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Israel-Palestina

Visitando Jerusalém (Parte 1): A Via Dolorosa e a Igreja do Santo Sepulcro

(Este será um post longo.)

Jerusalém provavelmente é a mais importante cidade do mundo que eu ainda não conhecia. Capital tanto de Israel quanto da Palestina, ela é sagrada para três das maiores religiões — o cristianismo, o judaísmo e o islã.

Antiquíssima, Jerusalém é repleta de camadas de história antiga, medieval, moderna, e contemporânea. Não há tour do mundo que esteja completo sem ela.

Jerusalém não foi construída num dia, portanto tampouco será este relato. Iremos por partes, a começar pela chegada, minhas impressões iniciais da cidade, e aquilo que primeiro fui ver: a Via Dolorosa, por onde Jesus carregou a cruz, e a Igreja do Santo Sepulcro, que contem tanto o lugar onde foi crucificado quanto a caverna do enterro.

Estes são dos lugares mais importantes que há aqui do ponto de vista do cristianismo. Mas como veremos, há muitos pontos de vista em Jerusalém — e este é um dos seus complicadores, já que os donos desses diferentes pontos de vista não se bicam. As paixões também são muitas.

Era sexta-feira, ó leitores, dia da Paixão de Cristo (embora não estivéssemos aqui na Semana Santa), dia da semana também sagrado para os muçulmanos, e véspera do shabat dos judeus, que guardam o sábado e quando Israel praticamente para. Nem elevador funciona direito.

É assim que nós chegamos, num dia de chuva de começo de ano, inverno em Jerusalém.

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As vistas para o interior de Israel no inverno, no caminho de ônibus desde Haifa. Cerca de 2h de viagem.
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Direto de Jerusalém.

Jerusalém: A chegada

Oi? Tem bonde elétrico em Jerusalém?” Sim. A cidade não parou no tempo. Quem achar que vai encontrar aqui um lugar puramente histórico, só de paragens antigas, vai tomar um choque de realidade.

Jerusalém é a maior cidade de Israel e da Palestina — maior e mais populosa que Tel Aviv. Há mais de 1,1 milhão de pessoas aqui.

Jerusalém tem a mais estilosa e moderna estação de trem que vi em Israel.

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A moderna estação ferroviária Jerusalém–Yitzhak Navon, em homenagem àquele que foi presidente de Israel entre 1978-1983.

Eu teria vindo de trem, mais cômodo e mais rápido que os ônibus, mas os serviços ferroviários de Israel não são de muita confiança.

Além de não funcionarem entre sexta à noite e domingo de manhã devido ao shabat judaico, não é raro que peguem uma data e ponham tudo em manutenção, daí simplesmente avisam que não haverá trens naquele dia (!).

Via de regra, os trens aqui são bons e úteis, mas ao se planejar vale a pena sempre confirmar a disponibilidade no Google Mapas ou no site oficial da companhia ferroviária de Israel.

Acabamos por vir de ônibus. A rodoviária é mais simples, basicamente um garajão coberto com ar de estacionamento de shopping onde você desembarca. Porém, você sai já dentro de um centro comercial daqueles meio classe C de centro de cidade. (A rodoviária e a estação de trens ficam praticamente vizinhas uma da outra, bastando atravessar a rua do bonde ou andar por um túnel subterrâneo.)

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Vamos desembarcando. Você ali vê os eletrodomésticos empilhados e o saldão de chaleiras elétricas no shopping onde fica a rodoviária de Jerusalém.

Breve estaríamos à entrada do shopping para encontrar um começo de tarde nublado e de chuva. Estávamos numa daquelas famosas situações do “quem está fora quer entrar, mas quem está dentro não sai.”

Algumas pessoas aguardavam ali o chuvisco passar, enquanto outras a entrar faziam breves mas agoniadas filas para passar pela segurança, onde detector de metais e policiais vistoriam todo mundo que chega de fora pra dentro.

Resolvi sair, pois tive fome e não gosto de ficar esperando coisas indefinidamente. Também não estava tão dramático assim o chuvisco. Mochilas ao corpo (uma nas costas e outra na frente), fomos ao outro lado da rua a tomar o bonde moderno. Breve bafafá de se tomar transporte coletivo semi-lotado com bagagem, mas dentro de poucas estações estaríamos no coração moderno do que ainda se conhece por Jerusalém Ocidental (West Jerusalem). 

