Bem-vindos a Ramalá, a capital de fato da Palestina. Na letra da lei internacional e no anseio popular, a capital dos palestinos é Jerusalém, capital também de Israel, mas na prática é daqui que a Autoridade Palestina despacha.
Ramalá é tão pouco falada fora dos círculos diplomáticos que meu dicionário nem reconhece sua grafia aportuguesada, variação de Ramallah.
“É uma relativamente cidade jovem“, brincaria o nosso guia com seriedade. “Do século XVI, estabelecida pelos otomanos. Com cidades milenares como Jerusalém ou Jericó aqui perto, isso pra a gente é jovem.” Poucos turistas que vêm à Terra Santa chegam aqui, mas eu resolvi vir conferir.
Ashraf era um sujeito de barba grisalha podada curta, pele morena e o olhar profundo dos árabes palestinos que refletem diariamente a segregação que sofrem como cidadãos (?) de segunda classe num Estado judaico. Isso porque, na prática, não há solução de dois estados (um palestino árabe e um judeu israelense) em vigor: há apenas o Estado judeu abarcando tudo e bolsões de árabes ali dentro.
Quem vem à Terra Santa por devoção faria bem em praticar o lado humano de sua religião vindo ter de perto com estes segregados e despossuídos. Já quem vem pela História encontrará aqui um prato cheio de contato com eventos contemporâneos em primeira mão. E quem vem pelos dois juntará o pão com o azeite de oliva nesta visita.

Entendendo a situação legal da Palestina
Antes de narrar minhas andanças Palestina adentro, permitam-me lhes dar algo de contexto para situar isto melhor e ninguém se perder.
A Palestina é um país?
Sim, só que um país militarmente ocupado e sem um Estado organizado.
Temos aí duas dimensões para afirmar isso, uma sociocultural e uma jurídica. Do ponto de vista sociocultural, os árabes da Palestina originalmente pertenciam ao mesmo caldo regional dos vizinhos no Líbano e Síria, aqui do lado, quando estas terras eram províncias do Império Otomano (e de califados árabes antes disso).
Porém, com o processo histórico, estes árabes palestinos formaram uma identidade própria. Negar-lhes isso seria o mesmo que dizer que os uruguaios não formam uma nação porque são iguais em quase tudo aos argentinos; ou os panamenhos, porque lembram os colombianos e já fizeram parte da Colômbia; ou que os austríacos não são distintos dos alemães. Semelhanças de família não significa ser a mesma coisa.
Do ponto de vista da lei internacional, em novembro de 2012 a Assembleia Geral da ONU aprovou por maioria de dois terços a resolução 67/19 aceitando a Palestina como um país observador, reconhecido formalmente por 138 dos 193 países-membros. Brasil e a América do Sul toda assim como o mundo quase inteiro se incluem. As exceções são a América do Norte e a maioria dos países da Europa.

A situação atual: os Acordos de Oslo
Os Acordos de Oslo são o que legalmente rege a relação atual entre o Estado de Israel e os milhões de palestinos que aqui vivem às suas margens. Firmados entre 1993 e 1995 entre o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin sob os auspícios do então presidente americano Bill Clinton, os acordos visaram à cessação de hostilidades e a um plano de paz entre o governo de Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), fundada em 1964.
Na prática, a meta foi implementar duas antigas resoluções do Conselho de Segurança da ONU não cumpridas até hoje:
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- A Resolução 242 (1967) determina que Israel retire suas forças armadas dos territórios palestinos ocupados: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
- A Resolução 338 (1973) determina um cessar-fogo nas hostilidades e que as partes se sentem para negociar.
- A Resolução 242 (1967) determina que Israel retire suas forças armadas dos territórios palestinos ocupados: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Nada disso foi cumprido. Israel mantem controle militar sobre toda a região, tendo capturado Jerusalém Oriental, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias em 1967. (Meu post ali em Jerusalém explica mais sobre esse evento.)
Uma das causas imediatas dos Acordos de Oslo foi a chamada Primeira Intifada (“insurreição” em árabe), quando a partir de 1987 palestinos frustrados realizaram atentados contra os judeus e houve uma escalada de violência. Os ataques e mortes se multiplicaram até que em 1993 tem início um processo de paz em Oslo (Noruega), seguido da assinatura dos acordos em Washington (EUA).
Os Acordos dividem administrativamente os Territórios Palestinos ocupados em três categorias: A, B e C. Veja o mapa abaixo.
Você se engana (como eu me enganei) se acha que os palestinos de fato governam os Territórios Palestinos. Na prática, apenas 18% é controlado por eles.

