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Togo

Voltas por Lomé, a capital do Togo na África Ocidental

(Este será um post longo.)

Lomé, Togo. Ali estou eu no chamado Marché des fetiches, melhor traduzido como “Mercado de simpatias”. Poderia também ser chamado de Mercado de Bruxarias, se você quiser ser mais dramático.

Estamos na capital deste pequeno país de 9 milhões de pessoas na África Ocidental, antiga colônia francesa. Aos que se deleitam naquela fantasia de que o Brasil seria diferente se tivesse sido colonizado por outro que não Portugal, recomendo vir aqui — ou à Nigéria, colonizada pelos britânicos. História, meus caros, é o que define o presente das pessoas, e nós da América Latina ou da África estivemos e ainda estamos do lado explorado. Encontrar este continente-irmão cá deste outro lado do Oceano Atlântico tinha a sua magia.

Lomé fica no litoral, uma cidade de 2 milhões de pessoas, do tipo que cresceu e cresce desordenadamente — como tantas metrópoles brasileiras — a partir da migração de gente da zona rural atrás de emprego. Em Lomé, quem é rico mora na praia, mas quem trabalha não tem onde morar.

Um motorista depois me contaria que muita gente deixou a zona rural para vir tentar a vida aqui na capital, muitas vezes vendendo o pedaço de terra que tinha para comprar uma moto e se tornar motoboy na cidade. Por vezes, realmente não têm onde morar e dormem nos cantos das ruas à beira das motos estacionadas à noite, voltando à casa de parentes no interior no fim de semana.

Trata-se de um lugar algo caótico, visivelmente pobre, de cenas curiosas que até excedem o que se encontra em Pindorama, mas menos violento que as cidades brasileiras.

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Os arredores de Lomé lembram em muito o Brasil. Isso poderia bem ser os arredores de Salvador ou do Rio de Janeiro.

À mesma maneira do povo pobre no Brasil, eles aqui frequentemente se entregam à devoção religiosa extrema — até porque, num mundo complexo onde podem pouco, veem-se à vontade apenas na conversa com o Absoluto.

Só que aqui tanto há evangélicos neopentecostais quanto católicos fervorosos e islâmicos (refiro-me a togoleses muçulmanos, não a árabes), tudo isso misturado com as religiões tradicionais (vodu e cia), que aqui não dá para chamar de “religiões de matriz africana”, pois são as próprias religiões africanas.

Dito isso, ninguém imagine uma massa impessoal de negros à là os poemas negreiros de Castro Alves, que versavam sobre circunstâncias em que de fato eles eram impressoalizados. Afinal, a parte de que mais gosto em quase qualquer viagem é falar sobre as pessoas, e aqui veremos e conheceremos muitas delas. Você pode jamais ter conhecido togoleses na vida, mas eles existem.

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Nas ruas de Lomé.

Chegando ao hotel

Você aí vendo estas ruas acima, com cara de periferia do Brasil, talvez se pergunte se tem hotel em Lomé.

Tem. Eu não fiquei em nenhum mocambo. A cidade é evidentemente pobre, bagunçada, carece de muitas coisas que tomamos por garantido no Brasil, e quase todo o centro é como um grande camelô. Isso é que o salta à vista e que surpreende poucos, mas aqui há também restaurante com garçom e cardápio, centros de tradições africanas, prédios coloniais, avenidas asfaltadas na orla — e hotel com ar condicionado.

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Ao que eu desembarquei num meio de dia quente e sem minha bagagem aqui no Togo, o motorista aguardando-me ao Aeroporto de Lomé era um negro senhor sexagenário de certa altura, magro, dedos compridos, óculos e jeito afável, vestido com um florido camisão roxo. Apresentou-se como De Gaulle, que era realmente o seu nome. 

Eu também ali conheci Francis, quem eu veria depois. Era ligeiramente mais jovem, talvez de seus 55 anos e ar mais descontraído, de risada fácil. De Gaulle fazia o estilo jovem vovô taxista (sem o ranço reacionário que os taxistas maduros por vezes têm no Brasil).   

— “E o seu nome é De Gaulle mesmo? Mas De Gaulle é sobrenome”, indaguei eu, inocente sem ser, já tendo conhecido um Van Basten no Brasil, além de o meu próprio pai ter como nome o sobrenome de alguém famoso da História que não vou citar aqui.

— “Iam botar só Charles, aí resolveram botar logo Charles De Gaulle de uma vez”, disse ele casual, quase rindo.

A quem não reconhece a referência, o general Charles De Gaulle foi o líder da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, presidente da França. (Eu tratei mais sobre ele em visita a Lille, a sua cidade natal.)

— “Mas aí você, além disso, ainda tem seu sobrenome? Qual é seu sobrenome?”, inquiri ao que seguíamos no trajeto breve de seus 20 minutos entre o aeroporto e o miolo da cidade, onde eu quis ficar.