(Dica: Procure se hospedar a curta distância de alguma parada desta linha 1 de bonde — a única da cidade. Há uma área entre Jaffa Street e o calçadão Ben Yahuda que é a ideal, com muitos hoteis. Permite também que você vá ou venha a pé do centro histórico se precisar, já que sexta à noite e sábado os transportes não funcionam. Achei melhor que a ideia de ficar hospedado dentro da cidade velha — como vocês logo verão. É também dos hotéis daquela área que partem muitos dos tours bate-e-volta para outros lugares históricos da região.)

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O centro moderno da cidade é assim. Estamos aqui na chamada Jerusalém Ocidental.
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O jeito mediterrâneo destas ruas. Aqui, Jaffa Street. Note os trilhos da única linha de bonde que há na cidade. Vale a pena se hospedar a uma curta distância dela, pois é o bonde quem leva às estações rodoviária ou ferroviária e à cidade antiga.

Instalando-se em Jerusalém Ocidental — e indo até Jerusalém Oriental

Uma cidade dividida

Vamos por partes. Permitam-me retroceder um pouco para vocês entenderem melhor a dinâmica atual.

Quando o Império Otomano se desmantela após a Primeira Guerra Mundial, esta terra já havia estado mais de 400 anos sob domínio turco — desde 1517. Quem habitava aqui ao longo de todo esse tempo e desde antes disso (desde o século VII) eram sobretudo árabes, alguns deles cristãos e a maior parte muçulmanos.

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Pôster de 1936, obra do designer Franz Krausz, do período do chamado Mandato Britânico aqui.

O nome Palestina, a saber, foi usado desde o tempo dos romanos antigos para designar esta região. Ele havia desaparecido sob domínio turco, que chamavam isto aqui de Província de Jerusalém, e os britânicos é que o resgataram em 1918.

Com sua vitória na Primeira Guerra Mundial, França e Inglaterra partilharam entre si estes domínios dos otomanos, traçando uma linha imaginária — como fizeram na África — no que ficou conhecido como o Acordo Sykes-Picot (1916). (Sim, elas definiram como dividiriam o espólio ainda antes de terminar a guerra.

Em tese, não era uma colonização tradicional, mas mandatos para “tomar conta” disto aqui em nome da Liga das Nações até que os povos pudessem governar a si mesmos.

À França coube governar os atuais Síria e Líbano, enquanto que a Inglaterra ficou com as províncias do que hoje é o Iraque e com esta terra aqui, a qual voltaram a chamar de Palestina. Foi de lá para cá que o Oriente Médio se tornou no barril de pólvora que é hoje, com estados disfuncionais.

Décadas mais tarde, e terminada a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em 1947 a ONU aprovou uma resolução sobre como partilhar estas terras. Haveria um estado árabe palestino e outro judaico. Judeus já migravam para cá em números cada vez maiores desde o século XIX. O Movimento Sionista — que toma emprestado o nome do Monte Sião, aqui em Jerusalém, como referência à terra de Israel — já desde 1897 tinha uma bandeira nacionalista de criar um país para os judeus na Terra Santa.

Jerusalém ficaria ali como uma cidade internacional, como já havia ocorrido com Danzig (Gdansk) na atual Polônia.

Entretanto, a divisão não deu certo. Os árabes não aceitaram ceder terras ao que viam como forasteiros vindo tomar o que era seu, e vice-versa. Estourou a Guerra Árabe-Israelense de 1948, e Jerusalém foi quem terminou dividida.

Seu lado ocidental mais moderno foi segurado pelos judeus, que expulsaram os árabes que viviam ali; seu lado oriental, que inclui toda a cidade antiga murada, foi segurado pelos árabes, os judeus dali expulsos a bala, e Jerusalem ficou dividida à là Berlim. Eis aí Jerusalém Ocidental e Jerusalém Oriental.  

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Foto do que foi Jerusalém dividida entre 1948 e 1967, com grades e arame farpado nas ruas. As áreas ocidentais ficaram com o novo Estado de Israel, enquanto que o leste da cidade — incluso aí todo o centro histórico — ficou com os árabes.

Isso perdurou até 1967, quando estourou outra guerra — a chamada Guerra dos Seis Dias

Como nunca se formou um Estado Palestino, a vizinha Jordânia é quem governava os territórios árabes, inclusa aí Jerusalém Oriental. Os jordanianos, inclusive, nomearam Jerusalém a segunda capital do seu país (depois de Amã), enquanto que Israel também a decretaram sua capital.

