Bem-vindos a uma das mais históricas cidades que há na Terra Santa — talvez a mais de todas afora Jerusalém.
Acre, que por um século foi a capital dos cruzados na Idade Média, é um museu a céu aberto e no subterrâneo. Tombada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade, ela é uma cidade surpreendentemente pouco turística.
É que aqui a história é mais História, menos bíblica, e talvez por isso os tantos visitantes mais interessados em religião não lhe façam tanto caso.
Acre fica hoje no que é o extremo norte do Estado de Israel. Entretanto, é um lugar habitado predominantemente por árabes, que são maioria aqui desde o século XIII, quando expulsaram os cruzados em 1291. Acre, se não era o coração, era o cérebro do chamado Reino de Jerusalém dos cavaleiros cristãos — templários, hospitalários e tantos outros. Muito do que fizeram continua aqui e pode ser visto.
Ah! Antes de prosseguirmos, brasileiros certamente já estão se perguntando se esta cidade tem a ver com o nome do Estado do Acre na Amazônia, ou até mesmo com a medida de terra que há com esse nome. Não, são três etimologias diferentes. O Acre brasileiro vem de aquiri, ou “rio dos jacarés” na língua dos nativos índios Apurinã. A medida britânica de terra, acre, usada depois mundo afora, vem das línguas germânicas (equivale a 40% da área de um hectare).
E esta aqui? Ah esta aqui ninguém sabe. Só se sabe que nos idos de 1500 a.C., os egípicios antigos, os acadianos, e em tempo os gregos já a chamavam assim: Acco, Ákē, Akre, como quiser. É nesse lugar vetusto que estamos. Chegou a nossa vez de vir a ele.

Acre, a cidade medieval
Antes das Cruzadas
Vamos a um pano de fundo histórico para que a visita a Acre faça sentido.
Acre tem funcionado ininterruptamente como um porto neste extremo oriente do Mar Mediterrâneo desde pelo menos o tempo dos fenícios, antes de Jesus. Daqui, esse povo — a primeira grande civilização eminentemente naval — chegaria até o Estreito de Gibraltar e um pouco mais além. Fundariam Cartago lá perto (na atual Tunísia), que viria a se tornar das suas mais prósperas cidades-estado independentes, mas a sua matriz e raiz cultural semita seguiram sendo aqui, no que hoje são Israel e Líbano.
Os romanos depois conquistaram isso tudo, não só Cartago como também esta Terra Santa com Pompeu em 64 a.C. (Pompeu foi o cônsul que soltou o famoso “Navegar é preciso, viver não é preciso“). Primeiro com a sua religião politeísta greco-romana e depois como cristãos, os romanos dominaram esta região até a década de 640 d.C., quando os árabes irromperam como uma força expansionista que os levaria a conquistar terras de Portugal ao Uzbequistão.
Estabelece-se então a islamização e arabização destas terras durante séculos. Até que, nos fins do século XI, monarcas europeus de pescoço grosso decidem que irão “libertar a Terra Santa”, tomá-la de volta para a Cristandade. Eis as Cruzadas, seguidas expedições militares que poriam cavaleiros cristãos de lados opostos aos seguidores de Allah.

Os árabes, que entre os séculos VIII e X haviam conquistado tanto da Europa, inclusos aí os atuais Portugal e Espanha, além do sul da Itália, e tendo rumado a Paris até serem parados em Poitiers, já desde o século XI começaram a perder território. A Europa experimentava também um certo boom populacional, com muitos nobres guerreiros sem terra que se tornavam então mercenários.
Foi assim que cavaleiros normandos saíram lá do norte da Europa para tomar a Sicília dos árabes entre 1061-1091 (veja os detalhes em Palermo); que o castelhano Rodrigo Díaz (1043-1099) — mais conhecido pela alcunha árabe de El Cid ou como o campeador — ganhou notoriedade sendo contratado e pago pelo rei para combater os mouros; e como outros empolgados cavaleiros, reis e o papa decidiram em 1095 que agora iriam mais além, a tomar a própria Terra Santa.