A Autoridade Palestina surge também como um desdobramento dos Acordos de Oslo, em 1994 como um protótipo do que era — ou é — para se tornar o Estado Palestino. Na prática, é uma entidade civil acordada entre Israel e a OLP para administrar aquelas “ilhas” e negociar em nome do povo palestino.

Previa-se nos Acordos que Israel gradualmente legaria áreas B para que se tornassem A (sob total governo dos palestinos), e que C aos poucos passaria ao status de B, até que tudo um dia virasse A, governado efetivamente pela Autoridade Palestina e quem sabe um Estado Palestino propriamente dito.
Só que isso nunca ocorreu. Pelo contrário, governos de extrema-direita desde o primeiro mandato de Benjamin Netanyahu (1996-1999) — e que começou em 2023 nada menos que o seu sexto mandato — têm incentivado a expansão dos assentamentos de colonos judeus dentro da Cisjordânia. Há cerca de 400 mil assentados no que são condomínios fechados em meio a 3 milhões de palestinos árabes, com uma discrepância imensa de acesso aos recursos públicos, infraestrutura, etc.
O processo de criação de dois estados nacionais está totalmente parado. Na prática, há cada vez mais uma proposta semelhante à dos bantustão feita na África do Sul.
Bantustão?
Isso não deve ter aparecido nas suas aulas de História, mas foi uma política sul-africana dentro do regime de Apartheid no século XX. O governo dos brancos a partir de 1913 decidiu que acomodaria os negros em bolsões separados do restante da sociedade, apelidados de “bantustões” por referência à etnia Banto de muitos africanos.
Os palestinos argumentam que Israel silenciosamente busca fazer o mesmo aqui. Usar a palavra “apartheid” contém alta chance de aborrecer seu interlocutor israelense, mas na prática é o que dizem a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e comissariados da ONU.
Há estradas só para israelenses e e outras para palestinos (o emplacamento do carro é diferente), há direitos diferentes para judeus e árabes (mesmo quando ambos possuem cidadania israelense), e na prática há os bolsões onde se permite aos palestinos viver com limitada autonomia. Qualquer semelhança com os bantustões não é mera coincidência — é a mesma política de segregação oficializada.

Israel país judaico, não laico
A última peça deste quebra-cabeça é notar que Israel não é um estado laico, mas um estado judeu, onde governo e religião se misturam.
Parece haver um desejo dominante entre os israelenses que os palestinos vão embora para os países vizinhos ou se acomodem dentro de um Estado único, mas é aí que entra o fator complicador, pois Israel não é uma democracia multi-cultural como são os EUA, o Brasil, os países da Europa e tantos outros.
Pelo contrário, uma lei de 2018 deixa bem claro que Israel é um estado-nação de quem segue o judaísmo, e que os judeus têm portanto primazia sobre todo o restante. Isso basicamente faz com que outros cidadãos de Israel, mesmo dotados de todos os documentos, tenham menos direitos e mais riscos — inclusive o de ter sua cidadania revogada.
Estamos num contexto cada vez mais tenso — só que aquela tensão à là Rio de Janeiro, que você às vezes visita como turista e não vê. Vê apenas as marcas da exclusão. O violência assimétrica quem dá são os números: 170 mortos em 2022 de acordo com a ONU, deles 20 israelenses e 150 palestinos. Só na quarta-feira de cinzas de 2023, uma incursão israelense mata 11, alegadamente para nem prender, mas executar (pois aqui não há processo legal) três suspeitos de terrorismo, e na prática mata outros oito, aí incluso um idoso. É igual à favela, com palestinos quase pretos de tão pobres, como diria a canção. Vamos entrar.

Indo a Ramalá
Como fazer
Você pode tomar um ônibus comum e ir a Ramalá — não há qualquer imigração nem aduana, mas pode acontecer de as forças de segurança pararem o ônibus pedindo para ver a documentação de todo mundo, como ocorre nas periferias do Brasil. Eles decidem ao arbítrio quando ativar ou não ativar os famosos checkpoints, ou pontos de checagem.
Como visitante estrangeiro, é preciso ter consigo o passaporte e mostrar o papelete azul obtido no aeroporto e que comprova sua entrada legal no país, mas você se sentirá como se não tivesse saído do país. Na prática, não saiu, só fez entrar num “bantustão”.
Ir por conta própria eu recomendo a quem quiser passar tempo, mas no mais o mais prático é tomar um tour que inclua a visita a Ramalá com um guia local — que foi o que fiz. As empresas voltadas mais ao público religioso omite estas paradas na Palestina, mas a Abraham Tours tem um tour que passa por aqui e eu recomendo.

