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Guiné-Bissau

Conhecendo Bissau, a capital da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau se chama assim devido à sua capital, Bissau. Da mesma forma que hoje ainda se chama Congo-Brazzaville e Congo-Kinshasa — mais do que os formais República do Congo vs. República Democrática do Congo. 

A África ainda é essa salada de estados às vezes pouco conexos, com muito a dever à bagunça que os europeus fizeram aqui.

Há muitas Guinés — nome que talvez seja o mais repetido em nomes de países. Há a Guiné (às vezes chamada Guiné-Conakry nos meios diplomáticos, para explicitar sua capital e evidenciar de qual se está falando), esta Guiné-Bissau (que adotou o nome da capital logo no nome do país), a Guiné Equatorial lá mais ao sul perto do Congo, e ainda a Papua-Nova Guiné, que nada ou pouco tem a ver com as outras — exceto que o povo nativo também é preto, e os europeus os acharam parecidos.

De onde é mesmo que vem esse nome “Guiné”? Dentre as as línguas europeias, inaugurou-se no português, mas há uma origem mais profunda.

Bem-vindos então à Guiné-Bissau, senhoras e senhores, lugar onde eu me meti vindo de carro desde o Senegal na aventura que eu lhes narrei no post anterior. Hora de finalmente “chegar” à capital deste país africano lusófono e de conhecê-la melhor.  

Guine Bissau no mapa da Africa
Ali estamos, na África Ocidental, logo ao sul do Senegal.
Mapa da Guine Bissau em detalhes
A Guiné-Bissau, país pouco mais extenso que o Estado de Alagoas, menor que o Estado do Rio Janeiro, com 2 milhões de pessoas. Vê-se ali a capital Bissau, com cerca de meio milhão de pessoas, e também o Arquipélago dos Bijagós. O país obteve independência de Portugal apenas em 1973.
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Bissau na prática. Eu ficaria hospedado detrás aqui do gol nesta rua seca sem calçamento.

Acolhendo-me em Bissau

Mairon! Oh, já está aqui, eu achei que só fosse lhe ver depois das 6h ou de noite”, saudou-me Nico à chegada na casa dele (Casa Cacheu), onde ele alugava quartos. Nico era um mulato escuro de cabelo branco, óculos, e certo ar de músico. Morou no Rio de Janeiro, tinha um olho ligeiramente virado para o lado errado e ar — carioca, se diria — de quem não se esquenta com muito na vida. Atento, arguto, e simpático. 

Pois é, eu saí cedo!”, retruquei eu, vencidas as 5h30 de viagem sobre os 147 Km de estrada — e sete paradas policiais — que me separavam de Ziguinchor no Senegal até Bissau.

Olha, estamos com um problema grave”, sinalizou-me ele após a saudação inicial. Oh não me diga.

Um cano estourou“, prosseguiu Nico, “e o quarto onde era para você ficar está todo inundado. Vamos ter que desmanchar toda a casa de banho.” 

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A rua vista de outro ângulo.

Eu havia achado a casa de Nico aqui na rua seca — que formalmente é a Avenida Francisco Mendes — perguntando a uma dessas pessoas em vendinha de rua. Não há falta delas aqui. Como os guineenses em geral são solícitos à maneira das pessoas pobres do interior do Brasil, um até largou a venda para vir me mostrar de perto onde a casa ficava.

Nico acabaria por me arranjar um quarto noutro lugar, em condições parecidas e pelo mesmo preço, a uma quadra dali na casa de um amigo dele. Foi assim que conheci Fidel, um homem negro com ar de pai de família, quieto e observador, que nesse dia vestia uma camisa polo cor-de-rosa. Era um sósia mais escuro de Tuco, o personagem de Breaking Bad, aquele mesmo jeito algo taciturno observador e a cara idêntica. Acho até que era ele.

Tuco Salamanca
Tuco Salamanca, personagem inesquecível da série Breaking Bad que depois reapareceu em Better Call Saul.

Instalei-me no lugar que era até bonzinho — com ar condicionado, wifi (lenta, mas existente), e até café da manhã no dia seguinte. Eu iria agora circular um pouco pelo centro de Bissau e ver onde encontrar um almoço tardio, pois já estávamos quase às 3h da tarde.

Nico, que estava ali instalado à mesa na varanda com Fidel, ainda até me chamou para almoçar com eles. “Se quiser, estamos para comer uma dobrada no molho de amendoim. Se quiseres.”  

— “Dobrada é o que? Dobradinha?“, indaguei ao que ia saindo.

— “Sim. Tripa“, respondeu Nico animado.