Acre nas Cruzadas
Quase duzentos anos de pega-para-capar foram bem registrados nas artes e no imaginário dos europeus. (Interessados na visão árabe podem conferir o excelente As Cruzadas vistas pelos árabes, do escritor libanês Amin Maalouf e à venda no Brasil.)
Acre teve papel fundamental aí, e durante nada menos que um século ela chegou a ser a capital do reino que os europeus criaram aqui. Sim, os cruzados não eram só bandoleiros, eles por muito tempo se assentaram e criaram um chamado Reino Latino de Jerusalém aqui.
Naquela esteira de vitórias sobre os mouros na Europa durante o século XI, os europeus viam com revolta a cristandade sofrer reveses cá no Oriente Próximo. Em 1071, os bizantinos tomaram uma lapada — e perderam toda a Anatólia, território da atual Turquia — na Batalha de Manzikert contra os islamizados turcos seldjúcidas, que de quebra tomaram também Jerusalém dos árabes egípcios que a controlavam.
Foi então também em assistência ao imperador em Constantinopla que os cavaleiros europeus se organizaram em expedição, seguindo relatos de que os turcos dificultavam ainda mais que os árabes a peregrinação ocasional de cristãos. Viriam agora peregrinos armados.
Lançada a Primeira Cruzada, já em 1099 seus líderes, nobres franceses, conseguiram conquistar Jerusalém. Derrotaram árabes e turcos que não esperavam um ataque tão grande — mas aí houve uma certa indagação sobre o que fazer depois.
Quem governaria isto daqui? Não tenha dúvida de que muitos ali se bicavam. Ninguém imagine os cruzados como uma congregação cristã harmônica do tipo “ninguém solta a mão de ninguém”.


Eu não preciso detalhar cada momento da história das cruzadas. O que vale destacar é que os cruzados vitoriosos estabeleceram aqui um Reino de Jerusalém, também chamado de Reino Latino de Jerusalém pois boa parte desses líderes eram franceses. Mais que isso, que a cristandade latina apostólica romana já estava cismada — no sentido literal da palavra — com o cristianismo ortodoxo bizantino desde 1054. Isso significa que estas eram conquistas também para o papa. Os seus bispos e ordens, não os do patriarca de Constantinopla, iam se estabelecendo aqui.
No começo, o francês Godfrey de Bouillon se negou a ser chamado de rei ou a “usar uma coroa de ouro no lugar onde Jesus havia usado uma coroa de espinhos”, põem na sua boca os historiadores. Preferiu o título de Advocatus Sancti Sepulchri. Seus sucessores, todavia, tiveram menos vexação e logo adotaram o título de rei dos latinos de Jerusalém.
Bem, os árabes e turcos certamente não ficaram quietos só assistindo. Reagiram e retomaram parte do território perdido, conquistando Edessa (atualmente no extremo sudeste da Turquia, onde se deu o terremoto de 2023). A comoção europeia com esse revés deflagrou então uma Segunda Cruzada, desta vez liderada pessoalmente pelo rei francês Luís VII.
Deu em água. O rei francês, acompanhado por suas contrapartes de várias pequenas monarquias germânicas, tentaram ir direto a atacar Damasco — então uma das principais cidades árabes do mundo — e falharam. Deram com os burros n’água diante da resistência de Nur ad-Din, um líder sírio, e isso pôs em crise o Reino de Jerusalém. Muitos europeus agora receavam enviar novas expedições.