— “Abalô

— “Charles De Gaulle Abalô?”, perguntei descrente.

— “Sim”, confirmou ele identificando-se. (Quando eu digo que a minha criatividade não consegue se equiparar à realidade, é porque eu encontro dessas.)

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A orla de Lomé deste lado de cá do Atlântico.
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Vendedora com pães ensacados, a criança e garrafas plásticas que às vezes são de azeite de dendê e outras vezes são de gasolina para os motociclistas. Há um imenso comércio informal de combustível aqui.
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Parece um quadro, mas é a realidade.
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Lomé tem destas praias que dizem encher aos fins de semana, com muita areia, mas algo desertas e com alguma sujeira.

Ao que percorríamos estas avenidas movimentadas — com mais motos que carros — rumo ao centro de Lomé, fomos conversando sobre tudo e nada. De Gaulle foi quem primeiro comentaria que eles aqui viam com interesse as notícias do Brasil. “Como vão vocês lá com a gasolina?”, perguntou ele jocoso após comentar também que havia visto sobre as eleições brasileiras.

O “lá” dele, eu percebi, era equivalente ao “lá fora” ou “no exterior” dos brasileiros, aquela referência vaga e genérica que mistura tudo num mesmo balaio. Ele, por exemplo, achava que Brasil e França eram terras próximas e parecidas (ô se não! iguaizinhas). 

Eu cheguei a dizer que o Brasil era mais perto da África que da Europa e parecia mais o Togo que a França, mas ele — como tantos outros depois dele — teve dificuldade em internalizar isso.

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Muitas ruas de Lomé lembram os lugares menos abastados do Brasil…
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…com coisas mais inusitadas.
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Este é o Palm Beach, hotel de bacanas, pois na África pode haver pobreza, mas sempre há destas “ilhas” cinco estrelas para os patrícios dignatários estrangeiros ciosos da plebe preta.

Cheguei ao meu hotel bem no centro, um ligeiro sobrado com um rapaz uniformizado de azul que servia de porteiro.

A entrada aberta dava para um corredor que levava até o saguão da recepção, com um balcão ao fundo onde eu conheci pessoalmente Mariette, africana de seus 35 anos, óculos, jeito cordato e cabelo trançado nos ombros com quem eu havia me correspondido para informar sobre minha chegada. Era a recepcionista e meio que gerente do hotel, o dono sendo um francês que não se fez presente — e que eu nem sei se aparece. 

Instalei-me no que se revelou quase um riad marroquino — aqueles casarões de pátio interno, com flores, plantas outras e decoração que criam toda uma ambiência exterior gostosa que faz o calor mediterrâneo ou tropical ficar charmoso.

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Olhem a simpatia deste pátio interno em Lomé. Aquela porta branca era a do meu quarto.
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Isto é suor. Ainda sem bagagem, ao Deus-dará, mas vida que segue.

Comida típica em Lomé

Eu comuniquei a Mariette da bagagem que não veio, mas tinha questões mais iminentes a resolver: eu precisava almoçarDirigi-me ao restaurante deste hotel, que ficava num quase subsolo.

Não espere que aqui os ambientes internos estejam todos no ar condicionado como ocorre em certas partes mais ricas do mundo tropical. Mesmo no hotel, o saguão de café da manhã era comparável ao de certas casas brasileiras quando falta luz, sob um calor úmido quase equatorial. Fique seguro de que passará calor no Togo.

O restaurante estava quieto naquele meado de tarde, como se não houvesse outros hóspedes ali. Uma televisão ligada passava desenhos animados em francês e outras vezes notícias da França, embora haja coisas também daqui. Seria como se no Brasil nós tivéssemos metade da programação sobre o que se passa no nosso país e a outra metade sobre acontecimentos em Portugal.

Perguntei o que havia de bom ali para comer. (Eu havia visto boas recomendações deste restaurante do hotel ao escolhê-lo na internet.) Quem me atendeu foi uma senhora de ar cansado e lenço na cabeça, daquelas que se levantam da cadeira apoiando os braços nos joelhos, fazendo esforço para ir buscar um cardápio.

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Aquele pátio à noite fica um charme.

Olhei o cardápio e vi que, infelizmente, tudo era comida “internacional” — o que equivale a dizer comida europeia para turista (macarrão com molho de tomate etc.). Perguntei sobre fufu, algo típico e do qual eu havia conversado com De Gaulle no caminho, ao que a mulher funcionária do restaurante teve a temeridade de retrucar: “Ah, você quer comida africana? Não temos.”

Essa frase deveria ficar gravada como emblema de um mal que ainda assola o continente: a colonização dos seus cardápios, que faz com quem turistas estrangeiros permaneçam na ignorância acerca da (mui desenvolvida, porém pouco conhecida) gastronomia africana. O olhar de exotismo da senhora diante da minha solicitação de comer algo africano na África me ficou gravado na memória.