Acordando num shabat em Israel
Deixem-me começar pelo começo, pois que era um sábado quando eu despertei em Jerusalém para ir a Ramalá, e os sábados aqui não são como os outros dias.
A nossa palavra “sábado” vem mesmo de shabat, o sétimo dia da semana, quando se diz que Deus descansou após criar o mundo, e quando os judeus descansam.
O shabat é uma experiência sui generis em Israel, pois o país todo praticamente para — seja você judeu ou não. As lojas quase todas se fecham, não há serviços, nem sequer transporte público ou interurbano. É como um domingo no Ocidente, só que mais radical, sem ônibus rodando nem supermercado aberto nem quase nada.
Ele começa com o pôr do sol da sexta-feira, mas na prática às 14-15h você já verá o comércio fechar para só reabrir à noite de sábado, quando o shabat terminar, ou domingo de manhã.

Aí tem algumas curiosidades, pois há um monte de coisas que não são permitidas aos judeus praticantes fazer nesse período.
Por exemplo, não pode usar elevador. Ou melhor, pode usar o elevador; o que não pode é apertar os números dos andares, então na prática parte dos elevadores dos hoteis etc. são postos em “modo shabat” para parar automaticamente em todos os andares, de modo que o usuário possa descer onde quiser sem precisar apertar botão nenhum. É ótimo.
As pessoas daí perguntam “Como faz para comer?? Não tem nada, nada mesmo aberto?“
A resposta é: praticamente nada, mas depende um pouco da cidade onde você está. Cidades de maioria árabe-muçulmana como Nazaré ou Acre não darão muita bola ao shabat, e você poderá encontrar coisas abertas pela rua. O mesmo vale para o centro histórico de Jerusalém, onde além de muçulmanos e árabes cristãos há sempre muitos turistas — mas esteja preparado e se planeje de acordo.
Uma ótima opção, se você estiver em Jerusalém, é planejar um tour para os Territórios Palestinos bem no sábado, como eu aqui fiz.

Voltas por Ramalá
O nosso guia de Ramalá não vem nos acolher na agência, pois ele não pode entrar em Jerusalém. Quem pode circular livremente somos nós estrangeiros, mas Israel proíbe os seus cidadãos de entrar nos Territórios Palestinos (com medo que seja sequestrado), e os palestinos só podem sair dos seus bantustão adentrar Jerusalém e o restante do que é Israel hoje com uma permissão que nem sempre é expedida.
Fomos então nós com o motorista por aquelas ruas feias e decrépitas da periferia de Jerusalém, prédios bege antigos, alguns aos pedaços, com mato em redor e o céu de chumbo que se tinha hoje neste inverno.

