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Polônia

Gdansk, Polônia: Às vésperas do Natal

Gdansk é a principal cidade costeira da Polônia. Esta é a antiga Danzig, cidade alemã — e depois sob jurisdição internacional no que ficou conhecido como Corredor Polonês — antes de ser (re)integrada à Polônia após a Segunda Guerra Mundial.

Se você está interessado em conhecer melhor a História e os lugares-chave desta joia de cidade na costa do Mar Báltico, sugiro que visite também o meu post anterior com todos os detalhes. 

Esta cidade originalmente eslava, que compôs por muitos séculos a Pomerânia alemã e depois tornou-se novamente a Pomerânia polonesa que é hoje, foi também o sítio das intensas disputas sindicais dos anos 80 que valeram a Lech Walesa o Prêmio Nobel da Paz em 1983, com seu movimento Solidariedade. Ele é daqui. Há um museu na antiga fábrica onde se deram aqueles embates de trabalhadores, e eu cheguei a postar sobre minha visita ao lugar e essa história recente de Gdansk.

Nesta minha terceira postagem sobre a cidade, o que mostro é Gdansk às vésperas do Natal. Enfeitada, animada apesar de todos os pesares, e bela sob a aura natalina. É uma época e tanto para vir cá visitá-la — isto é, se você não se importar com o frio e o vento destas paragens polonesas neste período do ano.

Vamos mostrar um pouco do que se vê, do que se come, e do que se sente por aqui nesta época.

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Gdansk às vésperas do Natal. O calçadão Dluga, principal artéria do centro histórico da cidade, iluminado à noite.

Voando a Gdansk

A Europa Central é, a meu ver, o lugar que promove as melhores auras natalinas do planeta. Sim, sabemos que o Natal é uma experiência interna, de família; mas no que tange a parte externa — o ambiente — nada supera as feirinhas de Natal centro-europeias, com seu vinho quente para espantar o frio do escuro dezembro (que só é contrastado mesmo pelas luzes natalinas nas cidades), as artesanias tradicionais de madeira, os restaurantes enfeitados e aconchegantes, e toda a atmosfera de contos infantis de outrora.

Com boa parta da Europa Central fechada ou restrita este ano, vim-me embora para a Polônia — onde não sou exatamente amigo do rei, mas gosto do país e do povo.

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Feirinha de Natal em Gdansk este ano. Elas realmente fazem a atmosfera da cidade e de tantas da Europa Central neste período.

A Polônia usa o zloty, uma moeda própria relativamente estável (1 euro = aprox. 4,60). Hotel sai em geral pela metade do preço daqueles com qualidade semelhante em lugares como França ou Itália.

Gdansk, faça-se saber, tem dos aeroportos mais baratos de voar de toda a Europa. Eu nunca soube ao certo o porquê, só sei que é assim. Paguei o equivalente a R$ 250 com bagagem despachada desde Estocolmo na Suécia — valor que hoje, no Brasil, mal lhe compra um voo para o estado vizinho.

Há voos diretos de boa parte das cidades de porte da Europa para cá (Estocolmo, Amsterdã, Paris, Milão, várias da Alemanha…), então nem cogite voar primeiro para Varsóvia e então de lá vir aqui. A menos, é claro, que a sua meta seja conhecer também a capital polonesa, o que vale a pena.

Depois eu falarei dos trens domésticos para deslocar-se dentro da Polônia. Eles melhoraram consideravelmente desde que eu vim aqui pela primeira vez há uns anos.

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Aqui em Gdansk, a feira de Natal se combina ao cenário bastante histórico que a cidade tem.

Era para cá que eu vinha. Passar o Natal na Polônia. 

No avião, uma jovem polonesa reboculosa passava olhando se estávamos todos mesmo com os cintos atados. Moça loura de pernas torneadas que me chamaram mais a atenção que o seu uniforme, cuja cor já não me lembro. Há, ademais, um certo charme aqui na Polônia que não se encontra bem lá na Suécia (onde moro), ainda que as pessoas fisicamente se pareçam.

