Bem-vindos à Terra Santa, uma viagem que eu há muito queria fazer. Pelas próximas semanas, vamos explorar vários recantos de Israel e Palestina — que eu aqui usarei como uma categoria só, pois a dança de fronteiras entre eles é por demais complexa.
Eu sei que este é um destino que acende muitos ânimos. Há aqueles que, por convicção política ou religiosa, defendem a priori tudo o que o Estado de Israel faz; e há os outros, partidários da causa palestina árabe, dispostos a nunca ver nada de bom em Israel. Eu lamento a ambos os grupos, mas este meu relato de viagem seguirá a mesma tônica que mantenho para outros lugares no site: reportarei o que vi, criticarei o que eu achar criticável, e direi que gostei daquilo de que eu gostei. Quem estiver buscando isso, bem-vindo a bordo.
Comecemos pela indagação na cabeça de tantos que desejam viajar para cá: a imigração em Israel, famosa por ser ultra-rígida, com seus avisos e rumores para se preparar a esperar muitas horas no aeroporto, com paciência.
Eu aqui descrevo em detalhes o passo-a-passo tanto da chegada ao aeroporto quanto da saída. Há algumas diferenças com relação à maioria dos outros países, mas não é o bicho de sete cabeças que às vezes se pinta.
De quebra, este é também o início das nossas andanças por aqui. Muitas experiências nos aguardam.

Uma madrugada e um voo: Embarcando para Israel
Permitam-me começar por onde eu estava — e quando.
Havia sido noite de réveillon no Aeroporto de Arlanda, Suécia. Este principal aeroporto do país serve a capital sueca, mas fica fisicamente distante de Estocolmo, onde eu moro. Com um voo marcado para as 7h da manhã do dia 1º de janeiro, achei por bem dormir num dos seus hotéis. Às vezes eu gosto de réveillons assim, diferentes.
À madrugada após o café da manhã às 03:30, suecos sóbrios — com seu típico ar de que nada aconteceu ou acontece — fizeram meu check-out à recepção do hotel. Seguimos então aeroporto adentro, até encontrar uma pequenina fila de check-in e despacho de bagagem com a Norwegian (companhia de baixo custo recomendada aqui na Europa e arredores).
Eu tinha o meu voo de retorno com eles próprios para dali a duas semanas, e sabia tanto que brasileiros não necessitam de visto para Israel quanto que o país já não exigia mais testes. Nem carteira de vacinação (que eu todavia tinha), nem declaração nenhuma antes de viajar, nem nada. Supostamente, só se pedia um tal de “seguro de saúde com cobertura para COVID-19” — um dos maiores Fata Morgana que há no mundo das exigências imigratórias.
Fata Morgana é o nome italiano para as famosas miragens no deserto: aquilo que você vê, crê ser de verdade, aí chega lá e não dá em nada. A exigência de seguro em praticamente todos os países é assim. Você vai ler que é obrigatório, sites interessados em lhe vender seguro (ou no mínimo ganhar uma comissãozinha) vão lhe repetir que é, sim, fundamental, e eu lhes digo que já visitei mais de 115 países — Israel agora aí incluso — e sabe quantas vezes me perguntaram sobre seguro? Zero.
Resumo: faça se achar por bem, mas não caia na ilusão de que será critério para deixá-lo entrar ou não. Certamente haverá exceções, aquele causo do “aconteceu comigo”, mas como disse, comigo nunca. E dada a frequência com que eu vejo uma ênfase desproporcional nisso, não deixo de crer que há um claro segundo interesse econômico por trás. Dito.
Ao balcão da Norwegian, um funcionário sonolento com ar de novato tomou as minhas malas e, com jeito de quem estava lendo instruções na tela, comentou casualmente “Você precisa do bilhete de volta e do seguro de saúde com cobertura para COVID-19”, ao que me entregou nossos cartões de embarque. “Ok”. Hasta la vista, baby.
A emigração sueca, que às vezes pergunta aonde eu vou e o que farei, desta vez estava muda. O senhor oficial não se dignou a abrir a boca sequer para me desejar Feliz Ano Novo. Pois bem. Não reclamo.
Eu direi com transparência que esta viagem à Terra Santa eu fiz com minha mãe, que vive no Brasil e eu só vejo de quando em vez. Comento isso porque ela é uma pessoa já na casa dos 70, e minha experiência é que imigrações são mais brandas quando estou com ela que quando estou sozinho. Há lições aí.
O voo da Norwegian transcorreu sem incidentes, 4h40 de voo de Estocolmo a Tel Aviv — quase o mesmo que me toma para chegar a Lisboa. No avião, duas senhoras russas de passaporte israelense (muitas que há, por ser um caminho fácil a vir viver num país mais ocidentalizado) que não falavam inglês nem sueco acabaram pedindo um chá e não tendo como pagar, pois não tinham cartão de crédito que funcionasse, devido às sanções. O porquê de não terem um cartão israelense que funcionaria, não sei. Sei que tomaram o chá de graça, para a impaciência dos comissários que não aceitam espécie neste mundo digitalizado — só que às vezes não.
Nuvens de um cinza-claro criavam uma grossa capa de céu encoberto no que era Israel no inverno. Provaria-se um inverno light, mais leve que certos invernos brasileiros, com 19 graus e brisa que exigia um casaquinho à maioria das pessoas, mas chegaremos lá.
Ao que aterrissamos em Tel Aviv, o Aeroporto Ben-Gurion — o principal de Israel, aonde chegam praticamente todos os voos internacionais — se revelou funcional, bom, porém menor do que eu havia imaginado. Não pense num Guarulhos, London Heathrow ou Paris Charles De Gaulle. Acho que tanto Arlanda em Estocolmo quanto Schiphol em Amsterdã são maiores. Ben-Gurion é um aeroporto de médio porte, talvez pouco maior que os de tantas capitais brasileiras.