Não é muito a minha pegada. Agradeci-lhes, desejei bom apetite, e tomei meu rumo pelas ruas de chão.

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O centro da capital da Guiné-Bissau.

A Bissau histórica e a História de Bissau

Os portugueses vão em busca da “Guiné”

Eu lhes prometi falar da origem do nome Guiné — algo que está por detrás de todo o mito que os portugueses medievais criaram, e que descambaria nas suas viagens de descobrimento.

A identidade medieval portuguesa foi formada no bojo da luta entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica — a tal expulsão dos mouros, que os portugueses até hoje enxergam como seu outro, crendo-se descendentes exclusivamente dos cristãos templários, mas com quem têm enorme consanguinidade biológica e cultural — numa pegada meio Darth Vader de “Luke, eu sou o seu pai“.

Guiné, palavra portuguesa que daria origem à designação em todos os demais idioma ocidentais, vem de Ghinawen nas línguas berberes — os nativos do norte da África que a partir do século VII se misturariam com os árabes para formar o que veio a se chamar de “mouros” na Idade Média. Quer dizer “o povo queimado”, designação usada por este povo de pele morena (e “moreno” vem exatamente de mouro, viu gente?) para os povos de pele negra que viviam mais ao sul. 

Esse é o mesmo significado do grego Aithiops, que daria origem ao nome Etiópia lá no outro lado da África. Vale observar, inclusive, que ambos os nomes — Guiné e Etiópia — por muito tempo designaram a África Negra de modo geral, não países específicos.

1024px Negroland and Guinea with the European Settlements 1736
Os europeus sempre acharam muitas maneiras de categorizar a África ao longo da História. Vejam este mapa holandês de 1727, por exemplo, com o que chamaram de Negrolândia na faixa acima do que seria a Guiné — tudo arbitrário. As atuais Guinés, por exemplo, estariam ali na zona rosa. Vejam inclusive o nome Etiópia ali em plena África Central, sendo que o país que hoje leva esse nome fica bem mais a oriente.

Eu sei que os portugueses não inventaram esta região, ela obviamente já existia antes da sua chegada, mas é que pouco se tem de registro histórico desse período anterior. 

Sabe-se que já desde os idos de 1200 os povos mandingas migraram a esta região, fazendo dela um reino súdito do poderoso Império do Mali — de Mansa Musa, de quem lhes falei em detalhes em visita à Casamansa, no vizinho Senegal.

Os portugueses, portanto, já tinham seus desígnios de grandeza ao tentar vir encontrar a origem de todo o ouro daquele famoso império do século XIII, e queriam comerciar por conta própria, sem precisar dos venezianos nem dos turcos otomanos, que juntos controlavam o Mediterrâneo e seu comércio de coisas do oriente.

Os mandingas, assim como os papéis (nome de outro povo nativo, nada que ver com papel onde escrever) e demais grupos nativos já conheciam o islã através do Mali assim como outros traços culturais, como especiarias e costumes gastronômicos que os árabes já traziam. (Ex. o acarajé africano é uma adaptação do falafel, bolinho de grão-de-bico feito pelos árabes.) Porém, é com a chegada de Nuno Tristão em 1446 que tudo mudaria. 

Mapa da Africa Ocidental
Olhem a África Ocidental hoje — aquilo que os holandeses de 1727 tinham chamado de Negrolândia e de Guiné. O nome de Golfo da Guiné se manteve, no que também era conhecido como Costa dos Escravos. Cada trecho os europeus apelidaram com base num recurso que extraíam dali: Costa do Ouro (como era chamada Gana), Costa do Marfim, e por aí vai.

Legado português em Bissau

Umas voltas por Bissau e você não demora a perceber o que o domínio português de séculos legou a estas terras — algumas obras históricas e muita pobreza, verdade seja dita.

Era curioso ver algumas moradas que se assemelhavam à casas que eu conheci na minha infância no interior da Bahia. Quase tudo aqui parece ter sido construído antes da independência da Guiné-Bissau em 1973. Nós no Brasil somos independentes há bem mais tempo, mas nem por isso há uma independência cultural. Em verdade, passamos batidos na familiaridade que segue nos unindo.

As ruas daqui me lembravam o que conheci de partes de Feira de Santana nos anos 80 e 90. Ruas sem calçar, sujas, mas relativamente tranquilas, ainda sem som alto nem motos — sem o batidão que infesta o Brasil atual.

Nas minhas voltas pelo pequeno centro de Bissau, eu vi sua catedral fechada, o forte ainda íntegro que os portugueses aqui fizeram no século XVIII, pessoas a circular, e vendedoras de rua me oferecendo goiaba em bom português.