Hora de resolver isso. Ela se salvou — e me salvou — dizendo que, se eu quisesse, poderia pedir ao porteiro que me levasse a algum lugar na rua que vendesse fufu. Assim foi.

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Os caminhos que fizemos a pé no centro de Lomé.

Saí para almoçar com Dani, o negro rapaz da portaria, com sua camisa azul naquele tom do uniforme da Brasil-Gás. Solícito rapaz de seus 20 e poucos anos que era uma simpatia — e a humildade em pessoa. 

Seguimos nós Lomé afora a caminhar por ruas quentes e muvucadas, ele perguntando na língua ewê a uma e a outra senhora onde haveria um bom fufu ainda disponível às 3, quase 4h da tarde. Elas volta e meia me olhavam como se eu fosse uma figura exótica a quem elas não se atreviam a se dirigir diretamente.

Uma não tinha fufu, nem outra. Marchávamos nas quentes ruas, algumas pessoas me olhando na rua quase como se eu tivesse desembarcado de uma espaçonave vindo de outro planeta. Até que achamos um lugar onde algumas mulheres de várias idades (e certamente muitos amores) reuniam-se em torno de uma banquinha de ambulante encostada à parede.

Ali uma porta dava para um salão interno de restaurante simples, moderadamente climatizado, com uma televisão ligada num noticiário internacional francês e outras pessoas já sentadas. Instalamos-nos para o fufu.

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Estejam apresentados ao fufu, senhoras e senhores, uma massa de inhame pilado na hora.

Comeríamos de mão, à vera. Logo nos chegaria uma baciazinha acompanhada de jarra de água para lavar a mão com detergente de prato.

Disseram-me que havia molho de carne, de frango ou de peixe, o qual pedi. Não demorou a chegar uma tigela grande com um peixe médio inteiro dentro do caldo (um caldo saboroso e apimentado!), e noutro um bolo de massa branca: inhame recém-pilado até ficar gomoso assim. Como noutras partes do mundo africano e asiático, come-se usando apenas a mão direita.

Você lasca um pedaço com a mão e vai comendo. Ou taca a goma toda dentro do caldo, o que alguns fazem — e eu mesmo faria numa ocasião futura. 

O fufu lembra massa de pão cru na sua textura, mas não no gosto. No gosto, se você prestar atenção, notará que é inhame e não massa de pão ali. É o enche-bucho daqui, que eles comem em quantidades copiosas. Se lhe parece pouco, é ilusão de ótica, pois enche uma mão e ele enche bastante.     

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Dani e eu ao almoço típico em Lomé. Não é a única coisa que eles comem aqui, mas seria a minha primeira experiência.
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Assim é que se come por aqui. Fufu com peixe. Você só precisa se habituar a comer peixe inteiro (com espinha, cabeça, pele), pois aqui não tem filé do supermercado. O caldo bem temperado estava generoso na pimenta, com pimentas inteiras dentro, gordinhas e verdes.

Eu não vou lhe dizer que amo comer de mão, ainda menos comida molhada; mas no Togo, faça como os togoleses.

À mesa, uma vasilha plástica azul ainda trazia farinha branca de mandioca, dessas que se encontram também no Brasil. Aqui, chamam-na de gari. Prazer em descobri-la deste lado de cá. Dani perguntou se eu sabia do que se tratava — o que eu tive de achar engraçado, tendo sido criado comendo farinha desde pequeno.

Eu quis dizer a ele que a mandioca é, inclusive, originária da América do Sul e sua farinha, alimento indígena, adotado pelos africanos apenas como consequência das navegações portuguesas. Mas, habituado a reações incrédulas dos africanos diante de tal colocação, me limitei a dizer que em muito do Brasil a farinha de mandioca era também bastante típica como na África.

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Dani foi num de carne que lembrava um strogonoff. E é claro que estávamos acompanhados de uma versão local da Coca-Cola, a World Cola — com aquele mesmo gosto de Schin-Cola.

Nisso, entravam e saíam do restaurante diversos ambulantes vendendo toda sorte de coisas de camelô, desde capas de celular a extensões, cabos e camisas de algodão das mais vagabundas que há.

Vendo um branco — e eu aqui sou branco —, demoravam-se um pouco mais na esperança de me vender algo, mas sem chatear. (Eu achava curioso, já que na Holanda e na Suécia, onde morei e moro, eu definitivamente não sou branco. Sou uma pessoa de cor, que creem imigrante árabe perigosamente muçulmano. Mas já estou habituado a esse camaleonismo de identidade. Para nós mestiços, raça é algo situacional. Às favas com esses rótulos.)  