Os caminhos pela imigração de Israel
Eu às vezes fico com a impressão de que quem faz escarcéu sobre a imigração israelense nunca viajou muito fora do eixo America do Sul – Europa. A coisa aqui se provaria bem melhor organizada — e mais simples — do que situações que eu já vivi na África, na América do Norte, ou mesmo na Nova Zelândia.
Um tubo nos permitiu sair confortavelmente do avião e, ao contrário de certos outros países na África ou na Ásia, não há aquele afã de segurança de haver alguém — em geral um policial armado — já dentro do próprio tubo a inspecionar sua documentação. No geral, a coisa aqui toda me pareceu mais sossegada que as histórias de terror e o típico bafafá da internet costumam fazer crer.
Eu, todavia, estava sob a influência do que eu havia lido, e portanto num misto de atenção e curiosidade para ver como tudo seria na prática. Ficamos sempre a ansiar por aquele momento de liberdade ao fim.
Passemos portanto pelas três etapas.
A imigração automatizada & o papelzinho azul e branco (1/3)
Saindo do tubo, você caminha aeroporto adentro, passa por sanitários, vê sinalização tanto em hebraico quanto em inglês, e segue a figura do guardinha na sinalização.
Primeiro, entretanto, antes de ter com qualquer oficial, você encontrará umas maquinetas após um tanto caminhar. É preciso se deter ali. Você escolhe o idioma numa tela de toque, e escaneia seu passaporte. Com meu passaporte brasileiro, as instruções escritas da máquina mudaram automaticamente para o português. Há uma marca no chão indicando onde se posicionar, e o pedido de olhar para a câmera.