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A Catedral de Bissau, oficialmente a Sé Catedral de Nossa Senhora da Candelária. Foi consagrada em 1954, ainda durante o domínio português.
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A Fortaleza de São José da Amura no centro de Bissau. Houve versões anteriores, mas esta construção data de 1753.
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Isto poderia ser algum posto de vacinação lá no interior do Nordeste. A gente nem se toca na arquitetura que nos une, atravessando o Atlântico.
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Já isto aqui poderia ser em Salvador em alguma das cidades barrocas do interior de Minas Gerais. A época é a mesma.
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Centro de Bissau. Vê-se que a coisa privada melhorou para alguns — que o digam os carros. Já a coisa pública aqui segue num abandono visível.

Quando o navegador português Nuno Tristão apareceu neste litoral em 1446 (sendo ele o primeiro europeu a chegar tão longe), seguiu-se a política da época de estabelecer feitorias na costa para trocas comerciais e tentativas de conversão das lideranças locais ao cristianismo católico.

Foi só muito tempo depois, em 1588, que os portugueses fundaram aqui a sua primeira vila, a atual cidade de Cacheu, no norte do país. Em 1630, constituiriam a Capitania-Geral da Guiné Portuguesa.

Porém, a coisa aqui se deu de modo distinto ao do Brasil. Na África, os portugueses — e demais europeus — em tese reconheciam as monarquias nativas já existentes. Por exemplo, Bacampolo-Có (†1696) foi um rei que se converteu e foi muito amigável aos europeus, segundo dizem. Ele era rei de Bissau, nome que adveio de Bôssassum, um dos primeiros líder do nativo povo papel aqui na região.

É somente nessas alturas do século XVII, com o chamego entre os portugueses e o rei local Bacampolo-Có, que aqueles começam a deslocar seu centro administrativo lá de Cacheu para Bissau — também porque os franceses, que em 1673 com Luís XIV se estabeleceram em Saint-Louis, no Senegal, começavam a pôr as suas asinhas de fora e a ameaçar o domínio português cá.

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Este é o forte que os portugueses erigiram em Bissau. A primeira, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição feita em 1687, foi destruída pelos nativos numa revolta dos papeis contra os portugueses. Outra foi feita em 1696, destruída outra vez em 1708, até que se erigiu esta — mais firme — em 1753 com o nome de Fortaleza de São José da Amura. O santo escolhido foi porque estávamos aí no reinado de Dom José I, o pai de D. Maria I, a Louca, mãe de D. João VI. (Ao contrário do que se imagina popularmente, Dom João V não veio imediatamente antes de Dom João VI, do mesmo modo que o Papa Bento XVI não veio imediatamente depois de Bento XV.)
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Eu não sei aí quem é mais antigo, se as muralhas, o canhão ou a árvore.

Essa antiga fortaleza portuguesa é hoje uma instalação militar de acesso restrito da da Guiné-Bissau, onde acontece de estar enterrado o líder independentista Amílcar Cabral (1924-1973). Falaremos mais dele no decorrer desta viagem.

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Tudo ou quase tudo aqui é bem mais recente que essa fortaleza, e no geral as coisas estão caindo aos pedaços. Afinal, se o povo tomba, que se dirá das edificações? Essas parecem ter ficado paradas lá em 1970. É como as casas fossem ainda aquelas todas as mesmas do tempo de colônia, não reformadas e sentindo a passagem do tempo.

Eu circulei pelo centro de Bissau como um fantasma em meio a outros, como se fôssemos transeuntes num museu a céu aberto pertencente a uma outra época.

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Parecem casas antigas do tempo do Velho Oeste, como um museu a céu aberto no centro de Bissau.
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Voltas pelo centro de Bissau. As edificações parecem ter parado no tempo sem reforma.
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No centro de Bissau não há museus, nem lojas de souvenirs, nem nada do que costumamos associar a centros históricos. Há apenas moradas e um comércio mui básico.
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O centro de Bissau com muitas ruas a reformar. Parece haver um esforço para restaurar o centro, mas se for isso mesmo, acho que vai levar tempo.
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A sé vista de outro ângulo. Não a encontrei aberta durante minha curta estadia.

Bissau pós-Portugal

A Guiné-Bissau alcançou sua independência de fato em 1973, e a teve reconhecida em 1974 com a Revolução dos Cravos que terminou o regime ditatorial de Salazar em Portugal. As pessoas aqui há 50 anos tocam suas vidas de modo autônomo — só que não.