Como eu estava ainda sem bagagem, sem saber se jamais a veria novamente, demorei-me com um cidadão vendedor de camisas. Ele dizia serem de algodão, mas as camisas eram um negócio meio elástico, do tipo grudadinha no corpo. Precisado, comprei três — do tamanho máximo pra evitar pegar — pelo equivalente a R$ 40. Convertendo assim, acho até que paguei demais. (“Ave Maria, Mairon, camisa de menos de 15 reais cada uma, tu queria o que?”, consigo ouvir vozes ecoando.)

— Essa moça é engraçada”, comentei eu sobre uma das garçonetes, com tranças pintadas de verde e ar meio porra-louca divertido. 

— Se quiser, eu peço o telefone dela. De repente, hoje de noite…“, começou Dani com o ar prestativo do rapaz mais novo que acha que faz um favor. Fiz-lhe ver que não era esse o meu interesse ali, ligeiramente surpreso com sua velocidade.

Terminamos de comer e voltamos ao hotel, que foi quando eu liguei para o aeroporto para saber notícias da minha bagagem e consegui resgatar minha mochila, como narrei na postagem anterior.

Por sorte, não precisei vestir as camisas do ambulante mais que uma vez, e para ficar “em casa” no hotel, pois se revelaram apertadinhas demais, para tipo físico de homem asiático. Agora de posse dos meus pertences, eu podia finalmente ver por conta própria o que mais Lomé tinha.

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As ruas de Lomé.
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O centro da capital do Togo com seus carros, barracas e calor. As calçadas aqui são completamente tomadas.
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Motos mil nos arredores do meu hotel.

Lugares de Lomé

Expondo a minha figura no mercado

O centro de Lomé não é essa terra proibida que alguns devem imaginar — e que eu próprio, confesso, já me peguei imaginando: lugar proibitivamente perigoso, onde na hora que você que não for negro sair à rua, será circundado por um enxame de pessoas ou assaltado. Eu próprio já passei por experiência semelhante em Madagascar, onde em instantes adquiri um séquito de vendedores e pedintes que me seguiam ruas a fio. Não aqui.

As pessoas, na maior parte, não lhe fazem caso. Há vários que o olham como quem estranham a presença exótica de um cara-pálida ali à rua sob o sol (e não dentro dos carros), mas não vai além disso. Ninguém me dirigiu a palavra no que trafeguei — mas ajuda bastante se você já souber aonde vai e andar com certa determinação.

Se ficar a passear (o que é, de qualquer forma, pouco recomendado debaixo deste sol), a parar para olhar isso e aquilo, certamente o abordarão, mas tampouco me pareceu que seja algo hostil de modo algum. Isso durante o dia, é claro. Só deve ser preciso ficar de olho nos bolsos, etc. Acho que furtos aqui são mais comuns que assalto.

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Bom dia para você que também está debaixo deste sol. Profissão Repórter.

Dito isso, o centro de Lomé não é lá essa coisa toda tão interessante — parece mais uma zona comercial de periferia de cidade grande. Ambulantes para lá e para cá, pessoas trazendo carrinhos de mão plenos de grandes raízes de inhame, negras mulheres de todas as idades a caminhar carregando algo — de tudo — na cabeça, desde utensílios de cozinha para vender, a frutas, panos, etc.

Barracas tomam quase 100% do que seriam as calçadas, vendendo tudo o que se encontra também pelos camelôs no Brasil. Carros passam lá e cá, buzinando e atentando aos pedestres. Por vezes, buzinas fanhas e velhas de arabacas que bem podiam estar aposentadas, mas seguem sendo úteis aqui.

Eflúvios emanam do subsolo, aquele aroma de esgoto passando debaixo das pedras furadas sob o sol. Um calor digno de dia de verão em Recife ou Fortaleza, pois que estamos na mesma latitude norte do que lá é o sul.

Eu ali rodei, olhei, segui, e me dirigi para a catedral. 

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As ruas do centro de Lomé, Togo.
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As mulheres frequentemente andam com vistosos vestidos mui coloridos.
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O jeitão das ruas. É uma muvuca maior que o Brasil.

A Catedral do Coração de Jesus

A Catedral de Lomé é das poucas edificações dignas de nota na capital togolesa. Ela foi edificada por missionários católicos alemães ainda antes de o Togo se tornar colônia francesa. Teve início em 1892 até ser consagrada em 1902, passando ao nome de Sacré-Coeur — como aquela de Monmartre, em Paris — com o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, quando a França toma da Alemanha esta colônia.

Era curioso ver tal edificação neogótica aqui, em plena África. Talvez os europeus pensem o mesmo quando vão ao Brasil e veem seus estilos nos trópicos. Eles é que levaram para lá, afinal. Porém, a atividade humana aqui é completamente africana. Não se via um único branco na igreja além de mim — como em lugar nenhum destas ruas.

Não faltavam pessoas exaltadas já do lado de fora da igreja, um tanto como certos fieis sobretudo evangélicos no Brasil, com aquela coisa de apertar os olhos, erguer as mãos, exprimir um ar de drama existencial no rosto, e às vezes cantar de olhos fechados — aquele êxtase todo. Aqui, as pessoas por vezes também se ajoelham ou se prostram no chão ao rezar.