Pronto: em menos de dois minutos a máquina cuspiu um papelzinho azul e branco — do tamanho de um cartão de crédito — com minha foto, meu número do passaporte e um aviso da data de validade daquela permissão de estadia. Brasileiros e europeus têm direito a 90 dias de estadia turística.
Esse papelete é o que você precisa guardar consigo no passaporte até sair do país. Ele equivale ao famoso carimbo da imigração, algo que Israel deixou de fazer (pelo menos nos aeroportos) para facilitar a vida do turista, já que alguns outros países (ex. o Líbano) negam entrada a quem tiver sinais de que esteve aqui. Esse papelzinho azul e branco é, portanto, uma prova da sua admissão legal em Israel sem deixar vestígios no seu passaporte.
(Note que, se você não olhar corretamente para a câmera, a máquina poderá não cuspir o papelzinho e em vez disso exibir uma mensagem “Vá para a imigração”. Isso, em geral, é porque você não realizou o procedimento direito: ou não escaneou o passaporte corretamente ou não se posicionou direito para olhar para a câmera — não fique achando que é porque está em alguma lista da Interpol. Se ocorrer isso, tente de novo e o papelzinho pode sair normalmente. Isso nos ocorreu.)
A imigração humana (2/3)
Pronto, ali já estava dada a nossa estadia, mas não terminou ainda. Seguimos em frente e, àquela altura como um chamariz já víamos através do vidro o interior palmeirado e de fontes dos saguões do Aeroporto Ben-Gurion.
Agora é que se segue até a tradicional fila para os guichês da imigração. Haverá em letras garrafais a indicação de um segmento para pessoas com passaporte israelense e outro para estrangeiros. No de estrangeiros, há várias filas, cada guichê com a sua, e elas tinham um tamanho mediano. Nada enorme demais, mas umas 20-30 pessoas em cada uma.
Israel é famoso por fazer mais perguntas na saída (“Aonde você foi? Fez algum amigo?”) para saber o que você andou aprontando. Na entrada, aplicam-se as perguntas de praxe: propósito da viagem, quanto tempo vai passar, aonde irá, se tem amigos ou familiares no país, e possivelmente peçam para ver seu voo de volta ou suas reservas de hotel. É prático trazer todas elas impressas, embora hoje em dia no mundo desenvolvido ninguém mais ache estranho mostrar isso na tela do telefone.
Uma vez satisfeito com suas explicações, tudo o que acontece é que você ganha um outro papelete — este bem mais simples, com cara de vale-quentão de festa junina —, verde e branco com o nome Gate Pass. Atrás dos guichês, haverá um tio à saída coletando estes de quem passa.
No meu caso, algo inusitado aconteceu. Vendo-me com minha mãe idosa no final de uma das filas, um oficial uniformizado que ia passando olhou-nos, viu em nossas mãos os passaportes brasileiros, e simplesmente disse “Vocês podem ir por ali” (em português claro), dando-nos dois desses vale-quentão — o Gate Pass. (Um israelense nascido no Brasil? Fiquei a me perguntar, mas não fiquei para perguntar.)
Foi tipo Moisés abrindo o Mar Vermelho, pois deixamos para trás toda aquela gente. Afinal, o procedimento oficial já havia sido feito à máquina, e este atendimento humano é só para o bate-papo. Idosos e famílias são perda de tempo para eles ficar questionando, então munidos com a famosa “carta de saída da prisão” (do Banco Imobiliário), nós saímos. Entregamos estes papeletes verdes ao tio ali sentado ao fundo e, prontíssimo, já nos encontrávamos na área de recolhimento de bagagem!

Alfândega (3/3)
As nossas bagagens já estavam lá circulando ao que chegamos. Trata-se de um espaço aberto, mas sem muitos carrinhos, pois eles aqui parecem seguir o modelo norte-americano de carrinhos pagos. Aí acaba sendo aquela coisa inútil, pois quase ninguém se dispõe a pagar, e fica aquele elefante branco dentro do aeroporto de carrinhos não-utilizados e pessoas de várias idades tendo que carregar peso.
Por sorte, eu como espinafre e trazia pouca coisa para Israel mesmo. Já sabendo das nóias que eles têm, eu trouxe apenas o necessário e nada que lhes pudesse parecer estranho.
Pegamos a bagagem, tomamos o caminho tranquilo do “Nada a declarar”, e pronto. Acabou. Estávamos na área livre do aeroporto em busca de moeda local, do cartão de transportes Rav-Kav, e de comida.
Ao contrário de países como a Nova Zelândia — ou o Brasil — que têm uma alfândega preocupada na entrada sobre o que você pode estar importando para o país, Israel é do tipo que se preocupa mais com a saída. Então é improvável que sua entrada dê muita coisa. Eu não vi absolutamente ninguém sendo parado aqui na alfândega.

