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Israel-Palestina

Em Jericó, a cidade mais antiga do mundo

Bem-vindos a Jericó, a mais antiga cidade do planeta — e, de quebra, também a primeira cidade murada de que se tem notícia.

As primeiras habitações aqui datam dos idos de 9000 a.C., e se estima que Jericó já era uma importante cidade deste chamado Crescente Fértil com muralhas de pedra à altura de 6800 a.C.

Isso foi muito antes da suposta Batalha de Jericó, em que Josué teria derrubado suas muralhas com o som de trombetas (mais ou menos). Daqui a pouco a gente trata disso. Vale dizer que persas, babilônios e gregos também por séculos dominaram esta região, que viu Alexandre, o Grande, e viu o nazareno Jesus.

Hoje, Jericó é conhecida pelo nome moderno de Tell es-Sultan (ou “Colina do Sultão” em árabe), e fica na Cisjordânia, nos Territórios Palestinos. Vir aqui é fácil como partir de um tour a partir de Jerusalém, que tanto pode ser um tour mais religioso quanto um tour mais histórico — a depender da sua escolha de agência.     

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Bem-vindos a Jericó, que também é conhecida como Cidade das Palmeiras (desde o tempo de Jesus!) ou como uma cidade oásis.

Chegando a Jericó

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Jericó no mapa de Israel-Palestina. A Cisjordânia é aquele território no meio, parecendo um rim, com Jerusalém no seu “umbigo” e Jericó mais à fronteira com a Jordânia (feita pelo rio Jordão).

Jericó fica hoje no que é a Cisjordânia, o principal dos Territórios Palestinos árabes. 

Esta terra, que Jesus e tantos já cruzaram, é de colinas e onduladas paisagens secas onde pastores até hoje guiam suas ovelhas e cabras, e onde se veem olivais abandonados.

Cerca de 40 Km separam-na da capital Jerusalém, numa terra hoje tensa e onde a vida segue sendo dura.

Na atualidade, Jericó “atende” pelo nome de Tell es-Sultan, uma cidade de 20 mil habitantes. Como você há de imaginar, houve períodos de apogeu e de declínio nesta antiquíssima. Por certos tempos, ela inclusive deixou de ser habitada e caiu em esquecimento — até ser repovoada, iniciando mais um ciclo. Afinal, em 11 mil anos de história há espaço para muita coisa.

Nós daqui a pouco falaremos deles, em visita às ruínas. 

Jericó hoje é uma cidade “normal” árabe, por assim dizer, mas com um parque arqueológico que você visita mediante ingresso (cujo preço costuma estar incluso em qualquer tour que o traga cá). Ninguém imaginava “centro histórico” de 7.000 anos atrás, ou imaginava?

Eu próprio cogitei, mas Jericó faz mais as vezes de uma Éfeso, Cartago e outras cidades da Antiguidade cujo esplendor ficou só na Antiguidade. Não como Jerusalém, Atenas ou Roma, que seguiram sendo cidades importantes em tempos mais recentes.

Eu recomendo duas empresas para vir até aqui, em tours saídos de Jerusalém: a Bein Harim ou a Abraham Tours. Há outras, mas essas duas eu experimentei e gostei. A Bein Harim tem a vantagem de oferecer tours em espanhol em certos dias da semana (verifique quais no site deles e se programe), mas é uma empresa mais padrão, que vai comentar o pano de fundo bíblico e falar da História antiga daqui.

Aos que entendem inglês eu sugerirei a Abraham, pois aí você faz um tour com um guia palestino, que vai falar das coisas antigas, das bíblicas, mas também sobre como anda esta terra nos tempos atuais. Foi o que eu fiz, num day tour que incluiu também Ramalá e outras paragens que ainda veremos.  

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Os caminhos hoje para Jericó são em estradas assim, onde a paisagem vai aos poucos ficando mais seca.
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Notem os trechos e os raios de sol nesta pedregosa Terra Santa.

Este é o Deserto da Judeia, pessoal. Não imaginem todos os desertos como um mar de areia à là o Saara. Aqui, como os muitos filmes de época lhes retratam, o “deserto” é este ermo de pedras e matos baixos onde às vezes se veem pastores nômades e nada mais.

Foi por aqui que Jesus teria passado os seus “quarenta dias e quarenta noites no deserto” após ser batizado por João Batista no rio Jordão, nas proximidades de Jericó. Ele depois seria tentado pelo diabo numa colina que ficou conhecida como Monte da Tentação, e que eu lhes mostrarei.