Pelas janelas ao que o avião se preparava para correr, um fulguroso sol feito uma bola laranja — já deitada no horizonte como ocorre sobre o mar naqueles filmes de verão ao entardecer — fazia-se presente às 2:30 da tarde sobre a pista do aeroporto em Estocolmo. Até o ano que vem, Suécia.

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Desembarcando em Gdansk com o belo entardecer precoce de fim de outono.

Reencontrando-me com Gdansk

A úmida costa polonesa a fazia mais fria do que os termômetros sugeriam. O vento era potente e quase uivava, balançando aquelas árvores secas de quando Branca de Neve se perdeu na floresta. É curioso como o cenário desta Europa Central realmente lembra os contos.

De quebra, a estação ferroviária anexa ao aeroporto estava em obras e eu de lá tomei o trem errado. Era para ser até o centro Gdansk e fui na direção contrária, indo parar num ermo onde só se viam as tais árvores e uma lua quase cheia no céu, enquanto eu esperava — dali a 40 min — um trem de volta que agora me levasse na direção certa. Perseverai.

Nada como já começar a viagem com certa adrenalina, mas logo eu estaria no centro de Gdansk (re)vendo as suas belezas. Dei ainda sorte que o dia seguinte foi de sol, que foi eterno enquanto durou.

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A lua quase cheia, praticamente mágica ao que eu entrei na cidade.

É fácil gostar de Gdansk. Ela tem um centrinho relativamente pequeno, onde tudo se faz a pé, mas ao mesmo tempo rico de coisas.

Ela é onde a Europa Central se encontra com o mar e, aqui, com muito dessa arquitetura típica do Mar do Norte — o que você já sabe, se viu minha postagem anterior na cidade. São casas verticais que lembram Amsterdã, feitas com tijolinhos que também lembram Hamburgo, e de canais e portos que a assemelham em algo a Copenhague.

É que Gdansk era das cidades portuárias que constituíam uma rede de comércio naval por estes mares do norte nos fins da Idade Média e começo da Idade Moderna, e assim trocavam também, além de mercadorias, influências artísticas.

Muita influência artística — e artistas — vieram dos Países Baixos, que nos idos de 1600 eram uma potência comercial e a principal referência de arte no norte europeu. 

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O chamado Portão Verde (Brama Zielona em polonês) data de 1571, e foi feito pelo arquiteto Renier van Amsterdam inspirado na prefeitura de Antuérpia, hoje segunda maior cidade da Bélgica. Os interiores serviam de residência aos monarcas da Polônia quando eles vinham cá.
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Na outra ponta do longo calçadão principal da Gdansk histórica, o Portão Dourado (Złota Brama), em estilo maneirista holandês (sendo restaurado).
Com a rua principal de Gdansk
Com o longo calçadão que tem literalmente este nome.
A Torre da Prisão em Gdansk
Do lado de fora do portão dourado, a antiga Torre da Prisão, que hoje abriga o Museu do Âmbar.
Mapa Gdansk na Europa
Gdansk no mapa da Europa.

Gdansk ganhou status de cidade em 1263, este povoado ainda mais antigo e que há muito constitui um ponto estratégico onde rios da Polônia encontram o mar. Portanto, um lugar-chave de comércio e movimento entre o interior e as terras além-mar dos Países Nórdicos e outros.

Muito era portanto medieval gótico em Gdansk, mas boa parte recebeu retoques posteriores em estilo maneirista (enfeitado, mas de antes do barroco, dos idos de 1520-1650). São artes do fim da Renascença, e que cá no norte da Europa durou mais.

Essa transformação foi o caso do Portão Dourado ali acima, que era medieval e ganhou ares mais requintados.

Foi também o caso do Grande Armorial (Wielka Zbrojownia), dantes um mero apêndice das muralhas da cidade onde os guardas tinham o estoque de armas à disposição. Passou em 1605, porém, a ser uma pomposa obra maestral de arquitetura maneirista pelo arquiteto flamengo Anthonis van Obberhen.

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O Grande Armorial (Wielka Zbrojownia), originalmente medieval para a defesa da cidade, mas refeito à moda maneirista dos Países Baixos entre 1600-1605 pelas mãos do arquiteto flamengo Anthonis van Obberhen. Uma obra-prima em Gdansk.

