Não é todo dia que eu faço um post não sobre algum lugar distante do mundo aonde viajei, mas sobre a minha própria vizinhança.
Estamos excepcionalmente no sul de Estocolmo, no meu bairro. Diferentemente do seu centro repleto de prédios de época, do século XIX, começo do XX, quando não mais antigos em Gamla Stan (o centro histórico), os arredores da capital sueca são áreas residenciais cheias de verde. Ou, no outono, de amarelo.
Os nórdicos todos são fissurados em natureza. Junto com os Bálcãs, são as partes com mais natureza ainda conservada na Europa — um continente tão densamente povoado e tão eminentemente urbano.
Não reparem, portanto, se virem mais aqui das plantas que da arquitetura antiga da cidade, pois o que vos mostro hoje é uma Estocolmo do dia-dia, dos moradores.

Outubro é o mês outonal por excelência na Suécia. Setembro ainda é cedo — como vos mostrei nos posts anteriores em visita ao Palácio de Drottningholm e ao Castelo Gripsholm aqui perto —, e novembro já é tarde demais. As folhas aqui caem rápido, e novembro são só chuva e as marrons folhas secas sendo molhadas no chão.
Este ano, claro, também temos a Covid-19. Quer dizer, eu não tenho, e espero que tampouco vocês, mas são muitos os suecos ou brasileiros contaminados. Neste outono, temos a “segunda onda” ascendendo na Europa e inclusive aqui na Suécia, embora os suecos continuem sóbrios como de costume.
Não é que tudo esteja funcionando normalmente como às vezes a mídia faz parecer. As pessoas estão desde março trabalhando de casa, o Estado de bem-estar social sueco protege a maioria dos trabalhadores contra demissões ou sub-emprego, assiste as empresas, e os eventos presenciais foram quase todos suspensos. Porém, os restaurantes jamais fecharam, nem as lojas, nem houve “toque de recolher” nem lockdown.
Os escandinavos até brincam que o tal distanciamento social de 2m é muito pouco, e se perguntam “quando vamos poder voltar ao normal de 5m?“. As pessoas aqui não são de grande proximidade física, como você há de imaginar. Muita gente também vive só.
Nem tudo são folhas neste outono, mas tampouco é a gritaria que a mídia sensacionalista doida por cliques e audiência faz crer. As pessoas aqui continuam a passear com seus cães, fazer supermercado, e seguir com suas rotinas.
A natureza, enquanto isso, segue numa indiferença absurda a todo o afã humano. Eu me flagrei sorrindo curioso a ouvir os pássaros cantando e imaginando que para eles não há nenhuma pandemia acontecendo.




Deixem-me pôr com clareza que morreram suecos demais. A fatalidade proporcional (pelo tamanho da população) aqui foi bem maior que nos vizinhos nórdicos, sobretudo por contaminação em casas de repouso para idosos. Mas ainda assim foi menor que na Espanha, Itália, ou Reino Unido ainda que estes tenham experimentado muito mais interrupção das atividades. Sem falar em Brasil ou Estados Unidos.
O bom aqui é que são medidas sustentáveis; isto é, estão em vigor há 7 meses e não haverá problema em mantê-las por outros sete. Nenhuma criança se prejudicou deixando de ir à escola ou com problemas emocionais trancada em casa. Pergunte, por outro lado, aos madrilenhos, franceses ou italianos se dá para entrar em lockdown de novo. É capaz de haver outra Revolução Francesa.


Caso alguém esteja curioso, faz já frio aqui já em outubro. Estava por volta de 5ºC nesta manhã, e gradualmente abaixando conforme o inverno se aproxima.
O outono em Estocolmo é distinto do outono de neblinas que mostrei em Copenhague, na vizinha Dinamarca. Aqui em Estocolmo o clima é em geral bastante seco, ainda que estejamos à beira-mar — do Mar Báltico. Além disso, aqui esfria bem mais que na capital dinamarquesa.
Há um bosque perto de casa onde vou passear, e já se veem os cães — animados naquele festim de aromas da natureza — com o vapor a lhe sair das bocas. O sol batia por entre as copas das árvores, e afora alguns pássaros só se ouvia o quebrar das folhas secas sob suas patas, além do animado chamar de alguma criança que vinha por vezes também passear.










“A natureza é colorida“, esclareceu-me certa vez uma hippie lá em Feira de Santana, quando eu lhe encomendei umas pulseiras para uma campanha ambiental e lhe pedi que fossem verdes.
Ela tinha razão.
Quanta lindeza nessa natureza obra prima das Potentes Mãos do nosso Amado Pai Criador 🌸🌿🌺🌿🎶
Nosssa!… que espetáaaaculo!…. Que maravilhosa sensação de que você adentrou o paraíso colorido da natureza outonal… Meu jovem, os olhos da sua amiga aqui estão saturados dessa beleza impar, encantados, felizes, com a contemplação dessa paisagem belíssima, multicolorida, impressionante, com esses tons magníficos. Eita beleza… é de babar.
Que espetáculo se nos apresenta a natureza nessa estação tão bela e tão colorida!… As palavras são pobres para descrever tamanha beleza e exuberância desse cenário. Como a natureza é bela e encantadora.
Amo a natureza, e esse outono ai então, é uma festa para os olhos, para a alma e para o coração. Linda estação, bela postagem.
Parabéns!. Pela postagem e pela oportunidade de nos mostrar essa maravilha da natureza.
Deve ser incrível experimentar tamanha festa da natureza in loco e a cores. Beleza. Amei.
Pretendo passar um outubro, a Deus querer, em um paraíso desses. hahahaha Porquoi pas?, diriam os franceses hahah. Valeu, amigo viajante. uma pintura.
Maravilha de texto contextualizado e poético!!
Em relação a Covid-19 pena que nao tenhamos as mesmas condições para promover o ‘distanciamento’ sueco!
Quanto a natureza , que espetáculo!!