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Aqui há olivais abandonados, onde os árabes palestinos cultivavam azeitonas e foram expulsos pelas forças de segurança de Israel, que transformaram esta e muitas terras antes cultivadas em área militar de acesso restrito.
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Vamos na ondulante paisagem Palestina adentro, no Deserto da Judeia.
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…até avistar o oásis que é Jericó, a Cidade das Palmeiras.

Jericó ontem e hoje

Vamos agora passear no tempo e espaço por Jericó, a Cidade das Palmeiras, que é assim e há tanto tempo habitada porque aqui há fontes naturais de água no subsolo. 

Eu há pouco lhes falei do Crescente Fértil, esta área do oriente onde surgiram as primeiras grandes civilizações (sumérios, babilônios e outros). Essas famosas floresceram na Mesopotâmia, área do atual Iraque — mas já havia gente aqui em Jericó desde milênios antes delas. 

Escrita cuneiforme
Tábua de argila com exemplo de escrita cuneiforme. (As “Tábuas da Lei” de Moisés com os Dez Mandamentos não eram de madeira não, hein)

É que muito dessa História antiquíssima de Jericó se deu no neolítico pré-cerâmica, e antes de haver a escrita que os sumérios inventariam lá pelos idos de 3500 a.C. (a tal da escrita cuneiforme, que recebia esse nome porque se escrevia com uma cunha talhando a argila).

Jericó ficava no caminho entre o Egito e a Mesopotâmia, localização comercial privilegiada, embora se precisasse também de defesa, e talvez daí ela ter sido a primeira cidade murada.

As ruínas do que é Jericó hoje são escavações arqueológicas profundas — ninguém imagine muita coisa na superfície, pois os sedimentos vão se acumulando dos séculos e aos poucos enterrando aquilo que é antigo. 

Verdade seja dita, não há muito o que ver com os olhos; o que se encontra neste parque arqueológico são bases de muros milenares, breves reconstruções, e alicerces escavados. São coisa que você visita em 1h no muito.

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Jericó cá na ponta esquerda do antigo Crescente Fértil já em 7500 a.C. com as primeiras cidades do mundo. Note que a região recebe esse nome pela forma de uma lua crescente deitada, áreas férteis onde a humanidade floresceu.
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Vamos chegando, por entre as palmeiras e as antigas rochas. Notem os fragmentos de colunas da Antiguidade.
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Este é o Parque Arqueológico de Jericó, ao lado da cidade atual (Tell es-Sultan). Observem que é um lugar ermo, de vestígios antigos demais para serem edificações que saltam aos olhos.

Uma curiosidade é que Jericó ficou perdida no tempo, até arqueólogos britânicos a re-descobrirem aqui no século XIX.

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Alicerces antigos.
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A Torre de Jericó, de 8500 a.C. (!), considerada a mais antiga edificação de pedra da humanidade que ainda se pode ver.
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Algumas bases restauradas no ermo que é este parque arqueológico de Jericó.
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A vista para Tell es-Sultan, ou a Jericó atual, como também é conhecida.

E as muralhas?? Josué em Jericó

Quem cresceu com as histórias bíblicas ou as ouviu depois talvez saiba do conto de Josué, que no Antigo Testamento teria derrubado as muralhas de Jericó com o som de trombetas e conquistado a cidade.

Josué, de acordo com a tradição, foi um dos que acompanharam Moisés no Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento e da Torá judaica (após Gênesis). Esse povo escapa da condição de escravos no Egito, cruza o Mar Vermelho aberto por Moisés, e este vai ao Monte Sinai receber os Dez Mandamentos. 

Javé então recompensaria esse leal povo com a promessa de uma terra, Canaã (daí “terra prometida”), onde fariam um reino seu, o Reino de Israel. 

Moisés em algum momento falece, e Josué segue liderando seu povo na conquista de Canaã, onde viviam os canaanitas, outro povo semita de religião diferente. Isso teria se dado nos idos de 1300 a.C. 

Josue as trombetas Jerico
Com o som de um instrumento chamado shofar, feito com chifre de carneiro e usado até hoje em rituais judaicos (e mal traduzido como “trombeta”), os israelitas teriam derrubado as muralhas e conquistado Jericó. (Josué 6:1-27)

Só que — lamento dizer — o consenso arqueológico é que isso provavelmente nunca ocorreu.

Os livros do Antigo Testamento foram escritos nos idos dos séculos VII e VI a.C., e neste caso sobre acontecimentos de meio milênio antes. A mensagem é mais teológica: sobre a fidelidade desse povo às “leis de Deus” (conforme a entendiam) e seu então sucesso, reclamando para si as terras do Reino de Israel que povos estrangeiros vinham de tomar.

