O que fazer na capital mexicana? A Cidade do México com os seus 22 milhões de habitantes, como já comentei em detalhes noutras visitas (aqui e aqui), é como uma fusão de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. É o centro político, econômico e também cultural do país.
Não falta o que fazer na Cidade do México, sobretudo se você é uma pessoa mais urbana. O legado histórico e cultural aqui, porém, são imensos a qualquer um interessado em conhecer mais das riquezas deste país e suas raízes.
Há sempre quem diga que se pode passar um ano na cidade X e não ver tudo. Virou um pouco clichê dizer isso — ainda que seja verdade em muitos casos. Aqui na Cidade do México, eu bem sugiro deter-se pelo menos umas 4 noites, e ainda assim é pouco. Você pode bem passar uma semana na cidade, indo cada dia a um lugar diferente, e sem enjoar.
Elenquei aqui 10 atrações que considero as primordiais — e talvez sejam mesmo as mais bem-quistas dos visitantes em geral — que eu sugiro incluir na sua vinda aqui. (Não há ordem de prioridade; esta vai a seu gosto.)

1. O Zócalo e a Catedral Metropolitana
Não há vinda à Cidade do México sem visitar o seu Zócalo, a vasta praça principal da capital mexicana. Ali costuma ficar hasteada uma imensa bandeira, e é o centro magnético da cidade.
O Zócalo é mais uma referência e uma experiência. A praça em si é um descampado; o que você tem a visitar ali é a Catedral Metropolitana, consagrada em 1656 num estilo colonial que vai lhe lembrar de certas igrejas brasileiras. Ali está muito do esplendor desta antiga terra que já se chamou Nova Espanha.

2. Palácio de Belas Artes com o Balé Folclórico Mexicano
O Palácio de Belas Artes fica a poucas quadras do Zócalo, no centro da Cidade do México. O prédio em si é uma linda obra neoclássica, mas o mais interessante mesmo é ir lá assistir a algo.
O Ballet Folclórico Mexicano, de autoria de Amalia Hernandez, segue o costume dos balés folclóricos mundo afora, como há inclusive o da Bahia no Brasil: são apresentações culturais com muitos números de música e dança característica. (Ou seja, não é literalmente um balé clássico.)
Eu cheguei a realizar uma postagem mostrando e comentando em detalhes a minha visita a uma destas apresentações aqui na Cidade do México, e você pode buscar datas e ingressos aqui no site oficial. Há apresentações várias vezes por semana, e você pode se programar para assistir a uma. Vale a pena.

3. Os murais de Diego Rivera na Secretaria de Educação Pública e no Palácio Nacional
O pintor Diego Rivera (1886-1957) no estrangeiro é mais conhecido por ter sido o companheiro fatídico de Frida Kahlo, com todas as emoções e dramas associados a essa artista. Porém, ele na real é um dos maiores expoentes do chamado muralismo mexicano, uma tradição artística que remonta às sociedades indígenas pré-hispânicas com os seus murais.
A tradição ganhou contornos de crítica social no México ao longo do século XX e se mantem muito viva. Não há vinda à Cidade do México sem conferir alguns destes trabalhos de Rivera, que estão visíveis gratuitamente na Secretaria de Educação Pública da Cidade do México e no Palácio Nacional. (Para este último, é essencial apresentar o passaporte na entrada, já que é um prédio de governo.)
Você gratuitamente circula pelas varandas e escadarias pintadas pelo muralista décadas atrás. Mais imagens e detalhes dos murais de Diego Rivera neste outro post anterior.

4. Coyoacán e a Casa Azul de Frida Kahlo e Diego Rivera
A afamada Casa Azul de Frida Kahlo e Diego Rivera foi onde se deram muitos dos dramas de vida que você vê no filme Frida (2002), com Salma Hayek, ou noutras descrições da vida da autora.
Hoje, a Casa Azul é um museu, o Museu Frida Kahlo, onde a casa se mantém em grande medida do jeito que era quando os dois pintores viviam ali. Junto com toda a simpatia do bairro histórico de Coyoacán — o qual costumava ser um pueblo independente antes de ser absorvido pela Cidade do México em expansão — a Casa Azul e sua vizinhança fazem um indispensável programa de um dia por aqui. Há uma estação de metrô chamada Coyoacán, e dali é só alegria — o resto se faz a pé.
Eu detalhei uma visita a Coyoacán nesta postagem.
Se quiser ver mais obras de Frida, você pode também visitar o Museu Dolores Olmedo noutra parte da cidade.

5. O Templo Mayor asteca
O Templo Mayor dos astecas, arruinado pelos conquistadores espanhóis, por muito tempo ficou perdido, e se supunha que estava soterrado sob a Catedral Metropolitana.
Foi somente no século XX que se descobriu que não é bem assim. Ele fica perto da catedral, mas esta não está em cima dele.
O sítio do que era o coração espiritual desta antiga capital Tenochtitlán dos astecas foi escavado e é hoje o Museo del Templo Mayor, com as ruínas originais, símbolos astecas, estruturas e explicações sobre este império indígena que vão lhe tomar bem umas 2-3h aqui.
É uma visita fundamental para entender o passado este lugar onde estamos pisando. (Mais detalhes sobre ele aqui.)