É nesse contexto que ascende ao poder no Egito um jovem de origem curda chamado Yusuf, mas que ficou mais conhecido como Salah ad-Din (Saladino). Ele em 1187 lograria tomar Jerusalém de volta aos muçulmanos — que também a têm como cidade sagrada —, e é aí onde o filme termina, com o rei inglês Ricardo Coração de Leão e outros partindo à Terra Santa no que se tornaria a Terceira Cruzada para recapturar Jerusalém.
Ricardo e Saladino acabariam chegando a uma trégua em 1192. Acordaram o Tratado de Jaffa, que manteve Jerusalém com os muçulmanos, mas permitindo que cristãos desarmados pudessem fazer sua peregrinação sem ser molestados.
Foi aí que os cavaleiros cristãos mudaram a capital para Acre, na costa e portanto mais fácil tanto de defender quanto de suprir com reforços ou mantimentos vindos do Ocidente. Aqui, os cruzados se instalariam por um longo tempo.
Congregaram-se em Acre várias ordens, como os templários e hospitalários surgidos no século XII, e toda uma economia floresceu. Nem só da espada viviam os cavaleiros, afinal. Eles tinham, por exemplo, feitorias de açúcar de cana, planta indiana já cultivada pelos árabes e que depois inspiraria os portugueses a repeti-lo no Atlântico. (Aliás, você aí que é brasileiro talvez não saiba, mas o mito nacional português os tem como descendentes e sucessores diretos dos templários. As livrarias portuguesas são plenas de livros sobre esse tema.)

Para terminarmos com o medievo de Acre, eu preciso dizer como ele acabou. Os europeus lançariam uma Quarta Cruzada por ordem do novo e nada inocente Papa Inocêncio III.
A coisa, porém, já estava degringolando tanto que a maioria daqueles cruzados nem chegou à Terra Santa; detiveram-se em Constantinopla, dos cristãos ortodoxos, e acabaram saqueando a cidade. Estima-se que ali passaram a lâmina em 2 mil civis em meio à pilhagem. Ficou conhecido como o Saque de Constantinopla de 1204.
Haveria ainda uma Quinta Cruzada, em que cavaleiros aqui de Acre se juntaram a uma expedição ocidental alvejando o Egito, que tinha seu próprio sultão (Al-Kamil, irmão do já-falecido Saladino). À época, em 1219, uma curiosidade é que São Francisco já andava pregando um cristianismo mais fiel à mensagem de Cristo.
O bispo de Acre chegou a se queixar que homens estavam deixando as armas para se tornar frades (!). Como está documentado, o santo foi pessoalmente ao campo de batalha no Egito onde as tropas estavam estacionadas. Insistiu com os comandantes cristãos que desejava ir no que estes consideraram uma missão suicida: ir quase sozinho até as tropas inimigas, acompanhado apenas de um outro frade, para conversar com o sultão. Já havia tentado pregar a paz com os próprios cruzados sem sucesso, dizendo-lhes que a espada não era o caminho que Jesus ensinou, ao que riram.
Ninguém sabe ao certo o que se conversou lá — as especulações são muitas. Sabe-se que Francisco conversou com o sultão, mas voltou sem conseguir dissuadir ninguém da guerra.
A batalha dali a umas semanas acabaria num desastre para os cruzados, com milhares de mortos e nenhum sucesso. O italiano já havia partido aqui para Acre, onde estabeleceu um braço da sua Ordem dos Irmãos Menores, e faleceria sete anos depois já de volta à Itália.
Acre após as cruzadas
O século XIII veria ainda uma sexta, uma sétima, e seguidas outras cruzadas depois que deixaram de contá-las. A coisa virou uma sopa de conflitos quando até os mongóis apareceram, atacando do oriente.
Tudo terminou para o Reino Latino em Acre, porém, em 1291 quando depois de muito esforço e pouco sucesso duradouro por parte dos europeus, eles foram expulsos — Acre sitiada como na pintura mostrada acima e conquistada.
Dominariam aqui os árabes ditos mamelucos, de uma nova dinastia egípcia, que no século XVI cairiam perante os turcos otomanos. Estes regeram esta região até 1917, e seu tempo marcou bastante a cidade que se vê aqui hoje.
Há coisa medieval em Acre, mas o jeito geral da cidade foi dado — naturalmente — por esses 700 anos de domínio muçulmano aqui. Os britânicos ganharam o controle em 1918 ao derrotar o Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. A ONU depois preveria esta cidade como parte do Estado Palestino devido à sua maioria árabe, ela é desde 1948 parte de Israel.
Vamos finalmente entrar para ver como está Acre no século XXI e o seu legado.