Até que egípcios, sírios e jordanianos em 1967 organizaram um estrangulamento logístico e concentração de tropas nas fronteiras que parecia prenunciar um ataque conjunto a Israel após décadas de animosidades. Acabou que Israel tomou a dianteira, e em seis dias derrotou as mal-organizadas forças armadas árabes, munidas de equipamento soviético.    

Foi um fiasco que custou caro aos árabes. Em ocupações nunca reconhecidas pelo direito internacional, Israel capturou as Colinas de Golã da Síria, assumiu a Faixa de Gaza, e tomou o controle da Cisjordânia — aí inclusa Jerusalém Oriental. Todos os Territórios Palestinos (também ditos Territórios Palestinos Ocupados) passariam a estar sob o controle militar de Israel, que controla todas as fronteiras externas, como se tudo isto fosse um só país — de governo judaico, só que com milhões de palestinos árabes dentro.

Na prática, portanto, não há mais divisão física em Jerusalém, mas legalmente ainda há, e você verá as pessoas — sobretudo os árabes — se referindo a isso.

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A chuva ia aos poucos passando, ainda bem. Jerusalém não tem mais uma divisão física, e o transporte público roda na cidade inteira, mas se nota ainda claramente como os hotéis, o dinheiro e todo o lado moderno está no ocidente da cidade, enquanto a metade oriental abriga a cidade histórica murada e vizinhanças árabes com ar de Terceiro Mundo.
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O que os une é a gastronomia. Judeus ou árabes, israelenses e palestinos comem praticamente a mesma coisa. Delicioso húmus de grão de bico com pão chato e falafel frito. Têm o costumo — otomano, diga-se de passagem, e por isso presente também nos Bálcãs — de comer com picles e cebola crua acompanhando.

O Portão de Damasco

O Portão de Damasco era para mim uma coisa já quase mítica. O centro histórico de Jerusalém — que é uma imensidão — preserva uma muralha otomana ainda de 1541 cercando a cidade. (Não ache que é do tempo de Jesus; a cidade, mesmo a área histórica, cresceu bastante depois dos eventos bíblicos.) A cada lado há portões com designações diversas, geralmente com indicação de aonde o caminho ali se dirigia. O Portão de Jaffa levava à atual Tel Aviv, a ocidente, e portanto é o principal de acesso para que vem da área moderna de Jerusalém. 

O Portão de Damasco levava a Damasco, mais ao norte na atual Síria, mas que à época fazia parte deste mesmo Império Otomano. É o mais elegante de todos os portões — e o mais buliçoso. Dá para uma parte árabe, onde você encontra uma Jerusalém bem diversa daquela das ruas dos hoteis onde circulam judeus ortodoxos de chapéu preto. Os israelenses não gostam de admitir, mas o apartheid social aqui é óbvio a qualquer pessoa com dois olhos. 

Curiosamente, Damascus Gate é o nome de um popular restaurante pleno de refugiados radicados em Estocolmo, onde moro, e portanto era para mim uma certa emoção finalmente ver o tal portão de perto. 

Quis o destino que eu errasse a parada do bonde, e adentrasse o centro histórico pela primeira vez justo por ele.

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O furdunço no lado de fora do Portão de Damasco, em Jerusalém.
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Com o Portão de Damasco, feito em 1541 sob os turcos otomanos, logo após estes conquistarem a região.
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Vamos adentrar a Jerusalém antiga, senhoras e senhores.

Os degraus estavam molhados; essa pedra clara ainda reluzia com água. Tal como formigas sob a chuva, o vai-e-vem de pessoas era ainda mais buliçoso. Barracas de comida de rua como as dos centros de cidade no Brasil margeavam a saída pelo Portão de Damasco, e logo eu veria delas no interior também.

Guarda-chuvas eram dos itens mais expostos ali sob os gritos, embora a chuva já tivesse passado. Comidas de ruas incensavam o ar, seus restos no chão fazendo lama.

Eu vou lhes mostrar agora algumas imagens do que foram minhas primeiras vistas deste interior histórico de Jerusalém.

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O camelódromo que é esta entrada — e, a bem da verdade, quase todo o interior — do centro histórico de Jerusalém.
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Minhas primeiras vistas.
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Legumes e de tudo no vai-e-vem.
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Especiarias nas lojas árabes.
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Gatos e vias.
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Algumas áreas mais quietas…
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…até que você encontra isso.

A Via Dolorosa 

É aqui mesmo, no meio deste furdunço comercial, que fica a Via Dolorosa por onde Jesus carregou sua cruz.