A Guiné-Bissau nunca se estruturou propriamente. A economia quase que inexiste — o país depende de ajuda externa, e um de seus principais produtos de exportação é a castanha-de-caju. Dois-terços da população vive abaixo da linha da pobreza, e quem pode manda seus filhos a estudar em Portugal. Houve já meia dúzia de golpes de estado e assassinatos de líderes políticos.  

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Este foi originalmente chamado de Monumento ao Esforço da Raça, referindo-se à “raça portuguesa”, com uma vela sobre as ondas. Foi inaugurado em 1945 no que então era a Praça do Império. É o único monumento português em Bissau que os guineenses não derrubaram, mas renomearam Monumento aos Heróis da Independência, no que é hoje a Praça dos Heróis Nacionais — um lugar quieto onde bate o sol. Adicionaram-lhe também a estrela no topo.

Na prática, vê-se muita precariedade no dia-dia. Vi mulheres tirando latas d’água de uma cisterna como fizera minha avó no Brasil muito antes de eu nascer. É normal, por exemplo, presenciar aquelas cenas antigas de um carro velho com o motor estourado à beira da rua, a fumaça saindo pelo capô e o motorista ali pensando no que fazer.

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Parece foto do Brasil dos anos 80/90, mas é a atualidade em Bissau.
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Bissau.

Não há praticamente nada muito o que fazer nada cidade, então eu não me demoraria aqui. Meu interesse era conhecer de perto esta realidade da irmã lusófona, antes de ir tomar um barco à tarde.

Pela manhã, ao que eu vim tomar o café na varanda de Fidel, três mulheres naturalmente negras varriam o chão. Aqui, pelo visto, uma pessoa de classe média pode ter três empregadas — sinais da desigualdade.

Um galo cantava, cachorros ladravam, e um porco ou outro passava à rua de terra do lado de fora do portão. Um gato do lado da minha cadeira pedia comida.

Um carro quebrou em frente à casa, e dois cidadãos de lá falaram algo com Fidel cá. Sua esposa, que não se dignou a falar comigo, havia acabado de sair no seu carro 4×4 a levar a filha pequena na escola.

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A única língua oficial do país é o português, mas na prática o que a grande maioria das pessoas fala é o crioulo, esta língua que você vê aí.

No vizinho, alguém queimava algo, e a fumaça se perdia no cinzento do dia já nublado em Bissau. 

Num dado momento, Fidel ligou baixinho o rádio a tocar ritmos africanos. Exceto pelo fuzuê de crianças ao longe, a manhã aqui começava até quieta. As pessoas até falam baixo, meio pra dentro. As moças da limpeza nada diziam em voz alta, passando suas vassouras em silêncio.

Fidel ele próprio não era de conversar muito. Tinha um jeito fechado e um tanto austero. “Tens que te contentar com aquilo que tu tens”, foi a resposta espartana que me deu quando indaguei se muitos guineenses emigravam para Portugal.

Só que quando Fidel não vai ao Tejo, o Tejo vem a Fidel. À mesa de café da manhã, comíamos produtos de Portugal: geleias de pêssego ou cereja neste país tropical. Sucos de laranja de caixa da marca Compal e a mesma manteiga Mimosa servida nos voos da TAP. Quem vê assim até pensa que as mangueiras, coqueiros e cajueiros da Guiné não dão fruto.

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Uma das vias principais na capital da Guiné-Bissau.

Era estrategicamente sexta-feira, o único dia de partida do ferry até o Arquipélago dos Bijagós — do ponto de vista turístico, talvez a razão primeira para se vir à Guiné-Bissau. Dada essa limitação, eu quase excluí essa escapada do meu roteiro, mas fui muito feliz em não o fazer. É algo que eu recomendo a todos.   

ConsulMar é o nome da cia de ferry, que opera embarcação grega de segunda mão. Não é possível reservar passagens online, então você as compra pessoalmente no dia da viagem ou (melhor) de véspera no escritório deles em Bissau, o que fiz quando vim dar aquele bordejo no centro no dia da chegada.

Agora, prestes à partida, um vento de chuva me batendo no flanco me fazia temer pela jornada de ferry que diziam durar de 3 a 6h de viagem durante a tarde (pela amplitude da variação você imagine). A ver no que daria.

Eu reencontro vocês lá, no Arquipélago dos Bijagós, a 70 Km de distância de Bissau no Oceano Atlântico.

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Ali, no térreo deste edifício cor-de-rosa fica o escritório da ConsulMar, empresa que opera os ferries entre Bissau e o Arquipélago dos Bijagós. Saídas apenas às sextas-feiras e retornos apenas aos domingos. Venham comigo, portanto, passar o fim de semana.
Mairon Giovani
Cidadão do mundo e viajante independente. Gosta de cultura, risadas, e comida bem feita. Não acha que viajar sozinho seja tão assustador quanto costumam imaginar, e se joga com frequência em novos ambientes. Crê que um país deixa de ser um mero lugar no mapa a partir do momento em que você o conhece e vive experiências com as pessoas de lá.