Quem permaneceu em estilo gótico medieval em Gdansk foram as igrejas.

Lembrem-se de que aqui, nesta região da costa do Mar Báltico, não há muitas pedreiras. Portanto, a maior parte das obras não se deram com rochas, mas com tijolinhos. Mesmo as mais imensas.

A segunda maior igreja de tijolos do mundo

A Basílica da Assunção da Abençoada Virgem Maria, abreviada como Igreja de Nossa Senhora ou simplesmente Mariacka [lê-se Mari-Á-tska] em polonês, data de 1343 é hoje das maiores igrejas de tijolos do mundo. Só perde para a Basílica de São Petrônio em Bolonha, na Itália.

Ela é, curiosamente, a co-catedral de Gdansk. A honra é compartilhada com a Catedral de Oliwa, fora do centro da cidade. Não é comum, mas isso às vezes ocorre.

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A imensa basílica, numa manhã de quase inverno. Esta torre frontal tem 80m de altura.
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Basílica de Nossa Senhora em Gdansk à noite.
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No interior, um batistério da segunda metade do século XVI com as várias virtudes representadas.

Esta igreja foi consagrada no século XIV, mas levou séculos para ser terminada. Dizem que os poloneses o fizeram com os tijolos dos castelos dos Cavaleiros Teutônicos derrotados na região. 

Houve séculos de conflitos aqui entre poloneses e a germânica Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, que se expandiu ao leste europeu durante a Baixa Idade Média (1100-1450). Sob a guisa de propagar o cristianismo, eles abriam a fronteira também para a vinda de colonos germânicos a substituir a população local. 

Conquistada pelos cavaleiros teutônicos em 1308, Gdansk passou a ser formalmente Danzig. Sua população passaria a ser cada vez mais de falantes de alemão.

Com a Reforma Protestante, grande parte dessa população germânica, e esta Basílica de Nossa Senhora passou a ser luterana. Por um tempo, ela chegou a ser uma igreja de duas denominações, luterana e católica. Esse período responde pelo seu simples interior branco, que mais lembra as igrejas protestantes alemãs que as igrejas católicas do mundo europeu latino.

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Arte sacra por sobre a porta da igreja, no interior.
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Interior relativamente vazio, com tumbas pelo chão e alguns adereços renascentistas a adornar.
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O magnífico órgão por sobre a porta de saída, esta margeada por duas árvores natalinas.
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O altar-mor com um vitral de Nossa Senhora ao fundo. A basílica voltou a ser católica após a cidade ser devolvida aos poloneses com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945.
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Um relógio astronômico, como era comum daqueles fins da Idade Média. Note as figuras das doze constelações zodiacais no painel de cima. (Gêmeos e câncer estão em cima, e daí vai em sentido anti-horário.)

Se você se sentir com coragem e bom das pernas, pode pagar 14 zloty (o equivalente a uns 3 euros, pagos aqui exclusivamente em espécie e com dinheiro polonês) e subir os mais de 400 degraus até o alto da torre da igreja — algo que eu não havia feito na minha vinda anterior aqui.

Olhe que eu estou bem habituado a subir torres, mas esta é de pôr os bofes para fora. Se você gosta de desafios ou de vistas elevadas, vale a pena.

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A subida é, em grande parte, assim. (Desce-se por outra escada, senão não haveria como.)
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Os degraus são sinalizados no chão. Depois de calorias queimar, você chega ao número 400 lá no alto.
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Eis a vista do alto da Basílica de Nossa Senhora. A impressão que dá é que você conseguirá enxergar até a Rússia cá de cima. Não dá para ver a Rússia daqui, mas dá para se ver o Mar Báltico lá adiante.
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Note como o centro de Gdansk fica pequeno e pitoresco lá embaixo, como aqueles brinquedos de casinhas de madeira de antigamente.

O homem novo e o rio

Hemmingway versou sobre o Velho e o Mar (1952), mas aqui em Gdansk é diante do rio que as pessoas pensam a vida.

Aqui desemboca o rio Motlawa, que mais adiante se encontra com o portentoso rio Vístula — o principal da Polônia — para então encontrar o Mar Báltico. É a confluência e localização estratégica que há pelo menos 1000 anos faz deste lugar o sítio costeiro mais importante da região.