As 14 estações da Via Dolorosa, também chamada Via Crucis ou Via Sacra, estão retratadas em tantas igrejas mundo afora, e geralmente fazem parte do conhecimento geral dos cristãos — ainda que poucos tenham decorado de memória o que ocorreu em cada um daqueles 14 pontos. Eles aqui estão marcados nas paredes, às vezes com uma capelinha ou número em algarismos romanos na pedra entre uma loja e outra.

Aí é curioso, porque como as agências de viagem e sites de turismo costumam tratar de forma descontextualizada sobre este lugar, muita gente crê que se trata de um higiênico lugar sacro só de peregrinos, sendo que na real está bem dentro de uma baderna comercial — como era no tempo de Jesus. 

Eu esbarrei ali no que já era a sétima estação, então resolvi tomar o caminho de volta à origem, às estações I e II, antes de desembocar finalmente na Igreja do Santo Sepulcro.

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Aqui estamos, senhoras e senhores.
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Na concretude da prática, o caminho é assim.
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Retrocedi até seu início, em áreas mais quietas, e nisso eu me peguei começando a gostar de Jerusalém.
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Até chegar ao exterior do Portão dos Leões, seu início.

O Portão dos Leões (Lions’s Gate) é o tradicional início da Via Crucis cristã. Na real, ele ainda não existia no tempo de Cristo. Jerusalém era bem menor na época de Jesus e, como coloquei, estas muralhas e portões são todos do século XVI, quando os turcos otomanos tomam estas terras das mãos dos árabes mamelucos do Egito.

O nome do portão se devem às figuras de leões talhados em pedra à entrada. A história popular diz que foram feitos por ordem do então sultão Suleiman, o magnífico (1494-1566), pois seu antecessor Selim I cogitava derrubar Jerusalém, até ter um pesadelo no qual era comido vivo por leões depois de fazê-lo. 

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Note os pares de leões ali no alto, dos lados do arco da entrada.
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Aqui.

Taxistas palestinos me abordavam perguntando se eu não queria uma corrida até o alto do Monte das Oliveiras. Não hoje; hoje nós voltaríamos ao interior da cidade.

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Vamos entrar.

I e II – Jesus é condenado à morte e encarregado da cruz

As primeiras estações fazem referência ao lugar onde o governador romano Pôncio Pilatos “lava as mãos”, condenando Jesus à morte diante das acusações dos judeus, e a onde lhe é dada a cruz para carregar. 

Há uma Igreja de Santa Ana ali perto, e se vê hoje um arco romano do século II a.C., dito Arco de Adriano, mas também chamado de arco do Ecce Homo, por se crer que foi onde Pilatos soltou o famoso “Eis o homem!” ao apresentar à turba o prisioneiro.

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Eis ali o Arco do Ecce Homo, onde se acredita que Pôncio Pilatos proferiu as famosas palavras (“Eis o homem” em latim) ao apresentar Jesus aprisionado, antes de perguntar se preferiam que soltasse ele ou Barrabás.
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Vamos seguindo…

III – Jesus cai pela primeira vez

Dê-nos Barrabás!“, vociferou o populacho naquele dia, e assim Jesus foi condenado à morte. 

Levaria a cruz até o calvário, e aqui ele cai pela primeira vez.

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A terceira estação da Via Crucis, quando Jesus cai pela primeira vez. Há hoje uma igreja ortodoxa do patriarcado armênio ali.

IV – Jesus encontra sua mãe

No que são cenas duras de imaginar com qualquer um, Jesus condenado à morte encontra sua mãe pelo caminho. É a quarta estação da via.

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Registro do que foi a quarta estação da Via Crucis, quando Jesus encontra sua mãe.
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Apaixonadas, as pessoas são levadas a querer refazer o caminho da Via Dolorosa de Cristo. Note ali um homem carregando uma cruz. Ele ia lendo em inglês os trechos da Bíblia no celular conforme caminhava.
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Um pequeno grupo o acompanhava.

V – Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

Jesus parecia que ia padecer ali mesmo, sem nem chegar ao Gólgota, e é aí que os soldados romanos pegam um homem do povo para ajudar-lhe. Esse é conhecido como Simão, vindo de Cirene, daí dito Simão Cirineu.

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A quinta estação, onde Simão Cirineu ajuda Jesus por um tempo a levar a cruz. A tradição cristã incutiria enorme significado a esse episódio, convocando a todos que também sejam partícipes no esforço de Cristo.

VI – Verônica enxuga o rosto de Jesus

Procissões de Sexta-Feira da Paixão são famosas pelo momento em que Verônica, uma mulher do povo, sai da multidão para vir ceder seu véu para enxugar o rosto ensanguentado de Jesus. Nessas reedições, ela também canta o seu pranto.

