Estamos na Puglia, a região que fica no salto da bota italiana, mais especificamente na área do Vale de Ítria, onde Martina Franca completa o trio de cidades históricas após Alberobello e Locorotondo, que lhes mostrei nas postagens anteriores.
Martina Franca é a maior dessas três cidades. É também a mais nova, fundada em 1300 d.C. como cidade, e plena de elementos barrocos e neoclássicos no seu centro histórico.
Ela pode não ser o tipo de cidade esplendorosa que faz você vir à Itália só para vê-la, mas se estiver por perto, pode valer sua visita.
Eu vim a pé, caminhando 6 Km num pós-almoço vindo desde Locorotondo, a caminhar pelas videiras que produzem o vinho branco de designação protegida desta região.
Ela é consideravelmente menos turística que as demais; parece até uma cidade normal, sem qualquer turismo, em que as pessoas levavam suas vidas normalmente numa tarde de terça-feira.



Adentrando Martina Franca
Após 1h e algo de caminhada — boa parte da qual fui falando ao telefone — eu chegava a Martina Franca, esta cidade medieval de contornos barrocos. Embora ela exista aqui enquanto povoamento desde pelo menos o ano 1000, por devotos de São Martinho de Tours (daí seu nome “Martina”), ela ganha status de cidade em 1300 e tem um aspecto bastante barroco-neoclássico.
Boa parte do quieto centro histórico de Martina Franca data dos idos de 1700-1800, quando estas obras neoclássicas com enfeites barrocos eram a moda na Europa inteira.
Primeiro, porém, eu me achei na parte menos turística e mais residencial da cidade, perdendo-me por becos brancos vazios onde seria fácil se perder sem o GPS.






Essas brancas vias quietas de Martina Franca, eu admito, não são o lugar mais animado da cidade; parecem algo mortas, como se as vias tivessem permanecido ali após as pessoas irem embora. Achei-as meio sem vida, como que a percorrer becos vazios — ainda que pitorescos aqui e ali.
Martina Franca ganha mais vida nas suas vias principais, onde há as arcadas da bela Piazza Plebiscito com sua torre do relógio e a Catedral-Basílica de São Martinho.



Esta catedral-basílica foi consagrada no ano de 1775 em estilo barroco com elementos neoclássicos no interior. É uma basílica e tanto.



Você nota, todavia, que Martina Franca insiste no seu ar quieto, mesmo aqui. É um lugar tranquilo onde passear, se é isso que você busca.
Segui por estes caminhos até descobri das suas portas neoclássicas, que imitam os portais e arcos romanos de antigamente. O mais notável dele é a chamada Porta di Santo Stefano, de 1764.




Circulei por ali naquele fim de tarde e não me demorei. Verdade seja dita, não há muito o que fazer em Martina Franca afora explorar estas ruas, ver sua arquitetura, e conhecer estas praças e igreja. Há um Palazzo Ducale muito recomendado, mas que estava fechado na ocasião.
Eu jantaria de volta em Bari, e começava portanto a tomar meu rumo.


Assim como eu havia ido num ônibus de Trenitalia (em substituição aos trens nesta rota) até Alberobello, a mesma linha voltava, passando primeiro aqui por Martina Franca, depois Locorotondo, e por fim Alberobello — onde massas de turistas tentariam entrar.



Vem mais da Puglia a caminho.