Catedral de Sal, a principal atração da cidade.



Sentei-me à entrada das minas após a bilheteria e aguardei o nosso guia surgir das trevas do interior do túnel.
As antigas minas são bem iluminadas — você não precisará de lanterna —, mas é aquela iluminação leve de gruta, com algumas luzes brancas, lilases ou roxas aqui e ali. Tem um padrão cromático meio Sexta-Feira da Paixão.
Como você aprende durante o tour, esta é uma montanha de halita, uma rocha salgada. Desde o século V a.C. os indígenas Muisca a utilizavam tanto para consumo próprio quanto para vender. A Coroa Espanhola se apropriou da coisa e continuou a trabalhar a mina, que em 1801 chegou a ser visitada por Alexander von Humbodlt, o famoso geógrafo alemão que viajou a América Latina.
Os mineiros, ali trabalhando todo o dia, resolveram então esculpir em parte da rocha um pequeno santuário, que em 1932 seria convertido num igreja com grandes vãos a 200m de profundidade.
Conforme caminha, você vai se dando conta da imensa extensão do lugar.







O lugar é extenso, repleto de câmaras, e obras. Há até mesmo barraca de merendas e lojas de souvenirs no interior.




Com tanto sal ao meu redor, procurei um doce e ainda circulei ali um pouco após o fim do tour. Dei-me conta depois de que fiquei ao todo 2h dentro da caverna. Você pode permanecer o tempo que desejar.

O próprio caminho de retorno já lhe toma um tempo. Há um mapa, então você não se perde.
Aos poucos, fui fazendo meu caminho de volta. Quando saí da mina, tudo estava molhado de chuva no fim da tarde.

Passeio curto, eu logo retornaria a Bogotá. Deixava Zipaquirá e a Colômbia. Uma hora ainda volto para ver mais do país. Por ora, eu precisava partir.
Passadas estas agradáveis semanas de descobertas por estas partes da América Latina, era hora de eu singrar outros mares.

Ihhh amei a cidadezinha. Lindinha.. arrumadinha, colorida, com calçadões, gente alegre e colorida, belo casario, lindas praças, majestosa catedral, arborizada, com um belo cenário, uma belezura. gostei Muito.
o mesmo não posso dizer do interior da catedral de sal. Não por não ser bela, interessante e diferente. Reconheço esses aspectos, mas não me sinto bem com grutas, locais escuros e abafados hahaha. Mas é interessante, e pelo visto longa, grande e concorrida. Ora ora. Que bom.
Para mim tudo é novo nessa região.
Chamou a minha atenção esses espetacular interior rústico dessa outra catedral. Belíssimo. adorei o material e os tons. Lindos.Originais e de muito bom gosto. O exterior também é majestoso.
O casario e os balcões também são lindos. Amei-os.
Amei as pracinhas, suas construções lindas como uma rosada que vi na postagem, suas arcadas, as palmeiras, tudo lindo. Amei. Uma fofura, mesmo meu amigo viajante.
Nem suspeitava que tao perto houvesse tamanha graciosidade de cidade.
Em tempo: dai a por esse nome numa filha, nao se me afigura muito proprio hahaha gosto de nomes mais doces hahaha;