Dúvidas frequentes
A internet está repleta de histórias de horror sobre a imigração de Israel, mas para cada um que teve perrengues deve haver nove que não tiveram.
Além disso, conversando com amigos de várias nacionalidades que já vieram aqui, a minha impressão é que a coisa já foi muito pior do que é atualmente.
Muito do que está relatado por aí afora está defasado. Por exemplo, você ainda encontra coisas sobre não poder trazer notebook (laptop) ou eles forçarem você a despachá-lo, o que é uma loucura velha que só esteve em vigor nos idos de 2014-2017 com voos para os Estados Unidos. Esqueça aquilo. (Hoje em dia, pelo menos metade dos passageiros vêm com computador a bordo.)
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- Precisa de visto? Não, nem brasileiros nem europeus necessitam de visto, só de um mínimo de 6 meses de validade no passaporte.
- Eles proíbem a entrada de quem esteve em países islâmicos? Não, quem faz isso é o Líbano, que proíbe estritamente a entrada de quem tiver passado por Israel. Aqui, o que pode ocorrer é de você ser questionado por mais tempo, sobretudo se tiver ido ao Irã, mas isso não o impede de entrar.
- Não vão querer olhar o que eu andei postando nas minhas redes sociais? Há casos, mas só se você parecer muito suspeito. Imagina se eles parassem para ficar olhando Instagram e Facebook de milhares de pessoas que chegam todos os dias? Seria impraticável.
- Quanto tempo levou da aterrisagem do avião até terminar tudo? Tudo durou cerca de 40 minutos até eu estar na área livre do aeroporto. Posso ter tido sorte, mas não vi ninguém demorando demais nas filas. Eu diria que 1h no máximo para tudo.
- Dizem que a saída do país é mais demorada que a entrada. É verdade? É verdade, o controle na saída é mais rígido, mas tampouco é algum fim de mundo. Mais abaixo neste post eu falo sobre ela.
E a fronteira terrestre, se eu for à Jordânia?
Tudo isso que eu narrei obviamente se refere à chegada por via aérea, pelo Aeroporto Ben-Gurion (TLV). A fronteira terrestre com a Jordânia tem fama de ser chata, e é onde muito dos perrengues relatados ocorrem — sobretudo se você estiver tentando entrar direto para os Territórios Palestinos, cujas fronteiras externas são controladas por Israel.
Eu, francamente, acho uma mania meio imprópria essa de querer combinar Israel e Jordânia na mesma viagem. O fato de serem países vizinhos não torna a coisa fácil. É uma fronteira terrestre que já tem fama de ser cafangueira. Tudo é facilitado para quem vem em excursão, mas Petra é bem mais legal de fazer com mais tempo, sem ser em tour.
Eu visitei Petra numa viagem à própria Jordânia, que também incluiu sua capital Amã, e que pode também incluir outras localidades como Wadi Rum e países outros próximos (como Egito ou Líbano) que não criarão história com o seu cruzar de fronteira. A fronteira da Jordânia é problemática porque a menos que seja em Eilat lááá no extremo sul de Israel, você estará entrando direto nos Territórios Palestinos (na Cisjordânia), então o rigor é bem maior.

A famosa rigidez na saída
Deixem-me lhes adiantar algo sobre a saída. É verdade que a saída no aeroporto é mais rígida que a entrada, mas tampouco é algum bicho de sete cabeças.
Eu levaria coisa de 1h30 para sair pelo aeroporto de Israel, contando do começo da primeira fila até estar livre na área de embarque.
Para quem chega ao Aeroporto de Ben-Gurion vindo de trem, não é preciso verificação de segurança para entrar na área geral, já que se presume que você tenha passado por um detector de metais para tomar o trem. Você chega normalmente e circula à vontade, tanto pelo saguão de chegadas no térreo (onde há melhores opções de refeição pré-embarque) quanto pelo hall de partidas no 3° andar (onde não há praticamente nada além de filas de check-in).
A única diferença de Israel para a maioria dos demais países é que aqui há uma breve verificação extra de segurança — feita nuns estandes parecendo banquinhas de limonada — a caminho dos balcões de check-in.
Sendo assim, a tradicional fila para check-in ou despacho de bagagem se acumula é para essas banquinhas. Dali as pessoas passam a conta-gotas para os balcões de check-in, onde geralmente a fila é curtinha.