Visitando Acre
Chegando aqui
Acre é uma cidade que você visita bem num bom dia inteiro — não vi necessidade nem razão para se dormir aqui, embora seja possível. Há vários trens por dia saindo a cada meia hora (exceto sexta à noite e aos sábados), então você vem e volta sem dificuldades.
A sua estação ferroviária é, entretanto, um tanto afastada do centro histórico (coisa de 2 Km). Essa distância você pode caminhar por ruas contemporâneas um tanto insossas ou tomar o ônibus número 3. Eu caminhei na ida — pois gosto de ver tudo para saber como é — e voltei com o ônibus. Passa um a cada 15 min, e o Google Mapas te mostra a parada. Como em todo transporte coletivo aqui em Israel, usa-se o utilíssimo cartão de transportes Rav-Kav.
Estamos em Israel, sim, mas era curioso notar o aspecto plenamente árabe da cidade toda — tanto na área moderna como na parte histórica. As ruas me lembravam Thessaloniki, certas vizinhanças mais residenciais de Atenas, ou ainda a parte grega de Chipre, só que pontuadas por bodegas árabes — aquelas esquinas com lanchonete de kebabs, mercadinhos, etc. Nada muito digno de nota, verdade seja dita.
Seus olhos se exaltam é quando você finalmente alcança as muralhas da cidade medieval, ainda imponentes e largas na sua pedra ocre contrastando com a vegetação mediterrânea.




Pelo centro histórico (medina?) de Acre
Adentremos. Por onde vocês preferem começar, pela superfície ou pelo subterrâneo? A questão é que muito do que se preservou do tempo cruzado — afora as fortificações — está debaixo da terra. A superfície foi quase toda transformada pelos últimos 700 anos de presença muçulmana.
Acre hoje se parece mais com uma medina árabe à là as do Marrocos (só que mais quieta que aquelas) do que uma cidade cruzada no ar das europeias. Não espere encontrar um centro histórico europeu — nós aqui estamos no oriente, numa região que desde a Idade Média é islâmica. Como observei, ela pertence a Israel, mas fica na região de maioria de população árabe que teria pertencido a um Estado Palestino. Você vê isso com os olhos nus.
Já no meu horizonte despontavam as mesquitas. Aqui mais perto, bares, mesas ao lado de fora, bodegas de souvenirs com conversadores homens árabes trabalhando, ainda que muito estivesse escrito em hebraico. Medina adentro, muitas placas estariam só em árabe.
Era um caloroso começo de tarde de inverno com sol e seus 20-22 graus. Vamos então começar pelo choque de realidade da superfície por cima, que foi o que vi primeiro. Depois desceremos aos salões subterrâneos dos cruzados.



Depois de 400 anos sob os otomanos (1517-1917), qualquer semelhança entre Acre e as cidades da atual Turquia não é mera coincidência — é a História. Há mesquitas de estilo otomano aqui e, inclusive, belos banhos turcos (hamam, feito sauna) dos últimos séculos ainda funcionando.




Esta medina é curiosa, porque há lugares assim mais preparados para a visitação e portanto bem cuidados, mas já os becos em que você se mete…
Este centro histórico de Acre segue residencial, com pessoas (pobres) morando aqui, e proporciona uma experiência até por demais autêntica. Que quero dizer com isso? Que eu, como muita gente, gosto de achar uma sorveteria, uma estrutura assim turística, mas o que eu encontrei foi uma cagança no chão — de um milhão de gatos, pombos, e quiçá até de gente — pelas vias quietas da medina árabe habitada.
Estou sendo um tanto jocoso — eu valorizo autenticidade, embora não goste de bosta. Bastou-me sair daquela entrada com aqueles lugares acima, e lá estava eu a vagar pelas estreitas e sombreadas vias plenas de casas velhas, carros estacionados onde podiam e um ou outro a passar, com abundância de lixo pelo chão aqui e ali, em meio a artes manuais populares penduradas e expostas nas paredes.