Ashraf se juntaria a nós depois, entrando no ônibus de alguma beira de pista, quando já estávamos oficialmente fora de Jerusalém e dentro da Cisjordânia.
Vendo as pistas de asfalto a dançar pelo concreto, com barreiras e guaritas, eu me perguntei quando é que viriam olhar nossos passaportes, mas isso nunca aconteceu. Passamos direto. Eles só checam quando querem, e esta parecia ser uma manhã tranquila.
Ashraf ia nos falando enquanto íamos pela estrada. Apenas 20 Km separam Jerusalém de Ramalá, mais ao norte, mas a viagem dura uns 30 minutos (e pode levar 1h ou mais se houver controles). O pobre do Ashraf vindo de Belém, 10 Km ao sul de Jerusalém, levou 1h30 para chegar aqui porque não pode entrar em Jerusalém — tem que fazer a volta.
“Eu daria as boas-vindas a vocês à Palestina, mas se vocês já estiveram em Jerusalém Oriental, na cidade histórica, legalmente vocês já estiveram na Palestina. Mas ela foi anexada por Israel em 67, e para nós tudo ficou muito difícil, porque se você olhar no mapa, Jerusalém fica bem no meio da Palestina. Era o nosso centro. Agora, tudo precisa fazer o contorno, e só uma estrada liga o norte ao sul da Cisjordânia; se tiver algum acidente ou resolverem travar ali, não passa ninguém.“
As inconveniências são inúmeras, ainda maiores a quem cogita fazer uma viagem ao estrangeiro.
“Nós perdemos o nosso aeroporto em 1948. Hoje vocês o conhecem como Aeroporto Ben-Gurion. Em 67, nós perdemos o aeroporto de Jerusalém [desativado por Israel]. E, para ir ao exterior, precisamos de uma autorização militar dos israelenses que leva tempo para conseguir. Além disso, os consulados estrangeiros para a Palestina, onde podemos pegar visto, ficam em Jerusalém (enquanto que para Israel ficam em Tel Aviv!). Mas nós não podemos entrar em Jerusalém, então os cônsules vem cá a Ramalá uma vez por semana, uma vez por mês. Se você perder a chance, já era.”
Os palestinos normalmente não viajam por Ben Gurion, mas por Amã, na vizinha Jordânia. Segundo o guia, a saída de Israel pela fronteira ali costumava levar 4h, agora é para mais de 8h, e às vezes é preciso esperar até o dia seguinte. Segundo ele, agora se programa para chegar à Jordânia uns dois antes do voo que tiver de lá — o que encarece.
A saber, existe um passaporte palestino. Quem pena numa situação quase apátrida são os palestinos em Jerusalém Oriental, que Israel não permite que vivam lá e adquiram passaporte palestino (por considerar que Jerusalém toda é de Israel), mas ao mesmo tempo não lhes fornece passaporte israelense nem direito de votar nas eleições. De acordo com o jornal israelense Hareetz, apenas 5% dos palestinos em Jerusalém Oriental receberam passaporte israelense desde que ela foi ocupada em 1967.

Eu confesso que achei que as cidades palestinas seriam mais pobres. Quem bom que não. Ramalá me lembrou em certo aspecto as cidades de fronteira do Paraguai; não no clima, mas naquela urbanidade suburbana de prédios velhos, sem manutenção, e letreiros de lojas imitando marcas famosas.

A cidade é até asseada aqui no seu centro, com os comerciantes a abrir suas lojas e vendas, embora se veja certo lixo pelas ruas, fiação meio solta, e aqui e ali marcas de que o dinheiro aqui não é muito.
Mas há táxis amarelos circulando e marcas ocidentais autênticas como Coca-Cola. Usa-se o mesmo dinheiro de Israel (shekel) no dia-dia, embora aceitem euro e dólar também com mais facilidade que em Israel.
Segundo o guia, porém, as sedes dos bancos palestinos agora ficam na Jordânia, pois quando ficavam aqui ocorria de Israel arrombar os prédios para revirar documentos e pegar o que lhes desse na telha.




Os vendedores aqui, inclusive, são simpáticos e não enchem o saco. Egito e Marrocos, por exemplo, são lugares lindos, mas onde os árabes às vezes enchem a paciência persistindo atrás de você e oferecendo coisa. É porque ali se desenvolveu uma sanha turística com gente querendo levar vantagem. Desde que visitei a Jordânia, notei que este pedaço de cá do mundo árabe é muito mais sossegado.


Por ser relativamente moderna, Ramalá não é excepcionalmente turística, e passa mais a vibe de uma cidade contemporânea normal. As atrações principais são seus cafés, lanchonetes, a vida urbana. Exceto pelo mausoléu de Yasser Arafat, que visitaríamos dali a pouco.
O nível de organização lembra o das cidades do Brasil — só que com menor criminalidade, pois aqui em Ramalá não tem essa de fulano chegar com a arma para lhe roubar o celular nem bater carteira. As pessoas são relativamente cordatas.

Você vê a bandeira palestina de quatro cores (preto, branco, verde e vermelho) hasteada em vários pontos da cidade, e sobretudo num grande mastro na hoje chamada Praça Yasser Arafat.
Essa bandeira repete aquela usada na Revolta Árabe de 1916 — outra coisa que suas aulas de História não cobriram. Isso foi um levante dentro do Império Turco Otomano, que já dominava esta região desde os idos de 1517-1520. Os árabes, que antes disso haviam tido o seu próprio califado desde o começo da Idade Média nesta região, buscavam o retorno de sua autonomia.
Isso se deu no bojo da Primeira Guerra Mundial, como o ano lhe indica. A ideia era criar uma grande nação árabe quando o Império Otomano fosse derrotado, e os britânicos concordaram em fazê-lo, só que depois deram para trás. Optaram pelo Acordo Sykes-Picot, de que lhes falei na postagem anterior, em que estas terras foram divididas em diversos países (Síria, Iraque, Líbano, Kuwait…), uns sob administração francesa, outros sob administração inglesa. Deu na maravilha que há hoje.
Os palestinos então adotaram aquela bandeira da revolta como a sua oficial desde 1988. Israel, porém, não permite essa demonstração de nacionalismo assim em todo lugar. Comerciantes punham-na ou a pintavam na frente de suas lojas, só para tê-las removidas à força de manhã pela patrulha israelense. Quando ainda não tinham permissão para hasteá-la no mastro, punham-na nos postes de luz — e aí eu entendi, dias depois, por que os postes Israel afora todos têm uma grade impedindo subir e um aviso de risco de morte.