O tempo de espera é bem parecido com a realidade normal de tantos outros aeroportos. Eu levaria 40min no todo do começo da fila até estar com os cartões de embarque em mãos e a bagagem despachada. A única diferença é que você aqui tratará primeiro com o fiscal da segurança na banquinha no meio do saguão e depois com a pessoa da cia aérea no guichê.
O sujeito da banquinha de limonada vai lhe fazer perguntas habituais de segurança: Foi você mesmo quem arrumou sua bagagem? Alguém poderia ter interferido nela? Alguém lhe deu algo para levar? Essas coisas de praxe, que casualmente se pergunta também em outros aeroportos, mas que aqui têm alguém dedicado a elas.
No meu caso, ele depois tornaria a perguntar tudo novamente, feito um disco quebrado, só pra sentir segurança nas respostas ou ver se eu titubearia, talvez. Não foi preciso abrir mala nenhuma em hora nenhuma, nem eu vi ninguém fazendo isso. Tudo prosseguiu com tranquilidade.
Uma vez satisfeito, ele põe etiquetas de segurança em cada volume que você pretenda despachar. (Ele normalmente não etiqueta bolsa nem mochilinha de mão.)
Com isso, a fila do check-in propriamente dito acaba sendo minúscula, já que as pessoas passam pelo oficial da segurança a conta-gotas, e quem vai passando vai sendo logo atendido pela funcionária da cia aérea. A fila do meu guichê só teria umas 5-7 indivíduos na minha frente.
Check-in online aqui nem sempre funciona
Não se assuste se não conseguir fazer o check-in online. É normal aqui com Israel que algumas companhias só o deixem fazer presencialmente.
Recomendam que você chegue, por precaução, 3h ou mais antes da hora do seu voo, pois nunca se sabe, mas tenha em mente que nem todas as companhias abrem para despacho tão antes. No meu caso, eles só abriram umas 3h20 antes do horário do voo. Vale a pena já estar pelo aeroporto umas 4h antes do voo.
Uma vez feito o check-in e despachadas as bagagens…
Feito o check-in presencial e despachadas as bagagens, é a hora da segurança habitual com o detector de metais. Inclusive, aqui nem precisa remover os líquidos de dentro da bagagem na hora de passar no raio-x, mas os limites normais de volumes de até 100ml se aplicam. Tudo foi relativamente sossegado. Se não chegou a ser o “passeio no parque” que é a segurança no Brasil, foi mais tranquilo que em muitos lugares da Europa.
No fim das contas, tudo se processou com tranquilidade e sem grande demora.
Passada a segurança, você chegará a umas catracas eletrônicas onde passaportes biométricos podem ser escaneados. Ali você escaneia o passaporte, olha para a câmera e adiós! Claro que há a chance de você ser mandado ao oficial, mas vi muitíssimas pessoas simplesmente saindo. Não vi ninguém sendo bloqueado. Ou seja, todos fomos embora sem sequer falar com oficial de imigração nenhum na saída!
O papelzinho azul, no fim das contas, é para apresentar durante sua estadia se for requisitado, mais do que ter para devolvê-lo no final. Ninguém o coletará de volta de você aqui. Pode levar para casa de souvenir — só não o deixe de bobeira junto do passaporte se for ao Líbano.
Tenho certeza de que casos chatos existem, mas talvez eles sejam menos comuns do que se faz parecer, e muitos parecem ser mais representativos do passado que da atualidade.
Dica geral: Diz-me com quem andas, e eu te direi quem tu és
Quer um tempo bom e tranquilo na imigração de Israel? Venha preferencialmente em família. Sobretudo se você for homem e relativamente jovem. É o tipo mais suspeito que há, e se você estiver viajando sozinho ou acompanhado de outros homens as chances aumentam consideravelmente de você ter um questionamento mais rígido na entrada ou saída. Todo mundo que eu conheço que veio em excursão ou em família (tipo com os pais ou os sogros) falou que não houve nada demais. Já mochileiro viajando sozinho às vezes relata questionamentos maiores.
A dica de ouro portanto é: você mochila sozinho? Venha assim mesmo, mas se puder guardar Israel para ser aquela viagem que você faz com sua mãe, tia ou madrinha, guarde. A menos que haja alguma razão pessoal para isso, deixe pra viajar sozinho ou com amigos homens pra outro lugar. Aqui é lugar bom de vir em casal ou com familiares. Mulher geralmente levanta bem menos suspeita e pessoas mais velhas também, pela simples razão estatística de que é bem menos provável que sejam agentes ilegais tentando se passar por turistas. #FicaADica