Nas áreas portuárias onde passam os dois braços de rio canalizado pelo centro histórico, Gdansk ganha certos ares da capital dinamarquesa, Copenhague.

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Rapaz de ar longínquo, sério candidato a estar com dor de cotovelo, a observar um dos braços do rio Moltawa que cruzam o centro de Gdansk, rumo ao rio Vístula e ao Mar Báltico não muito longe daqui.

Âmbar para dar e vender

Era um fim de tarde destes em que eu, caminhando rente ao rio, dei-me novamente com a entrada da singela rua Mariacka [Mari-Á-tska], que leva o mesmo nome da grande basílica porque vai terminar nela.

Quem viu minha postagem anterior em Gdansk talvez se recorde que a cidade e toda esta região do Mar Báltico é notória pela presença de âmbar.

Essa ruela pitoresca é o ponto principal de vendas em Gdansk. Serve, no mínimo, como passeio. A quem cogitar comprar, aqui os lugares inspiram mais confiança que os “âmbar” de plástico vendidos em estações ferroviárias ou por aí afora.

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A simpática rua Maricka, com a basílica homônima ao fundo. Aqui ficam as principais lojas de âmbar da cidade.
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Banquinhas de âmbar por toda a extensão da rua.
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O âmbar, a quem não se recorda, é resina vegetal fossilizada. Muito comum no Mar Báltico por razões geológicas. Aqui, você encontra toda sorte de coisinhas feitas com este material.
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Colares, joias e outros adornos de âmbar em Gdansk.

A Fonte de Netuno e o Mercado Longo

Ao que a tarde caía, o sol já se punha para a Fonte de Netuno no chamado Mercado Longo — a praça principal da cidade. Não há mais feira livre aqui (ao menos não regularmente como deve ter sido um dia), mas o nome ficou.

Aqui, historicamente, encontravam-se os comerciantes a trazer os produtos do interior Europa adentro e aqueles que traziam bens pelo mar, da Europa afora ou do mundo mais além.

A ilustrar essa importância marítima para a cidade, ali está desde os idos de 1600 uma renascentista Fonte de Netuno, com a figura do deus greco-romano e o seu tridente.

Toda esta área é de arquitetura bastante nobre. Casas verticais de mercadores que lembram uma versão mais colorida e requintada daquelas encontradas em Amsterdã, a capital holandesaTambém aqui, a imponente prefeitura antiga de Gdansk com sua torre do relógio, hoje um museu da cidade.

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O Mercado Longo, hoje um simpático calçadão, foi estabelecido no século XIII como a principal feira da cidade. Dava-se numa área oval lá perto da prefeitura, aonde esta via leva. Chamavam-na oficialmente de Longa Platea em latim já nos idos de 1331. Note o colorido das casas.
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Esta casa, que me lembra uma versão mais coloridas destas casas verticais de mercadores dos séculos XVI-XVII também encontradas em Amsterdã e afora pelos Países Baixos, parece ter uma fênix no topo — talvez a ilustrar o ressurgimento de Gdansk?

Você caminha um pouco e logo chega à área oval que é o coração do antigo mercado e desta cidade histórica, com a Fonte de Netuno como emblema.

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A Fonte de Netuno no centro de Gdansk, com o sol já posto sobre ela. Data de 1600-1615, quando da onda artística maneirista aqui.
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Prefeitura, Netuno e Natal na cidade.
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A grande prefeitura histórica de Gdansk, iniciada ainda no século XIV, e expandida consideravelmente nestes moldes no século XV.
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Neste Natal. Como vocês podem ver, é fácil — e belo — circular por Gdansk. Há algo de bonito e simbólico em cada esquina.

Comes & Bebes poloneses neste Natal em Gdansk

Comer é necessário, e nesta época do ano, sobretudo se você estiver neste ex “Leste Europeu”, vale a pena localizar algum lugar que seja aconchegante. Há vários. (Os poloneses comerão o seu fígado à ceia natalina se você aqui chamar a Polônia de “leste europeu”. Eles são, historicamente, parte da Europa Central.)