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A imagem que se faz do rei babilônio Nabucodonosor II, que reinou entre 605 – 562 a.C.

As muralhas derrubadas de forma tão notável parece ter sido um floreio como outros, como por exemplo um que conta que Deus teria parado o sol no meio do céu e alongado o dia para facilitar outra das vitórias de Josué (10: 13).

Os hebreus conseguiram conquistar Canaã, e fundaram seu Reino de Israel e Judá nos idos de 1000 a.C., se estima. Com os reis Saul, Salomão e sobretudo Davi (extremamente bem-quisto pelos judeus desde sempre e ainda hoje), tomaram controle destas terras, mas alguns séculos depois foram postos para fora. Em 722 a.C., vieram os assírios, e nos idos de 600 a.C. o rei babilônio Nabucodonosor conquista Jerusalém e expulsa os hebreus num exílio.

É nesse bojo, e em parte após o fim do exílio, que os hebreus fazem sua historiografia — seu mito nacional, se você quiser — mesclando tradição oral e floreios típicos da época. Os gregos antigos não eram diferentes nesse aspecto.

Os hebreus retornam quando o imperador persa Ciro, o Grande, derrota os babilônios e publica um édito em 539 a.C. proclamando uma série de determinações no seu império — entre elas o retorno de povos deportados. O chamado cilindro de Ciro com esse édito, escrito numa pedra cilíndrica, pode ser visto no Museu Britânico em Londres hoje. Ele não menciona explicitamente os judeus, mas fala em libertar povos do jugo da Babilônia.

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Na chamada Fonte de Eliseu (Elisha’s Spring), onde o profeta do Antigo Testamento teria abençoado as águas de Jericó. Ali se lê “Jericó, a cidade mais antiga do mundo.”
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Esta fonte é um belo marco, o mais fotografado de Jericó, e fica à entrada do parque arqueológico. (O reclame aqui escrito no chão de que este é o ponto mais baixo do mundo é incorreto: estamos 258m abaixo do nível do mar, mas o Mar Morto é ainda mais baixo, a coisa de -430m).

Jesus em Jericó e o Monte da Tentação

Havia um ar leve e seco aqui, semelhante ao de outras paragens desérticas. Como era inverno, estávamos com coisa de 19ºC, um tempo agradável e provavelmente muito diferente do que é isto no verão.

Nós havíamos visto um vídeo explicativo de 15 minutos sobre o trabalho arqueológico aqui e feito a breve visita às escavações que lhes mostrei. O vídeo tem um certo aspecto de gravação em fita cassete dos anos 90, e tudo é bastante simples. Nota-se com clareza que não há muito dinheiro entrando aqui. Os palestinos hoje vivem com as sobras do que este novo Israel lhes permite.

Jesus esteve também por aqui, e há muitos milagres seus relatados no Novo Testamento. É em Jericó que Jesus cura os pedintes cegos, por exemplo (Matheus 20: 29), e onde convence o coletor de impostos Zaqueu a se redimir dos seus malfeitos (Lucas 19: 1-10).

Na estrada entre Jericó e Jerusalém é que se dá a Parábola do Bom Samaritano, em que Jesus vê um homem despojado de suas vestes largado à beira da estrada, por um passam um sacerdote judeu e um levita que o ignoram, e quem o ajuda é um samaritano — povo vizinho e tradicionalmente inimigo dos judeus. Jesus então usa esse exemplo para pregar a sua ética de amar uns aos outros, comentando que às vezes quem nos apoia é o outro que julgávamos diferentes de nós ou até inimigos. (Lucas 10). Não se há de ter tais preconceitos, é a conclusão.   

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Cristo curando o cego (1577), quadro do pintor espanhol El Greco sobre o episódio passado aqui em Jericó. (O original se encontra no Museu Metropolitano de Arte em Nova York.)
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O Bom Samaritano, do pintor inglês William Henry Margetson (1861-1940), com o estrangeiro ajudando o indigente negligenciado por seus semelhantes.

A passagem mais famosa de Jesus aqui nos arredores de Jericó talvez sejam os seus 40 dias e 40 noites no “deserto”, após receber o batismo no rio Jordão (perto daqui) e antes de iniciar seu ministério, isto é, sua pregação.

A quaresma emula exatamente esse período, em que se diz que Jesus jejuou e penou em reflexão. A saber, a referência a “quarenta” é lugar-comum na tradição judaica, a começar pelos quarenta anos da fuga dos hebreus do Egito à Terra Prometida, os quarenta dias de Moisés no Monte Sinai, etc. 