Não há relação desse véu com o Santo Sudário, que é a mortalha depois usada sobre Jesus já morto. Curiosamente, tampouco há menção a Verônica nos evangelhos; sua história vem toda de tradições extra-bíblicas, inicialmente em grego (como Berenike, daí Verônica e Berenice serem variações do mesmo nome), e depois desenvolvidas pela Igreja no medievo.

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A sexta estação, onde o rosto ensanguentado de Jesus é enxugado com o véu de Verônica, uma mulher do povo que foi acudi-lo por piedade.

VII – Jesus cai pela segunda vez

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Eis ali o lugar, que foi também onde eu me deparei inicialmente com esta Via Dolorosa, vocês hão de lembrar.
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Calma que às vezes há uns eventos assim no meio da peregrinação. Entrega de coisas ou recolhimento de lixo.

VIII – Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

Neste ponto da via, mulheres aqui de Jerusalém choram e lamentam diante de Jesus, que lhes retorna o famoso “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.” (Lucas 23: 28).

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A oitava estação, onde Jesus fala às mulheres de Jerusalém que lamentavam a sua tortura.

As estações daí em diante se perdem um pouco no emaranhado que esta cidade virou e sobretudo dentro da Igreja do Santo Sepulcro.

São elas:

IX – Jesus cai pela terceira vez (esta ainda fora do que é hoje a igreja)

X – Jesus é despojado de suas vestes

XI – Jesus é pregado na cruz

“Lá O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: ‘Jesus Nazareno, Rei dos Judeus’.” (João 19: 18-19)

XII – Jesus morre na cruz

“Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. Cerca das três hora da tarde, Jesus clamou com voz forte: Eli, Eli, lemá sabactháni?, isto é: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?”. (Mateus 27: 45-46).

XIII – Jesus é descido da cruz

38 Depois disto, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.

39 E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés.

40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro. (João 19: 38-40.)

XIV – Jesus é depositado no sepulcro

41 E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.

42 Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus. (João 19: 41-42.)

A preparação dos judeus se refere ao shabat, que começa ao pôr do sol de sexta-feira e após o qual não realizam trabalho nenhum até o anoitecer de sábado. 

Circundemos agora por isso como está hoje.

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Os mercados e basílicas do fim da Via Dolorosa. Vamos contornando.
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Bazar.
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Vamos adentrando a praça onde foi feita a Igreja do Santo Sepulcro.
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A Igreja do Santo Sepulcro é assim, difícil de capturar numa foto, porque na verdade é um aglomerado de várias igrejas construídas ao longo do tempo.
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Entremos.

A Igreja do Santo Sepulcro

Sintam o forte cheiro de incenso na penumbra deste interior, e contemplem as pessoas várias que circulam lá e cá dentro da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém.

Este é um lugar ligeiramente confuso, algo labiríntico no seu interior, e que não deixa evidente como é que aqui dentro estão tanto o sepulcro de Jesus quanto o local da crucificação.   

A edificação atual que adentramos agora data de 1810, mas ela abrange — como um guarda-chuva — capelas muito mais antigas. As primeiras datam do século IV, quando a primeira foi consagrada em 335 d.C. ainda pelo imperador Constantino (o que converteu o Império Romano ao cristianismo). Daí, foram muitas as denominações cristãs (siríaca, católica, armênia, ortodoxa grega, copta…) a edificar capelas aqui. Seguem todas elas ativas, alternando-se nos horários de celebração.

A saber, a caverna onde Jesus foi enterrado foi demolida muitos séculos atrás, de modo a desencobrir o lugar do túmulo. Ali é que se construiria a primeira capela, hoje um lugar bastante enfeitado e com fila para entrar.

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A Igreja do Santo Sepulcro hoje é assim. Uma estrutura (a vermelha) enorme foi erigida em 1810 para encobrir as muitas capelas que havia. A rocha que fazia do túmulo de Jesus uma caverna foi removida, e aquela onde foi crucificado, preservada.

Já à entrada, no primeiro vão da Igreja do Santo Sepulcro, está a pedra onde limparam o corpo de Jesus. Vi muitas pessoas tocando-a, ajoelhando-se para encostar a cabeça, e beijando-a às vezes. Ajoelhei-me e, como os russos tantos que ali havia, encostei a cabeça no mármore antigo, ligeiramente quebradiço pelo tempo e avermelhado.  