Becos muitos — salve o GPS! Vi alguns raros turistas lá e cá, olhando para o telefone e vendo aonde seguir, como que com aqueles pedaços de pau de achar água no deserto.




Este centro histórico de Acre é quase todo circundado por mar, mas lembre que a cidade é fortificada. Isso quer dizer que, de muitas áreas, há uma muralha bloqueando a sua vista. Só em alguns lugares você acha umas seteiras ou buracos onde passar para ver.


O Mar Mediterrâneo tipicamente azul estava ali, as fundações de fortificações ainda mais antigas visíveis sob suas águas.
Voltando-me outra vez ao interior da medina, ela viria a me lembrar até certos cantos pobres do sul da Itália em algumas coisas, só que aqui com uma certa vitalidade árabe — diferente da italiana — pelas ruas. Certamente não em todas as ruas, pois os becos eram quietíssimos e só de gatos, mas as praças e ruas onde passavam carros reuniam gente e tinham certa badalação nada medieval.




Eu estava ali no sossego dos meus anos, mas as ruas árabes não são silenciosas. Passavam carros como também charretes turísticas.
Quem andava nas charretes eram outros muçulmanos — animadas e simples famílias de aparência árabe — não turistas ocidentais. As charretes eram dotadas de caixas de som, onde os árabes rapazes cocheiros vinham fumando e ouvindo um batidão estilo Arabian Nights Summer Hits 2 — só que mais “de raiz”.


Ao legado histórico: Tesouros nas Muralhas e os Halls dos Cavaleiros
Diante de todo este arabesco contemporâneo, eu vou admitir certo choque de realidade. Imaginei que teria diante de mim um centro histórico com aspecto medieval ainda preservado, não esta medina pobre com ares de abandono. Mas nós viajamos também para isso, para conhecer os lugares como eles são.
Quem busca o lado mais turístico de Acre — e o legado dos cruzados afinal — encontrará dois lugares como as mais cotadas atrações da cidade: Os Halls dos Cavaleiros (Knights’ Halls) e os Tesouros nas Muralhas (Treasures in the Walls). Há um Templar tunnels, meio besta, um túnel como outros, mas o ingresso para tudo isso aí é um só vendido como combo (por 49 shekels quando eu vim em 2023, cerca de R$ 70).
Não deixe de ver os Halls dos Cavaleiros — são o ponto alto da visita de qualquer um que venha interessado nos cruzados. Você verá os ônibus estacionados em frente e os turistas (que não estão na medina) passeando lá dentro. Trata-se de um simples museu de História de época e arqueológico sobre o período cruzado aqui, só que feito nos próprios salões medievais.




Estamos numa fortificação do tempo dos cavaleiros, não num palácio, então o que mais há são vias, escadas, subterrâneos e pedras nuas.
Esta era, mais precisamente, a Fortaleza dos Cavaleiros Hospitalários, do que então era conhecido pelos cruzados como São João de Acre.






O museu não tem muitas peças, quase não as tem, mas o charme é o fato de as explicações e projeções na parede estarem aqui nestes salões subterrâneos dos hospitalários. Você visita tudo em coisa de 45-60min, e há um audioguia em vários idiomas se você quiser.
Como vimos, os cavaleiros foram derrotados e expulsos daqui em 1291. Os templários seriam desbaratados pela própria Igreja, sua sucessão reclamada pela Ordem de Cristo criada pelo rei português Dom Dinis em 1319. Já os hospitalários desta fortaleza transfeririam-se para outro lugar, indo parar em Malta, onde lhes mostrei coisas deles e onde permaneceriam ainda por séculos.
Eu deixei esta fortaleza e fui ver os Tesouros nas Muralhas — que é um nome meio enganoso. Não se trata de tesouros na acepção comum da palavra, mas de exposições de espaços e objetos (em boa parte, quinquilharias) de séculos recentes aqui, notavelmente do período Otomano. São saletas, um balcão de farmácia antigo, poltronas, espelhos, etc.
É um museu pequeno que em menos de meia hora você visita. A entrada fica mesmo numa escadaria acima nas muralhas, que eu agora via sob o raiar do pôr do sol. Só atente que o lugar fecha mais cedo do que o Google informa. Às 16:20, o tio da recepção com o ar ranzinza daquelas pessoas que já parecem fazer parte da mobília do lugar e não gostam de visitantes foi logo me dizendo que ia fechar. Eu lhe disse que minha visita seria rápida.