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A Catedral do Sagrado Coração de Lomé com as cores do Sagrado Coração de Jesus sob o sol do Togo.
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Com as pessoas diante dela num hora de missa, em que estava cheia.
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As pessoas ali diante, umas de braços estendidos e outras sentadas no chão, sobretudo mulheres.
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De perto, Sacré-Coeur de Jesus de Lomé.

As pessoas às vezes me olhavam com suspeita, mas no mais seguiam firmes em seus propósitos.

Do lado de fora, há uma placa explicativa sobre a igreja em alemão, francês e ewê — nada em inglês. Construída pelos alemães no princípio do século XX, a igreja foi restaurada e segue mantida com a ajuda internacional alemã ao desenvolvimento estrangeiro.

Dentro há vitrais belos e um órgão e tanto, como nas igrejas alemãs. Porém, preciso dizer que é uma edificação completamente imprópria ao calor daqui. Seria necessário algo bem mais arejado, pois os ventiladores de pilastra pouco o aplacam. Mas as pessoas aqui parecem habituadas ao calor.  

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Órgão imenso na Catedral do Sagrado Coração de Lomé, Togo. Completada em 1902.
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As pessoas na igreja de arquitetura neogótica. O que mais me chamava a atenção eram os belos e vistosos vestidos das mulheres. Eles são bem típicos aqui da África Ocidental — mais que de outras partes do continente.

Esta igreja não é a única obra colonial alemã aqui ou sequer a mais famosa. Esse título vai para o Palácio de Lomé, antigo Palácio dos Governadores (Palais des Gouverneurs), erigido de 1898 a 1905 para ser a residência do governador alemão August Köhler. Ele faleceu antes de ver o prédio pronto, e a honra ficou para seu sucessor.

Esse palácio chegou a ser a sede de governo desde a independência do Togo em 1960 até 1970, quando caiu em desuso e abandono. É um lugar ligeiramente controverso, já que trazia a noção de governar do mesmo lugar de onde o faziam os colonizadores.

Hoje, o Palácio é uma espécie de museu aberto ao público nos fins de semana. Virou ponto de interesse turístico — um dos poucos de Lomé. Informações práticas acerca de horários e preços de entrada você encontra sempre atualizadas no site oficial.

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O Palácio de Lomé, antigo Palácio dos Governadores (Palais des Gouverneurs), completado em 1905. Você pode fazer uma visita aos sábados ou domingos.

A origem do Vodu: O Marché des Fetiches em Lomé

Como meus dias em Lomé não incluíam um fim de semana, acabei não fazendo propriamente uma visita ao Palácio. Fui, em vez disso, ver algo mais “de raiz” e bastante distinto de obras coloniais: o Mercado de Vodu

Eles o chamam Marché des fetiches, mas “Mercado dos fetiches” seria uma tradução imprecisa, pois o significado aqui não é o que fetiche tem em português (ao menos não no Brasil), mas um mercado de que chamamos de simpatias. Há várias: para dormir bem, para chamar o amor, para proteção contra bruxarias, etc. É esse o espírito da coisa.

“Vodu” vem da palavra vodun nas línguas locais, que quer dizer o milagroso, certamente aquilo que não conseguiam compreender e, portanto, atribuíram ao espiritual, ao divino. Essas práticas seguem vivas, por vezes misturadas ao cristianismo ou ao islamismo. 

Recebeu-me ali um chapa de seus 25 anos de idade, de colete verde que contrastava com a sua pele negra retinta. Você pode circular pelo lugar por conta própria, mas vale a pena pagar 3000 francos (coisa de 5 euros) por um tour explicativo.

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Eu e meu guia no Mercado de Simpatias de Lomé, Togo.

As pessoas acham que vodun é só para fazer mal aos outros, mas não é verdade. Há o mal e há o bem. A gente usa para se proteger, ou guardar a casa, ou resolver um problema de saúde com a ajuda do sacerdote vodun“, explicou-me de pronto o rapaz ao que começamos a circular.

O lugar parecia uma feira livre de caveiras, pele de cobra, máscaras tribais de madeira, miniaturas, e toda sorte de coisa.  Ao que circulávamos, o rapaz ia me contando sobre como as várias peças animais aqui são secas e às vezes mumificadas com ervas. Muitas vezes, se faz um pó ou maceração com base na receita do sacerdote de vodu — sempre um homem.

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Pele de cobra.
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Crânios vários. Uma necro-versão de toda a Arca de Noé aí.
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Vendedor de peles de crocodilo. As pessoas pegam a receita com o sacerdote de vodun — que atende aqui do lado — e então vêm cá comprar o que for receitado.
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Figuretas de vodun. Não é só aquele negócio de filme americano, de enfiar agulhas em boneco. Aquilo, inclusive, eu aqui não vi. Há simpatias das mais diversas, de “chamar o amor em três dias”, etc.
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Este é um amuleto de usar em casa, um guardião. Você enfia um cigarro de vez em quando aí nessa boca ou irriga sua cabeça com pinga. Disseram-me que isso é para proteger a sua casa de pessoas com más intenções.