Visitando o Mausoléu de Yasser Arafat
Um dos lugares mais marcantes de se visitar em Ramalá é o belo complexo onde estão os restos mortais do líder palestino Yasser Arafat (1929-2004). Ele foi um dos grandes personagens da diplomacia mundial na segunda metade do século XX.
Arafat foi um dos grandes promotores da ideia de dois estados aqui. Ao contrário de outros, não negava o direito de os judeus terem seu Estado de Israel, mas queria que seus irmãos palestinos árabes também tivessem o seu. Esteve à frente das negociações dos Acordos de Oslo nos anos 90, e junto com o premiê israelense Yitzhak Rabin ganho o prêmio Nobel da paz em 1994.

Como a paz tem muitos inimigos, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin acabaria sendo assassinado por um extremista judeu em novembro de 1995. Arafat viveria ainda mais uma década, porém lidando com um governo israelense bem diferente, cada vez mais autoritário e desinteressado na solução de dois estados.
Arafat passaria os anos finais da vida numa espécie de prisão domiciliar aqui na Cisjordânia, impedido pelo exército israelense de seguir na sua atividade diplomática, até que também morreu — em 2004, com suspeita de envenenamento.
Seus restos mortais estão aqui ao lado de um pequeno museu montado no lugar onde ele trabalhava. Dizem que era simples, e costurava as próprias roupas.
Os palestinos, porém, não chamam este lugar de tumba. Preferem dizer que é um mausoléu temporário, até que um dia possa ser finalmente enterrado em Jerusalém.



E assim seguíamos, adiante por esta terra. Ramalá ficaria para trás, e agora iríamos a Jericó, a famosa cidade bíblica que também se encontra nos Territórios Palestinos.
Hoje, a Autoridade Palestina tem a presidência de Mahmoud Abbas (1935-), um senhor já bastante idoso e que nunca teve o dinamismo de Arafat. Os palestinos seguem a esperar por dias melhores.
Vida que segue.
Nossa… Quanto contratempo…coitados…Ninguem merece…
Já conhecia Ramallah de nome, mas nào a sabia capital da Palestina.
E que situação a desse povo!…Segregado, pobre, sem autonomia, cercado, e com liberdade cerceada. Jesus.
Já se deveria ter resolvido isso pelo diálogo , através de acordos internacionais que não ficassem no papel, que fizessem cumprir os dispositivos já previstos e criassem novos dispositivos de inserção desse povo em situações mais dignas, penso eu..
Difícil realidade. A Terra Santa tão bonita, tão cheia de História, de elevaçao, de mística, e nesse impasse. Muito triste.
Na minha visão o Mestre de Nazareth não aprovaria esse contexto.
A cidade é, como o senhor diz, até organizada. As praças sã0 bonitinhas e as pessoas parecem simpáticas e acomodadas.
Achei algumas partes parecidas com o FeiraGuai… Parecendo a periferia de algumas cidades latino-americanas.
Mas essa muralha enorme de concreto é horrivel. Muito triste…
Espero que quem de Direito se sensibilize e ajuste esse impasse que diminui a beleza e a graça da linda Terra Santa.
Bonita e tocante essa singela homenagem a um grande lider, Arafat, bastante conhecido e admirado pelos esforços em favor da paz e do Estado Palestino. Estava sempre nos noticiários. Esse encontro com Yitzhak Rabin foi patognomônico. Houve muito destaque na época, ainda mais com a figura de Clinton, tambem muito festejado. Rabin merecia ,outrossim, uma homenagem dessa. Grande estadista. Eram os 3 muito bem quistos e vistos.
Que pena que a paz é tao maltratada… Sua amiga aqui se lembrou daqueles que riram quando Francisquinho de Assis ofereceu a paz. E depois viram o que aconteceu.
Belo Mausoléu.
Grande abraço amigo viajante.