São tesouros não de ouro e prata, mas objetos culturais que me lembravam que esta cidade — esta terra — teve uma história que se seguiu e não parou no tempo, por mais que as nossas cabeças ocidentais queiram se congelar lá no passado.
Saindo de tudo isso, fui tomar o ônibus número 3 de retorno à estação ferroviária, onde o tiozinho árabe motorista dirigia o ônibus com letreiros hebraicos. No interior, duas turistas asiáticas que, como eu, se impacientaram com o ônibus depois travado no engarrafamento e nos ameaçando ter que esperar o outro trem. Lá estávamos os de vários continentes nas vicissitudes da vida. Vida que segue, Acre.
Quem gostou dos jardins Bahá’í em Haifa e quiser mais, pode conferir — bem fora da cidade histórica — os seus Jardins Bahji aqui, com o mausoléu de Bahá’ulláh. Eu já estava satisfeito. Tinha caminho, e precisava tomar rumo. Jerusalém, finalmente, me esperava.
Nós chegamos a tempo ao trem, o suficiente para trocar um sorriso de êxito com as chinesas.
Ihhh..que beleza! arcos antigos, pedras, o cipreste e o jovem viajante todo prosa… Uau.. bela cena. Antológica.. haha. Daria um postal.
Belissimas as muralhas. Vetustas e imponentes!…Belos tons de pedras.
Interessantes os Cruzados se bicando.. Imagino..gente é gente em qualquer tempo, imagine antes.
Impressionante o tunel. Imagino como era naquela época dos archotes.
Belos salões. Charmosos arcos ogivais.
Haja Historia e histórias.
Saladino era famoso.
E que horror essa pilhagem, saque e mortes em Constantinopla. Lembro que um dos papas recentes após séculos de cisma, conseguiu se encontrar com um Patriarca ortodoxo, e pediu perdão.
Triste, esses loucos sorrirem e fazerem pouco caso da Paz de Francisquinho de Assis. E ai viram o resultado do deboche.
Eita que o cipó de arroeira cantou e não foi pouco nessa região.. Nossa…todo mundo levou no lombo…
Lindas palmeiras diante das vetustas muralhas.
Ahaha.. essa é boa.. o asfalto era mais bonito que os prédios haha. O senhor me sai com cada uma hahah.
Ainda bem que as belas palmeiras com seu lindo e o céu azul da Terra Santa enfeitam a paisagem. Um charme essa galeria de palmeiras.
Linda a Mesquita. Elegante, de belas linhas, com suas cúpulas verdes charmosas, em meio a vetustas muralhas e verdejante vegetaçao. Lindas imagens.. Belas escadarias, elegante portal. Lindo o pátio interno e o provável lavado dos fiéis. Muito bonita a área.
Hahaha… e o banzé embaixo .
Que horror essa realidade da medina, do descaso para com aqueles que ali habitam.
Que gataria… quanto beco… As partes mais limpas e com algumas plantas são mais bonitinhas. Pelo menos são a vida e a realidade deles autênticas, apesar de desconfortante e lamentável. Pelo visto, Terra Santa a dentro, tem muitos lugares precisando de um trato.
Linda essa foto do senhor com a muralha e o lindo e azulado Mediterrâneo no fundo.
Lindo tambem esse portal que dá para o mar.
Belissimas ruínas de um tempo de gente aguerrida.
Ahhhhh, meu jovem amigo…. onde tem jovem tem alegria e badalaçao.
Vilgen…que charme… Se pusesse um turbante, um manto e os sapatos de Alladim o senhor seria tomado por um vizir que ai aportou… Uma graça hahah
Bem bonitinhas as charretes enfeitadas… mas com pancadão hahah
Pois é, meu amigo.. so vendo mesmo para bem avaliar….