Saravá, meu pai. O guia foi me apresentando “fetiches” vários, e dizendo que, se eu me interessasse por algum, poderia comprar um feito sob medida pelo tal sacerdote vodun que veríamos na tenda. 

Este daqui você veste no pescoço. Ele livra você do mal. Por exemplo, se vir que você vai ter um problema na estrada, acidente de carro, aí você sente uma dor de cabeça e acaba não saindo de casa, e se livra do acidente“, foi ele falando ao que me mostrou um pedacinho de madeira amarrado numa cordinha.

Eu perguntei a ele se não havia também mulheres sacerdotisas. Vendo-me homem, ele se sentiu à vontade para responder com uma cantaria chovinista de que as mulheres são impuras durante a menstruação, de que durante esse período ele não dorme com a mulher, nem a deixa lavar a sua louça, e que por isso ele não come em restaurante de mulher jovem, que não tenha entrado ainda na menopausa, porque teria o risco de ela estar na menstruação e ali servindo aos clientes. Já imaginou o risco?! Por isso, não, não há sacerdotisas de vodu. Não na tradição dele, pelo menos.

Você aí que crê que as religiões africanas são essa coisa idealizada do “divino feminino”, a contraparte ao machismo abraâmico etc., repense. Os africanos são super conservadores e mais machistas que os brasileiros. Eu quis dizer ao guia que, no Brasil, não faltavam sacerdotisas nas religiões de matriz africana, mas deixei pra lá. Não quis entrar num debate sobre os riscos da menstruação — que, diga-se de passagem, é um tabu também encontrado na Ásia. Já estive em locais budistas ou hinduístas onde mulher não entra se estiver nesse período. Coisas do patriarcalismo religioso.

Fomos ver o tal sacerdote do vodun, afinal.

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Garrafada de virilidade masculina que achei para comprar. “Virilidade assegurada“, diz em francês o rótulo.

O tal sacerdote vodu se revelou um bem-vestido rapaz que no muito tinha 30 anos, sentado num banquinho baixo e rodeado de objetos. Parecia meio entediado — dali a pouco soltaria um bocejo ou dois.

A disposição parecia sobretudo para vender das tais simpatias. O meu guia original foi vindo e explicando esta semente para pôr debaixo do travesseiro, mostrou-se as marcas feitas com garra de ave no seu corpo para proteção contra bruxarias, o negocinho de madeira pra quando for viajar,  a figurinha de barro onde se põe um cigarro ou 3 gotas de álcool todo começo do ano para proteger a casa, a simpatia para atrair o amor certo (vai fazer a pessoa boa pra você se sentir atraída), etc. Foi me mostrando um a um e dizendo que, se eu quisesse comprar, se poderia fazer um preparado no meu nome.

Eu já havia dito ao meu guia que eu era brasileiro. Ele então foi à frente e disse que eu entrasse depois dele no recinto. Ao entrar, o rapaz sacerdote me disse alguma coisa que eu não entendi, e que o dedicado guia “traduziu” que o jovem sacerdote estava me dando as boas-vindas.

— “Brasil“, falou o sacerdote com uma assertividade afetada.

— “Está vendo? Isso é porque os espíritos se comunicam com ele“, acrescentou com naturalidade o meu guia.  

Ocorreu-me testar pra ver se era mesmo e lhe perguntar onde é que eu moro, mas não tive ganas para entrar nesse joguete. Eu já vi o bastante de gente mediunizada para saber que ali não passava de dois rapazes com suas crenças, mas que, naquela situação, estavam prestando um serviço cultural e com certa esperança de que eu lhes comprasse algo.

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O imberbe sacerdote vodun em Lomé, Togo.

Acabei por não comprar nada. Eu tinha outros rumos por tomar. Agradeci, e parti.

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Às 18h, tudo já está escurecendo em Lomé. Naquela hora do crepúsculo, as últimas luzes do sol no céu e as primeiras luzes da cidade acesa se refletiam na água podre do que um dia deve ter sido um riacho. As ruas aqui são terrivelmente mal iluminadas. Ao que eu passava, via as silhuetas das crianças no farol dos carros no vai-e-vem das ruas ao anoitecer.

Mulheres voltando sabe-lá-Deus-para-onde com seus cestos e todo tipo de coisas equilibradas na cabeça — até pequenas vitrines de salgadinhos, daquelas de vendedor ambulante ou de lanchonete — andavam às margens.