6. Museu Nacional de Antropologia
O Museu Nacional de Antropologia do México é um sério candidato a ser o melhor do mundo. Se o Louvre, o Museu Britânico e outros pesos pesados mundo afora se gabam mostrando peças pilhadas trazidas da Ásia ou da África, o México aqui mostra sua própria cultura.
Ou melhor, culturas, no plural. Você aqui aprende sobre a diversidade de civilizações mesoamericanas que, ao longo dos milênios, desenvolveram a rica matriz cultural desta região. Passando por mayas, olmecas, astecas, zapotecas e tantos outros.
A obras — todas elas originais — são fantásticas. Há também uma informativa sessão com dioramas sobre o México colonial, seus povos e costumes. Imperdível.
Reserve uma manhã ou uma tarde inteira para vir aqui, e não vai se arrepender. (Eu tratei em detalhes sobre o conteúdo deste museu neste post.)

7. Paseo de la Reforma e suas vizinhanças
Esta visita não é a um monumento ou sítio específico, mas a uma área simpática da Cidade do México. No fuzuê que é esta imensa metrópole de 22 milhões de habitantes, temos nestas vizinhanças da avenida Paseo de la Reforma bairros pacatos e agradáveis — ótimos para se hospedar.
A avenida em si, ampla e arborizada, é das minhas favoritas no mundo inteiro. Dá vontade de andá-la toda.
Você por perto tem bairros (colonias) como Roma, Polanco, e também a chamada Zona Rosa. É uma área um pouquinho hipster, com espaços de classe média alta, cafés, ruas arborizadas, etc. Vale a pena conhecer para ver também este lado da Cidade do México atual.
Aqui fica o monumento do Anjo da Independência, um dos maiores símbolo da capital mexicana.

8. O Parque e o Castelo de Chapultepec
Nos tempos de colônia, estas terras eram conhecidas como Nova Espanha, e daqui governava um vice-rei sob ordens do monarca em Madrid.
Chapultepec era um morro verdejante na cidade onde, em 1785, os espanhóis resolveram erigir um castelo de onde governar seu vice-reinado. Após a independência mexicana em 1821, o lugar viria ainda a se tornar morada dos monarcas do país agora soberano, até a queda da monarquia e proclamação da república em 1867.
Hoje, o que temos é um chamado Bosque de Chapultepec no coração da Cidade do México, com este histórico castelo no seu centro, onde se pode ver de perto este legado e conhecer mais do México dos séculos XVIII, XIX e XX, desde o fim do tempo colonial à Revolução Mexicana com Emiliano Zapata e Pancho Villa em 1910-1920.

9. O Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe
Eis o sítio cristão mais visitado do planeta. Mais que o próprio Vaticano. A devoção dos mexicanos e tantos outros é impressionante.
Seja qual for a sua religião, uma vinda à Basílica da Virgem de Guadalupe vale no mínimo como experiência cultural, sobretudo num domingo, a ver com os próprios olhos as muitas — e pitorescas — manifestações de fé dos mexicanos e de tantos outros que vêm até aqui fazer peregrinação.
Você hoje em dia chega fácil até aqui com a linha 7 do MetroBus. Há lugares onde comer nos arredores, e muitos sítios que visitar — desde a basílica atual, à igreja colonial barroca, à capela no alto da colina onde se deram as primeiras aparições da Virgem de Guadalupe ao índio que viria a ser batizado com o nome de Juan Diego.
É um emblema mexicano e latino-americano a se conhecer. Cheguei a detalhar visitas anteriores a este santuário aqui e aqui.

10. Teotihuacán
Afora os outros pontos que destaquei — todos eles dentro da Cidade do México — você há de fazer um bate-e-volta a Teotihuacán, este sítio pré-asteca de imensas pirâmides indígenas nos seus arredores.
Você vem cá num tour, como mostrei nesta minha primeira visita, ou independentemente em ônibus coletivo comum, a 1h da Cidade do México, como detalhei neste outro post.
Este é talvez o sítio arqueológico mais impressionante das Américas; não há como chegar aqui tão perto e não vir ver.
Prepare-se para, praticamente, passar um dia entre as Pirâmides do Sol e da Lua, a Avenida dos Mortos, os templos e murais à serpente emplumada Quetzalcoáltl, e sentindo toda a energia do lugar.
A Cidade do México é das mais ricas que há no mundo em termos de atrações. Estas são só 10 delas que destaquei como imperdíveis.
E você, já conheceu? Qual a sua favorita? Deixe sua sugestão, pois aqui há sempre mais a se ver.
Seguiremos, em seguida, pelo interior do México a descobrir mais.
Magnifico país, o México!… Belissima capital. Espetacular legado histórico e cultural. Impressionante arquitetura, murais maravilhosos, personagens ímpares, monumentos imorredouros e uma civilização que deixou grandes marcas no seu povo, ontem e hoje. Imperdível .
Visitar e viver o México é fantástico. Uma aula de Arte das mais belas, de História, garra, determinação e coragem. Tudo isso com colorido, dança , festa e alegrias que transpiram em seu povo e em todo o México. Uma festa para os olhos e o coração. A sua culinária é um espetáculo ã parte.
Uma experiência inesquecível.