Ao fim desse período, os evangelhos de Matheus e Lucas dizem que Jesus foi tentado pelo diabo, primeiro a transformar as pedras em pães para aliviar sua fome. Daí é que o nazareno retruca com o famoso “Nem só do pão vive o homem“. Depois, o tinhoso sugeriu que Jesus pulasse de um lugar alto para provar que os anjos de Deus o salvariam; e, por fim, que adorasse a ele, o tentador, para ter todas as glórias deste mundo.

A Igreja Católica, assim como a maioria dos evangélicos, fazem uma leitura bem literal dessas coisas, e pintam realmente uma personificação do mal ali conversando com Jesus, mas há interpretações diversas desde pelo menos a Idade Média. Visto que os apóstolos não estavam presentes com o Cristo no deserto, alguns sugerem que isso se tratou de uma parábola sobre como ele se sentiu e coisas que lhe passaram pela cabeça, mas a que ele resistiu. Daqui, retornaria à Galileia para dar início ao seu ministério.

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Jesus no deserto (1872), pelo pintor russo Ivan Kramskoi. Um quadro pleno de humanidade. O original eu vi na Galeria Tretyakov em Moscou.
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Eis ali o chamado Monte da Tentação, lá no alto, onde se crê que Jesus foi tentado pelo diabo durante seus 40 dias de jejum no deserto.
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No meio do caminho, há este mosteiro hoje conectado por um teleférico. Ele foi um mosteiro católico durante as Cruzadas e depois, ao fim do período otomano, ressurgiu como o mosteiro ortodoxo que é agora.

Eu, no entanto, não fui lá subir. Não consta que haja nada para ver. Vi foi o homem pobre que, com um camelo a chamar os turistas para tirar foto, tentava obter o seu pão. Também do pão depende o homem, afinal. 

Por Jericó nova, veríamos vendedores de bananas, comércio barato e gente simples — como num subúrbio brasileiro.

Não há nada de turístico ali no que é hoje Tell es-Sultan; eu seguiria em vez disso para Qasr el Yahud, o lugar no rio Jordão onde Jesus foi batizado. Deixo vocês com algumas fotos das ruas e gente contemporânea desta cidade mais antiga do mundo.   

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O homem com o camelo.
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O vendedor de bananas.
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Comércio nas ruas de Jericó, hoje Tell es-Sultan na Palestina.
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Árvore de Natal que remanescia nesta que poderia bem ser alguma praça Brasil afora.
Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

One thought on “Em Jericó, a cidade mais antiga do mundo

  1. Que maravilha, meu jovem amigo, que lição de História Antiga. Agora que estou vendo bem o famoso Crescente fertil, com Jericó integrada. Lindo oásis. Imagino como não o era nos idos tempos da sua formação. A região toda era famosa .
    Belas ruínas, fantástico esse parque na borda do deserto da Judeia. Este também famoso e muito conhecido pelos livros sagrados.
    Lindíssima a fonte. E bela história de Isaías e a bênção da fonte.
    Eita Terra Santa encantada e cheia de belas histórias e ricos personagens. Vale a pena ser visitada.
    A aparência da cidade de Jericó mais nova, parece acompanhar as demais da Palestina.
    Bananas bonitas.
    Amei ver o camelo. Lindo. Lembrei do Marrocos.
    Fantástica essa tela com Jesus refletindo no deserto da Judeia. Muito humano, muito representativo dos conflitos que giravam em sua mente e coração, embora o achei envelhecido.
    Belissimas essas outras telas com passagens e atos de Jesus em Jericó como a cura do cego e a solidariedade do estrangeiro ao caído na estrada e a indiferença dos diversos religiosos. Coisas ainda vistas hoje. Muitas “vistas grossas”são feitas por religiosos para com irmãos abandonados.
    No Brasil são muito conhecidos os que só cuidam de enriquecer e esquecem dos encargos sociais e humanos que devem acompanhar aqueles que querem seguir os Mestre religiosos.
    Ainda no Brasil, na contramão desses religiosos interesseiros, de várias cores e ideologia, hoje temos um expoente de solidariedade e misericórdia para com o próximo , seu irmão, pobre e miserável. É o belo trabalho feito pelo Pe. Júlio Lancelotti que socorre e alimenta os mendigos e moradores de rua no Centro de São Paulo, capital. Um exemplo a ser seguido e bem representado nessa tela.
    Muito bem, meu jovem. Belissima postagem, linda viagem. Parece um sonho com o tempo de Jesus na terra.
    Amando.
    Parabéns e Obrigada por tanta beleza.
    Até mais ver.
    Para novas emoções.

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