Um cheiro de incenso dominava o ambiente, aquele incenso cor de âmbar. Cânticos eram ouvidos de quando em vez, quando grupos de sacerdotes ortodoxos relativamente jovens e de preto os entoavam. Vários olhavam, seguindo ou tirando fotos, celulares elevados sobre a multidão. 

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Logo na entrada, lampiões sobre a lápide onde limparam o corpo de Jesus morto. Note os detalhes do enterro no mosaico lá atrás.
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Os fieis ali aglomerados em torno do mármore antigo.
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Os detalhes.

Todo o ambiente é de penumbra, e neste dia ele estava cheio. A aglomeração aqui dentro varia; se você vier na Semana Santa, no Natal, ou em outras suspeitas datas cristãs, prepare-se para quantidades grandes de gente.

Há, inclusive, todo um site oficial sobre os vários dias, horários e celebrações das diversas denominações cristãs aqui. (Vale lembrar, por exemplo, que Natal e Páscoa são celebrados em datas distintas mundo afora. Todas elas são sérias candidatas de trazer multidões aqui.)

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O movimento no interior da Igreja do Santo Sepulcro num fim de dia em Jerusalém.
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Você circula por inúmeras capelas assim. É fácil se perder.
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Descem-se escadas como numa masmorra.
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Assim, a encontrar capelas lá embaixo.
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Um dos tetos decorados.
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Outro.
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Mosaicos no chão.
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Quadros vários pelas paredes.
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Muitos espaços que me lembraram mais o cristianismo ortodoxo que o católico romano ou protestante.

Ainda próximo àquela entrada com a lápide, detive-me na multidão a acompanhar os sacerdotes ortodoxos que oravam entoando cânticos, como habitual. 

Não demorei a ver uma escada bem íngreme, que me levaria ao ponto onde Jesus foi crucificado.

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Subamos, chegando a esta capela de ar bizantino meio russo.
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E ali víamos ainda as rochas do Gólgota, com iluminuras a refazer Cristo na cruz, a figura de Maria, e João evangelista. Fieis ortodoxos formavam fila para beijar o lugar. Há cristãos de todo o mundo em Jerusalém. Nesse sentido, é bem mais diverso que o Vaticano, por exemplo.
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Cá do alto, a vista para o vão da lápide e uma celebração a ocorrer.

Eu fiz um pequeno vídeo da celebração ortodoxa que ocorria em meio ao incenso.

Os mais animados para o lado de celebração de igreja serão capazes de passar a tarde toda aqui acompanhando as várias pequenas procissões e celebrações que se alternam. Terminou a desta denominação, daqui a pouco começa alguma de outra.

Algumas passagens ficam cheias de gente; já outras, bem vazias, esquecidas pelos visitantes. A Igreja do Santo Sepulcro é curiosa nesse aspecto, pois ao mesmo tempo em que abriga multidões, também preserva um soturno ar sepulcral.

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Fieis acendendo velas numa das muitas capelas dentro da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém.

Passei por um certo empurra-empurra de um grupo de etíopes, em que negras mulheres pesadas de branco andavam afoitas. Uma delas rumou a testa numa proteção de vidro, coitada, achando que ali não havia nada. Depois raspou terra aqui no chão (que é pavimentado, mas algo quebradiço e com pedregulhos) e coletou as raspas dentro de uma máscara de covid para levar pra casa.

O afã é assim, e não deveria ter sido minha surpresa encontrar uma quantidade notável de pessoas para entrar no que fizeram da tumba de Jesus.

A antiga tumba, outrora caverna, foi feita capela ainda no século IV sob ordens do imperador Constantino. De lá até cá, houve demolições e reformas. Atualmente, um grande domo se impõe no alto deste que é o principal vão dentro do complexo. Cá embaixo, como que um mausoléu — só que não, já que não há corpo — enfeitado com lâmpadas de velas e medalhões prateados reluzindo a pouca luz se põe no centro.

Você pode dar a volta, e há barreiras de metal para organizar o entra-e-sai de fieis. Há dois cenários possíveis: uma fila organizada, onde você pode se deter 30 minutos ou mais de 1h, ou o bolo de gente aglomerada, o que ocorre quando vários grupos turísticos chegam juntos.

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O domo sobre o mausoléu da tumba de Jesus dentro da Igreja do Santo Sepulcro. Lembra um olho da Providência que tudo vê.
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A capela feita onde Jesus foi enterrado. Note o aglomerado de pessoas para entrar.