Providências iniciais ao chegar
Estávamos agora já terminados com os trâmites imigratórios, já entre os famosos pilares com ar egípcio que muita gente fotografa. Não há muvuca aqui, mas pode haver ofertas de táxi informal não-requisitadas. Melhor evitar. São, além de tudo, desnecessárias, pois Israel conta com um bom transporte coletivo e estação de trens anexa ao aeroporto.
Há casas de câmbio nesta área de chegadas do aeroporto, mas você pode também sacar em caixa automático, que é o que fiz para evitar ter que perder dinheiro trocando duas vezes, primeiro para euros e depois shekels, a moeda de Israel. (Aproximadamente, 1 Shekel = 1,5 reais.) Há lugares que aceitam dólares ou euros, mas via de regra tudo aqui em Israel — assim como nos Territórios Palestinos — é em shekel.
Eu falei que Israel tem uma boa rede de transporte coletivo. Pois bem, com dinheiro local em mãos eu fui logo adquirir um Rav-Kav, cartão magnético onde você carrega créditos e usa em todos os trens e ônibus do país. Vem muito a calhar. (Os créditos você pode pôr no cartão, mas o plástico custa 5 shekels pagos exclusivamente em espécie, então não venha cá antes de obter do dinheiro local.)
Não se compra o Rav-Kav numa máquina, mas com alguém num guichê. Há uma pausa breve de meia hora para sesta entre 13:00-13:30, mas no mais há alguém lá que fala inglês. Este Public Transportation Information Center fica próximo da porta de saída número 01.

Resolvido isso, hora de finalmente sentar para almoçar. Estão servidos?
Terei plena oportunidade de falar mais sobre os comes e bebes daqui ao longo das próximas postagens, mas digo que fui logo desde já no prato mais comum desta região: pão chato com húmus (aquela pasta de grão-de-bico), azeite de oliva, cebola e outros acompanhamentos. Há um canto logo à direita de quem desembarca que vende um “húmus completo” pelo equivalente a uns 10 euros. É aonde eu vim.


Daqui, você nem precisa caminhar muito para chegar à estação ferroviária. Ela está bem sinalizada. No piso térreo, você sai um pouco seguindo as indicações, e logo chegará nela.

A visão dos judeus ortodoxos de barba branca e chapéu preto se tornaria uma constante. Esse era o caminho para Jerusalém, todavia (plataforma 1). Já o meu destino hoje era primeiro Tel Aviv, o coração econômico do país (plataforma 2).
Eu vejo vocês lá.
Boa tarde, meu querido amigo viajante brasileiro. Estive fora de área mas agora , de volta. Espero.
Agradavelmente surpresa com a vossa escolha de visitar a Terra Santa. Uma das regiões mais significativas do Ocidente e “sensíveis” do planeta.
Que bom. Muito curiosa e desejosa de conheça-la, principalmente pelo olhar habilidoso do senhor, meu jovem amigo.
Vamos lá.
Que emoção, ver do alto as montanhas famosas e históricas da Anatólia.!…Palco histórico de tantas andanças de tantos.
Reveillon no aeroporto hahaha , só o senhor mesmo hahah. Imagino que deve ser inusitado…hahah
Ahahah adorei o ˜…ar sombrio como se nada estivesse ou fosse acontecer ” do sueco hahahaha Olhe, seu menino hahah.. quell”hourreurr. Eles que me perdoem, mas pelo visto sao pouco corteses eu um pouco ausentes… formais demais, penso…
Ora ora… ainda bem que foi bem acompanhado. O povo la da Terra Santa está acostumado a receber idosos brasileiros sem problemas. Daqui saem muitas excursões para la.
Curioso, nao sabia que no voo eles so aceitavam pagamento em cartão.
Mas vamos chegar
Muito bonito o aeroporto. Muito bem posto o nome de Ben Gurion, a quem Israel deve ter hoje o seu Estado.
Bela e enorme essa sala redonda. Parecendo com o de Portela em Lisboa. Mas ao que parece mais bonita por conta das palmeiras. Gosto muito de vegetais nos interiores. E as palmeiras são lindas.
Quanto às estórias, creio que o povo exagera. Quem daqui foi para lá nada relatou desses obstáculos.
Curiosa, essa 1ª fase da imigração.
Ponto para Grifinória ….. para o oficial.. para a idosa..o passaporte brasileiro e para o senhor, meu jovem… ahahaha que divertido… adorei o vale quentão …ahahahah.. e o espinafre…
Ótimo. .. Cartao, pelo visto util…
Hahahaha adorei as banquinhas de limonada hahaha bem que se parecem… hahah
Belissimo esse saguão de desembaue/embarque. Belisimas colunas. trabalhadas e elegantes.
Vilgen que essa comilança está una uena cara e o senhor mais animado ainda…
Misericórdia…o que é isso? que conta é essa? parece escrita cuneiforme ..Jisuis…
Tudo bonito… vamos que vamos…Cuirosíssima
una buena cara*