Uma dica, se você desejar algo típico, é buscar uma pierogarnia, restaurantes especializados em pierogues (pierogi), aqueles bolinhos poloneses encontrados também na culinária ucraniana. Aqui você os encontra com um milhão de recheios distintos, tanto ao forno quanto fervidos (ou fervidos e depois fritos, como me recomendou a garçonete aqui porque “fica mais gostoso”).

Uma que recomendo é a Pierogarnia Stary Młyn, bem no centro histórico. Foi onde entrei, naquele ambiente de madeira, enfeites e músicas natalinas clássicas, a provar da culinária polonesa.   

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Boa mesa polonesa com saladas (típicas daqui, com repolho, cenoura e beterraba) e pierogues. Se estiverem a se perguntar o que estou tomando, é uma infusão quente de limão (boa!), algo que eles também estimam muito neste miolo eslavo da Europa.
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Pierogues ao forno lá em cima e pierogues fervidos (e depois fritos, pois fica mais gostoso) cá embaixo. Lembram pastéis, mas a massa é mais espessa. Muitos recheios com cogumelos, carnes, queijo, etc.

Agora, o golpe de misericórdia.

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Pra acabar, a torta de maçã quentinha que pedi, acompanhada de creme e sorvete de baunilha.

Aconchego é o sobrenome daqui, sobretudo nesta época. Você é capaz de passar horas do lado de dentro a uma dessas mesas.

Do lado de fora, o clima frio e algo cinzento faz você querer logo procurar outro ambiente interno quentinho.

 

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A Igreja de Santa Catarina, outra das grandes edificações góticas de tijolos em Gdansk.
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A Igreja de Santa Catarina sob a lua cheia e a escuridão de… 5:30h da tarde.

É assim. Os anoiteceres aqui são cedo nesta época do ano. Não é só uma questão de latitude, é também escolha político-econômica.

Oi? Por interesses comerciais e de integração europeia, países como Suécia e Polônia ficam no mesmo fuso horário de Bruxelas, Paris e Berlim, o qual acontece de ser o mesmo da Espanha a 2.500 Km daqui.

Ou seja, às 5:30 da tarde você até ainda vê algum sol lá em Madrid mesmo nesta época do ano, mas aqui ele já foi embora desde as três.

“Melhor, combateremos à sombra”, já disse Leônidas. Como é Natal, não há combate, entramos em vez disso no mundo mágico das feirinhas natalinas centro-europeias — onde experimentaremos mais coisas típicas.

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Feirinha de Natal este ano em Gdansk, Polônia.
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Portal para a feira de Natal em Gdansk, com poloneses a passear.

Vocês viram o que eu vi? Parece até piada pronta, mas feirinha ou mercado de Natal em polonês é jarmark bożonarodzeniowy. Eu ri alto.

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As crianças (e adultos) fazendo fila para ir tirar foto lá em cima na poltrona do Papai Noel.

Eu, por meu turno, fui sondar as coisas outras que há por aqui. Tomei meu quentão de lei, e senti o cheiro dos repolhos refogados que eles fazem por aqui. Comprei por puro interesse etnográfico.

Saboreei também do clássico queijo de ovelha defumado polonês, oscypek, servido com geleia de arando (cranberry) por cima. 

As feiras de Natal aqui na Polônia são bastante gastronômicas. 

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O queijo de ovelha tipicamente polonês, oscypek. É defumado e depois requentado aqui na brasa. Fica uma delícia!
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O queijo de ovelha servido com geleia de arando (cranberry) por cima. Combinação típica aqui na Polônia, sobretudo nestes tempos frios.
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Se você desejar algo com mais sustança, venha nos repolhos refogados e batatas, aqui servidos com pão. (Quando vi, a moça já havia me dado o prato cheio.)
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Se você quiser inspecionar de perto.
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Estão servidos?

A lua cheia subia no céu ao que nós circulávamos pela feirinha natalina em Gdansk, as árvores de Natal iluminadas e seus prédios históricos também, dando contexto.

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Pela feirinha de Natal de Gdansk.
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Seus prédios históricos dando contexto.
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A Fonte de Netuno iluminada à noite, ao lado da árvore de Natal em luz.
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A lua cheia no céu, e Gdansk natalina cá na Terra.
Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

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