Eu vim duas vezes a este lugar. Na primeira oportunidade, fiquei meia hora no meio de um bolo de turistas italianos e russos que mal se mexia. Fim da manhã ao meado da tarde me pareceram ser os piores horários, pois vêm grupos e grupos. 

Da segunda vez, vim já quase à noitinha num outro dia, e dei mais sorte. Quarenta minutos na fila seriam o bastante para chegar a minha vez de ver o interior. 

Atrás de mim, veio conversando uma família de indianos (há milhões de indianos cristãos). Pareciam uma versão indiana dos Simpsons ou algo assim, com o pai austero, a mãe fazendo o meio de campo, e os filhos jovens americanizados falando bobagem. “Eu não quero ficar esperando isso tudo!”, dizia o rapaz de seus 20 anos. “Jesus caminhou muito mais do que isso, deixe de ser preguiçoso!”, retornou a mãe. 

Passada meia hora de avançar a passos curtos e de conversê atrás de mim, eu me aproximava dos medalhões prateados que marcam a entrada.

Há uma entrada única que é também a saída. Lá dentro, há uma antecâmara e depois a pequena câmara (hoje um altar bastante decorado) onde está a pedra onde o corpo de Jesus foi depositado. A cada pessoa que sai, outra entra, com no máximo três de uma vez lá na câmara final. Significa que, se alguém resolver ficar lá rezando ad infitinum per gloria aeterna, a fila não anda. Os fiscais do lado de fora se encarregam de que não se fure a fila, mas ninguém entra para remover fiel demorado. 

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Num dia organizado, a fila para entrar fica assim. (Impossível não notar o gato ali monitorando.)
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Os medalhões com os apóstolos na decoração de prata à entrada da capela da tumba de Jesus.
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A antecâmara é assim, com mais lamparinas e pessoas a esperar quem está lá dentro sair.
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Ecce. Eis a câmara final, com a pedra onde o corpo de Jesus foi depositado e o altar feito aqui. Lê-se em cirílico a exclamação grega Christos Anesti, ou Cristo ressuscitou. Veem-se as ilustrações ali com Jesus revivido.

A atmosfera tem o seu lado lúgubre, mas encantado. Se você tiver o mínimo de orientação cristã, é impossível não sair dali tocado de alguma forma.

Uma senhora eslava perseverava em oração com ar de que não sairia dali tão cedo. Sobrava espaço para duas outras pessoas, e eu não quis me demorar demais. Breve, estaria de voltas às ruas da velha Jerusalém já com tudo fechado ou se fechando. 

Findado o sepulcro, esta noite começava o shabat dos judeus. Os árabes donos de lojas ali no meio se preparavam para reabrir normalmente ao sábado, assim como continuariam a vir os muitos turistas. Ainda havia bem mais por descobrir.

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Fim de dia em Jerusalém.
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Jerusalém dorme, mas acorda; os judeus para seu shabat, e os muitos outros para um sábado normal.

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Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

2 thoughts on “Visitando Jerusalém (Parte 1): A Via Dolorosa e a Igreja do Santo Sepulcro

  1. Nossa!… meu jovem amigo viajante. Que viagem… Quantas emoções e surpresas. Quão diversa do que se imagina a Terra Santa e a propria Jerusalém! ….
    E quanta diferença entre as duas Jerusaléns :
    A Ocidental, moderna, desenvolvida, ampla, bem arborizada, de belas avenidas, bondes modernos, gente com trajes e hábitos mais ocidentais, homens de rabichos nos cabelos, de preto e chapéus redondos, mulheres nem sempre com véu, jovens e tal… Uma bela cidade, porém muito moderna para o que se acha ser a histórica Jerusalém.
    A outra, a Jerusalém Oriental, quase que dentro das muralhas antigas, esta sim, histórica e cheia de traços ,de vida, e caracterrísticas um pouco mais achegadas à História , cheia de lugares que lembram a passagem do Mestre de Nazareth entre nós, embora a realidade pobre e vulnerável dos palestinos e desse mundo dividido, que nós do Ocidente não conseguimos perceber a crua realidade. Muito dificil de avaliar a Terra Santa tão dividida. E penoso para nós constatarmos tudo isso em pleno seculo XXI.
    Não, que não tenhamos aqui gente vulnerável, bolsões de pobreza, marginalizaçao. etc e tal. Mas achei ai pior, dada sobretudo ã falta de liberdade de ir e vir, e a proibição de estar e entrar na cidade para determinados grupos e pessoas. Preocupante, embora não entre no mérito da questão.
    Mas, além das disputas, Jerusalém avulta como um destino ímpar, um lugar mágico, tocante, emocionante, que convida ã reflexão e à prece. Digo, particularmentr, essa Jerusalèm Oriental,
    Representa muito para uma imensidão de pessoas que tem Jesus como Centro de sua fé.
    Cheia de encantos e recantos históricos e religiosos. Maravilhosa, cheia de vida, e uma vida diferente da Jerusalem Ocidental( bela cidade, com encantos particulares, bonita de se visitar.).
    Na Velha Jerusalem, pulsa o coração da História e dos seus personagens. Suas ruelas e becos, são testemunhas oculares de muito do que se passou ha tempos atrás, muito embora as mudanças feitas ao longo dos tempos. E nos contam essas histórias de tempos idos. Um encanto. Fascinante. É como se voce de repente se reportasse para os livros de História.
    Tudo isso, praticamente na Jerusalèm Oriental. Dai sua importância.
    As suas muralhas abrigam o que há de mais valioso (Além , claro, dos outros lugares da Terra Santa) para aqueles que a buscam: O final humano da vida e missão de Jesus na Terra seus últimos atos, seu ultimo caminho doloroso , sua morte ignominiosa e sua vitória final.
    Isso, por si só já atrai milhares de pessoas à Terra Santa.
    Impressionante.
    Continuamos em Jerusalèm…