hahah adoro essas tiradas do senhor, meu jovem hahah.. pau pra achar água no deserto hahah é ótimo.
Interessante a referência às feitorias e ao plantio da cana de açúcar e o uso depois pelos portugueses. O NE brasileiro por muitos anos foi celeiro dessa produção de cana de açúcar e seus derivados como o próprio açúcar, melaço, aguardente e rapadura. Ainda se cultiva mas em menor proporção por aqui. Hoje se espalhou pelo SE.
Muito interessante essa acre de superfície.
Verei essas tocas ai.haha
Lavabo *
El Cid, El campeador… Ha uma praça, se não me engano, em Zaragoza, na Espanha, em sua homenagem e com uma estátua dele.
E que horror esse cerco e queda de Acre. Muito bem representado. O drama , o horror e a violência transparecem nas faces dos combatentes!…
Nossa, há todo um mundo, uma cidade subterrânea.
E que túneis, escuros, mortiços, embora amplos. Reflete bem o que eram antes.
Belos e imensos arcos. Certamente entravam com cavalos e tudo.
Lindas essas elegantes colunas, com imensos arcos ogivais escalonados, com belo efeito visual.
Impressionantes e um tanto assustadores esses túneis, passagens e paredes de pedra ã semelhança de masmorra, a despeito da elegância, do estilo muito bem trabalhado e da conservação.
Belíssima a sala dos banhos e abluções turcas. Primoroso o ambiente, Tons encantadores e delicados, Luz suave. Adorei. Lindo
Essa parte subterrânea é deveras bem cuidada, bem conservada. Coisa bonita para turista apreciar. De fato, muito bonita.
Estrutura magnífica!…
Formidáveis essas estruturas construídas pelos cruzados. Impressionantes mesmo.
Muito bonitos esses meandros, recantos, museus e fortalezas subterrâneos. Simples, bem arrumados e belos.
Luminosidade suficiente e adequados em quase todos os ambientes tentando mostrar a realidade do que seria na IM,
Lindas as pedras e decorações de ‘época. Bem trabalhadas.
Impressionantes essas projeções luminosas ã semelhança de procissões com archotes, representando atividades da época dos cruzados. Belas.
Lindos e representativos painéis das atividades outras desenvolvidas na cidadela.
Nossa, que refeitório enorme. Belo estilo. Imagino a quantidade de cruzados, servos, outros, outras, além das comilanças, beberanças ali acontecidas e vividas. Histórias contadas, não contadas e perdidas no tempo. Um mundo.
Hahaha essa é ótima, meu amigo hahah “gente com cara de já fazer parte da mobília” hhahah olhe que o senhor me sai com cada alegoria, hahah impagável…digna de figurar nos enredos das Escolas de Samba do Rio de Janeiro hahah
E que belissimas ruínas
Magnífico mar azul.
Meu jovem amigo viajante, que pintura esse entardecer, com os raios alaranjados do sol poente a refletir nas muralhas e escadarias, Um primor.
Haja escadas e tuneis.
Achei lindo o museu, a disposição de suas peças e a sua luminosidade.
Lindinha e aconchegante saleta. Belo piso, mesinha, moveis outros de época, Tudo lindo.
Tesouros com certeza mais interessantes do que se fosse de metal precioso.
É de fato uma outra realidade, muito diferente da suoerfície da Medina, por assim dizer.
Bela e histórica postagem.
Hahaha ainda bem que chegaram a tempo e a contento…
Que venha Jerusalém. Ansiosa por por ver essa cidade histórica e sagrada para tantos.
Vamos que vamos.