Homens ajoelhados ao chão sobre tapetes individuais voltados para Meca punham-se a orar nas beiras das ruas. Há muçulmanos aqui também, nesta pororoca religiosa. Imagens de Jesus crucificado em tamanho real abundam em certas esquinas, e tampouco faltam as igrejas neopentecostais brasileiras aqui, como Assembleia de Deus & cia. Por ali mesmo, eu vi passar um caminhão com o letreiro em maiúsculas “LA ILAHA ILLALLAH” [Não há deus senão Deus], famoso preceito do credo muçulmano.

Você verá que toda 17:45 da tarde, como 6:45 da manhã, toca uma sirene parecendo aquelas de alerta de incêndio. Lembrava-me de uma que tinha na minha escola durante o ensino fundamental. Aqui, é para avisar urbe afora o começo ou térmico na jornada de trabalho. Imagino que boa parte dos funcionários não tenha relógio e poderia facilmente haver exploração pelos patrões.

Eis o mundo da África contemporânea, senhoras e senhores.

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O centro de Lomé no fim do dia. Note que quase não há iluminação pública — a luz vem sobretudo dos veículos.
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O Monumento da Independência (1960) à noite.
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Há beleza, mas não duvide da sujeira dessa água dos pequenos lagos urbanos em Lomé, Togo.

Epílogo

Eu já havia me recolhido no quarto ao fim do dia, a bagagem já comigo, ao que alguém me bate à porta.

Era uma funcionária dizendo que à recepção estava “monsieur Michel” me procurando, ele que eu havia contatado um dia antes de voar — contato de uma colega de trabalho que o vendeu como “a pessoa mais doce do mundo”.

Do jeito que estava, ainda sem tomar banho, fui lá eu ver Michel. Michel se revelou pesado — dessas pessoas que “se encaixam” na cadeira de braços e ali ficam —, sujeito de riso fácil e olhos descarados. Tinha seus 40 e tantos anos. Deu-me as boas-vindas, falamos do contato em comum com Anita, a minha colega alemã.

Sem trocadilhos com a Presença de Anita, mas Michel comentou sobre como antigamente havia várias boates ali naquela e que agora acabou tudo. Lomé estava sem graça. “Você ia lá, tomava umas, e levava uma moça pra casa.”

Você não vai sair não? Uma massagem africana?”, perguntou ele sugestivo. Não, Michel, obrigado. Não vou negar que fiquei impressionado com a velocidade com que turismo masculino branco aqui é interpretado como logicamente interessado na sexualidade negra. Não que eu não estivesse, mas não assim na exploração da vulnerabilidade alheia. 

A conversa tomaria outros rumos, sobre passeios a fazer ou a não fazer. Para amanhã, eu já tinha acertado com outra pessoa para fazer a ida até Togoville, a capital histórica do tempo alemão aqui no Togo; mas aquiesci à oferta de Michel para ir com Anatole, seu amigo, até Kpalimé no interior mais profundo ao terceiro dia.

Está precisando de alguma coisa esta noite?”, emendou-me ele ao fim antes de levantar. Não, Michel, obrigado.

Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

3 thoughts on “Voltas por Lomé, a capital do Togo na África Ocidental

  1. Vilgen, quanta coisa nesse mercado.. arremaria… quanta caveira… couro de bicho…Jesus… Misericórdia…O que será que fazem com isso?
    Em relação às ações e consequências, pelo visto os colonizadores se parecem. Como dizia o povo antigo : de maio a abril não tem o que rir… são todos semelhantes…
    Pois é, meu jovem amigo. Fomos ou somos, povos latino-americanos, africanos asiáticos e outros explorados pelos”ïlustres” “colonizadores”.
    Sábio o artista ao observar que ” quem trabalha não tem onde morar”.. enquanto “quem é rico mora na praia”…..Aqui no Brasil tem muitos desses. E muitos não tem nem trabalho nem casa.
    Esse êxodo rural aqui no Brasil também fez inchar as cidades e gerar muitos desempregados, ou sub=empregados como esses ai do Togo
    Sai da roça, vende o pouco que tem e tem uma sub-vida nas cidades. Lamentável. E aqui, ainda tem a violência.

    Concordo com o senhor em relação ã religião vista por eles como como refúgio e necessidade de significação, e essa carência aqui é”aproveitada”por alguns sabidórios para encabrestar o povo e os explorar em benefício próprio ou de um grupo. É uma infelicidade. Aqui no Brasil o povo pobre está quase todo nessa toada. Espero que não seja a realidade entre os africanos.
    Vamos la. Gostando muito dessa vossa viagem.
    A África é fascinante.

  2. Vilgen… De Gaulle… e ainda mais, Alalou.. nossa haha. Que achado… Incrível… Tem dessas haha por aqui também com outras denominações haha.
    Sua amiga aqui, nas experiencias comunitárias, ja achou crianças cujo nome era “Deogracia”ou mais ou menos , Graças a Deus, acho que em Latim… pode? e outras cocitas mas. haha
    Hahaha Brasil e França parecidos é ótimo…haha.