  2. Jerusalém Velha é tocante, chocante e impressiona, deveras . Mágica…tocante, no seu astral místico e sacro. Chocante na sua realidade pobre de hoje, e no que se tornou o doloroso trajeto do Mestre de Nazareth.
    Sua amiga aqui achou horrível aquela realidade, tão bem descrita pelo senhor, meu caro amigo. Imagino suas impressões e emoções..
    Pelo visto e sentido através desta postagem, é impossível não se envolver no clima mistico que cerca a cidadela, ao se deparar com registros do ocorrido nos tempos em que Jesus viveu e nos fatos principais da sua despedida da” terra dos homens”, como fala o Pequeno Príncipe.
    Esse misto de sensações e emoções muitas vezes díspares. envolveu a sua amiga aqui, meu caro viajante, sobretudo em relação
    à Via Dolorosa.
    Surpresa com a realidade humana de Jerusalèm Oriental e, sobretudo, chocada por vez a bagunça, o desconhecimento, o pouco caso , a indiferença, daqueles que iam e vinham naquela barafunda em que e transformou aquele trajeto tão sofrido. Para a maioria dos que ali vicejavam e negociavam, naquele tumulto nao havia espaço para a passagem dolorosa do Mestre de Nazareth. Parecia que nada havia ocorrido!…
    Mas ele estava presente, no sofrimento daquele povo, na vulnerabilidade, na pobreza que saltava aos olhos.
    E apesar de tudo, sente=se um clima tocante , sacro, envolvente, acima e em meio àquele caos . Incrível. A presença do Mestre e dos fatos que ali se passaram conseguem suplantar a realidade tumultuada da Medina.
    Pensava que o doloroso trajeto fosse preservado!. Ledo engano.
    Em relaçao aos locais do processo em que se envolveu Jesus, algo foi preservado, sobretudo, ao que parece ,no seu inicio . Ai ha menos tumulto e se pode perceber melhor o drama e nele refletir .
    A dispersão maior, pelo visto é ja no trajeto, após a condenação.
    Muito importante esse registro do senhor sobre os passos mais importantes do trajeto.
    E que confusão com o final da Via Dolorosa. Os passos , ao que parece foram aglutinados e concentrados na Belíssima Igreja, ou melhor, Capelas/Igrejas do Santo Sepulcro.
    Magnífica, sua estrutura artístico religiosa, deslumbrante de arte, de decoração de história, de luzes, cores, beleza, colorido, e de multi religiosidade. Linda.
    A multidão não favorece muito a reflexão nem a prece, por conta do tumulto. Mas, como o senhor mostra, há locais mais quietos e afastados onde se pode orar.
    Tocantes a pedra onde foi limpo e tratado o corpo do Mestre, o possivel lugar do Gólgota, e a caverna do Santo Sepulcro.
    Um testemunho soberbo, magnífico, da riqueza e genialidade artístico=cultural e religiosidade daqueles que ao longo do tempo preservaram e reconstruiram parte do que se passou.
    Espetacular.
    É isso ai, meu jovem.
    Apesar dos senões, amei Jerusalém, sua história, e locais aqui descritos e apresentados.
    Parabéns pela escolha dos locais visitados. Fascinante a viagem.
    Estou amando.

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