One thought on “Conhecendo Bissau, a capital da Guiné-Bissau

  1. Que horror essa partilha da África , sua exploração e consequente abandono. Foi o que sobrou dessas colonizações européias, exploradoras, aleatórias e predatórias.

    É cada aventura em que se mete esse viajante brasileiro!… Nossa mãe…Ainda bem que conseguiu chegar… haha E que horror aquela viagem…

    Coitada da capital… Parece ter parada no tempo.
    E como se parece com regiões pobres e por vezes praieiras do NE do Brasil, zonas rurais, em particular da Zona da Mata da Ba e arredores.
    Essas imagens são semelhantes a essas regiões brasileiras ha décadas atrás ou mesmo outras, ainda de hoje em dia.
    Poderia passar bem por Santo Antonio de Jesus ou Nazaré (Zona da Mata) ha alguns anos atrás, só que com um rio chamado Atlântico, como diz o escritor, no meio. Impressionante a semelhança.

    Esse centrinho é muito bonitinho. Suas construções se parecem com as do Ne do Brasil ha tempos atrás, como comentei.
    Essa construção rosinha com telhadinho de tijolo é uma gracinha. Mereciam todas uma bela restauração. Alguns lugarejos á beira mar do NE são semelhantes ainda hoje à essas ai . É a cara do Brasil de ontem e talvez de hoje em alguns lugares. Inclusive esses fortes. Muito bonitos. Aqui ha muitos na costa do N-NE. Em Salvador BA, há vários. E bem bonitos.
    Linda a igreja assim como o forte.
    As imagens parecem Salvador há uns anos atrás. Há locais de Salvador com essa mesma arquitetura, embora melhores conservadas as estruturas.
    Essa imagem com o prédio rosa, como ja referi, parece Sao Felix ou Cachoeira, às margens do rio Paraguaçu, na Bahia.
    Interessante o personagem hahah. Adorei a alusão ao pai de Luke.

    Aqueles nunca vão admitir que tem sangue mouro…Não sabem o que perdem…
    Com certeza, denominações arbitrárias e pouco a ver com a realidade dos habitantes .
    Os colonizadores queriam afastar os intermediários e alcançar o ouro e outras riquezas diretamente.
    Muito interessantes esses produtos árabes que também aqui chegaram , se misturaram, se adaptaram e até adquiriram outros nomes.
    Esse faláfel é saboroso.

    Pois é.. Muitas obras deixaram…a cultura….. Pena que também deixaram o descaso, a pobreza , o abandono e outras mazelas que hoje tanto a África, quanto o Brasil, como a América Latina e partes pobres da Asia, padecem.
    Tudo abandonado…. Parecem esquecidas no passado…Até vegetais crescendo nos telhados. Mereciam uma bela restauração. … Certamente teriam muitas histórias a contar… como as nossas tem.
    Que horror esse abandono dos prédios públicos, da cidade, esse marasmo de vida, de falta de tudo… de trabalho para os moços , de pouca escola para as crianças… de falta de importância com a sustentação da vida com qualidade, sem bases econômicas mais seguras… fica difícil melhorar.
    Situação constrangedora do país e do seu povo.
    E o que faz, para que serve fazer parte da comunidade luzófona? Deveriam dispor de verbas para restaurar e desenvolver os integrantes dessa comunidade. Língua, cultura, patrimônios, história e integrar seus povos.

    Para mim, a árvore parece mais antiga haha.. olha o tamanho das raizes e o porte dela hahah. Uauu
    Belo monumento. Ainda bem que conservaram e ressignificaram. a pracinha é simpática.

    Que pena essa precariedade. Ha lugares simpáticos, com bela arborização.
    Nossa , quanto carro velho.
    E que língua estranha esse ”crioulo”

    Pois é… Falta de incentivo para uso dos produtos da região, perda dos costumes tradicionais. Necessidade de re-educação das pessoas para recuperaçao das suas raizes culturais e hábitos anteriores à chegada dos colonizadores.

    Nessa última imagem, volta a casa rosa bonitinha, a rua mais aplainada e a graça dos coqueiros…

    Interessante a viagem e a cidade até para expor o que precisa melhorar.

    Valeu, viajante brasileiro.
    E isso ai. Ver, contar e assim colaborar para que as pessoas possam saber e quem sabe buscar interferir e melhorar.

    Linda a Natureza… como sempre.

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