    Meu Deus, o que é isso que estou vendo… hahah incrível…nossa… Uma van com 3 ou 4 andares… vilgen…que arte …hahah
    Por aqui no muito colocam um andar pra cima… Não sei como não despenca tudo.

    E que orla bonita… coqueiros, mar azul e ceu azul. Parece o NE do Brasil. Só que se fosse aqui estaria cheia de sombrinhas coloridas, Chacal aqui gritando a cerveja, o caruru, o abará, o caruru e o camarão.. O maior furdunço.
    As ruas são simpáticas e tambem parecidas com o Brasil, com certeza.
    coitado do Togo… Aqui tambem essa mistura de pobreza com luxo…Fruto das desigualdades.

    Ihhhh… que beleza, meu jovem…. que Riad lindo… uauuu.. belissimo… um tesouro… saudades do Marrocco.. Faltam as laranjeiras em flor com seu gostoso perfume…
    Eita que naravilha.. e iluminado à noite, então uma riqueza. Amo Riads… Tudo de bom e bonito… que luxo meu jovem amigo… data venia, deu vontade de fazer companhia ao amigo hahaha …Lindinho.

    Nossa.. imagino o calor e o abafamento nesse restaurante de subsolo. sua amiga aqui apreciaria pouco.
    E que curiosa essa TV com noticias da Franca, em plena África hahah …Ainda… sem querer perder a influencia, pelo visto….
    Hahah é vero.. a colonizaçao do cardápio.. otima tirada hahah .. coitados,,, se sentem inferiores…
    Muito bem.. preferir os sabores da terra, ao meu ver é ótima opção.
    Hahaha Martinho da vila.. Presente.. mulheres de muitas idades , cores “e muitos amores”… Os antigos diziam que as mulheres sabem das coisas… “sabem onde as cobras dormem” hahaha Pois é..
    Vilgen.. Fufu… que nome engraçado..Nossa.. é imhame crú? Nao sabia que se comia crú… ora ora .. que experiência, meu caro…Aqui no NE se come inhame, porém cozido.. de preferencia no café da manha…
    É considerado um grande alimento. Bastante nutritivo. Parece bom com esse caldo ai.
    Espero que a farinha tenha sido cozida hahaha
    elegante o seu amigo ao comer de mão.
    O senhor agora é branco… hahah cara pálida hahah é ótimo.. inusitado hahaha

    Nossa.. e ja oferecem aa noitada… Jisuis..
    Profissão Reporter é ótimo hahah a Globo o contrataria, em outros tempos…porque soubemos aqui que ela está pensando em substituir os apresentadores de jornal por robôs??? a ver hahaha

    A cidade parece mesmo algumas latino-americanas como algumas no Perú e outros países.
    E haja motos…parecendo tambem o Vietnan, Hanoi, por exemplo
    Pobres lugares pouco desenvolvidos, cujos males são comuns…
    Pois é.. vamos que vamos
    ótima a viagem.. continuo curtindo as curiosidades e tiradas..

  3. Muito bonitinha essa catedral. Belas cores, lindo estilo, alegre, iluminada, de cores suaves, belos vitrais, lindos arcos e esplendoroso órgão. Um espetáculo. simples , elegante e bonito o interior.
    Interessante a postura dos fiéis do lado de fora. Aqui eles nunca se sentariam no chão. ficariam de pé.
    Com certeza o colorido dos vestidos diante da pele negra chama a atenção pela beleza e contraste. muito bonitas ficam as mulheres. Vistosas.
    Já os homens parecem pouco cuidadosos com a aparência.

    Linda essa arquitetura do Palácio. Parece-me ja ter visto algo semelhante em uma das vossas viagens, talvez na Indonésia. Vendo esses arcos e o tom amarelinho do prédio. Muito bonito. Gostei de ambos, dele e da Catedral Africana do Sacré Coeur.

    Voltando ai ao Mercado dos fetiches, o vodu aqui no Brasil não é bem visto.
    Queira desculpar sua amiga aqui, meu jovem, mas achei horrível esse local. Não sei como podem comprar esses artefatos tão feios hahah … Saravá mesmo.
    E quem diria que haveria machismo nas religiões africanas… Mas ja era de se esperar. E lembramos de Freire… os oprimidos quando a Educação não é libertadora, só pensam, em oprimir… e nesses caso as mulheres são as que mais sofrem, na Africa, no Brasil etc e tal……
    Independente das mazelas humanas, a natureza é soberba… belíssima… maravilhosa com seus belos tons. Um espetáculo. Tambem aqui no Brasil…
    A cidade à noite é bonita, apesar da pouca luz.
    Simbólico esse monumento à Liberdade. Quem sabe um dia……
    Divertido esse Michel
    Muito bem… Gostando demais do Togo.. Parecido com o Brasil…
    Vamos que vamos…

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